Uma defesa moral do bitcoin na busca pela estabilidade monetária perdida
Em um mundo onde os investimentos se tornaram confusos, o bitcoin emerge como um valor absoluto na busca pela estabilidade
Charles Ponzi nasceu na Itália do século XIX, um país ainda em formação, com um ambiente desafiador que levaria milhões de jovens, como o próprio Ponzi, a imigrar para países como Estados Unidos ou Brasil.
No caso de Ponzi, sua primeira escolha seria os EUA, país onde após diversos subempregos, acabaria popularizando um esquema de fraudes que mais tarde levaria seu nome.
A ideia era relativamente simples. Ponzi afirmava ter descoberto uma assimetria no mercado de selos (aqueles mesmos usados em cartas).
Na teoria, afirmou ser possível comprar selos na Europa, onde os preços estavam congelados, por $0,25, e revender nos Estados Unidos em poucas semanas por $0,5. Um retorno fantástico de 100% em questão de semanas.
Como todos aqueles inspirados por Ponzi, teria tido a "generosidade" de não guardar a informação para si. Ao contrário, Ponzi captou recursos com milhares de pessoas. E por algum tempo, continuou entregando a elas o retorno prometido.
Foram cerca de 20 milhões de dólares captados (ou 258 milhões de dólares nos dias de hoje).
Leia Também
Criptomoeda ‘desconhecida’ dispara mais de 700% em 5 dias; fundamentos e eleição de Trump devem impulsionar o ativo ainda mais, diz especialista
Halving do Bitcoin em 2024: qual é o efeito real sobre o bull market?
- MUDANÇAS NO IR 2022: baixe o guia gratuito sobre o Imposto de Renda deste ano e evite problemas com a Receita Federal; basta clicar aqui.
O esquema era relativamente simples. Aqueles que estavam entrando investiam um dinheiro, e esse dinheiro era usado para pagar os retornos dos investidores antigos, mais ou menos como funciona a previdência brasileira hoje.
O golpe, claro, foi descoberto, levando Ponzi à ruína.
Um fato pouco conhecido de sua história, porém, é que Ponzi acabaria escolhendo um outro país para morar no fim da vida: o Brasil.
Foi por aqui que, após o fim da Segunda Guerra, ele terminaria seus dias, no Rio de Janeiro.
Ponzi vive?
Quase 7 décadas depois, o golpe de Ponzi já é mais do que conhecido, e ainda assim, inúmeros são aqueles que se aventuram a entrar em esquemas similares.
Há quem coloque a culpa em "falta de educação financeira", como se a questão fosse mais uma das inúmeras deficiências do nosso sistema educacional, que ensina crianças sobre mitocôndrias mas não ensina sobre como funcionam finanças ou questões úteis a um adulto.
O fato é que, pessoas com elevado patrimônio, tem entrado em golpes do tipo. Não são raros os casos de pessoas que perdem milhões em esquemas que prometem retornos milagrosos.
Você talvez já tenha se perguntado em como pode alguém que consegue construir um patrimônio de R$1 milhão cair em um golpe do tipo. E inevitavelmente a resposta a isso será moral.
Via de regra, pessoas que caem em algo do tipo esperam "ser as primeiras", de modo que o prejuízo fique para quem entrou depois.
Sim. Há muita gente que considera isso natural, ainda que nem tanto a ponto de admitir isso publicamente.
E tal questão agrega um pouco da maneira como nós, enquanto sociedade, lidamos com o dinheiro.
Há pelo menos cinco décadas decidimos que o dinheiro não é mais um instrumento para preservar valor e que o crédito deve ser o motor da sociedade.
Quase um século antes já havíamos sido apresentados a ideia de que "aqueles que acumulam grandes somas o fazem por meio da exploração".
É juntando ambas as ideias, que nos distanciamos dos valores fundamentais que levam à criação de riqueza.
Essa perversão da função da moeda serve para aqueles que detém poder político e econômico, mas prejudica enormemente os mais desafortunados. Como você já deve ter ouvido, "a inflação é um imposto cobrado diretamente dos mais pobres."
O fim da moeda como reserva de valor
Mas a questão vai além. Não se trata apenas de financiar aumentos de gastos ou inflar fortunas de quem já possui um bom patrimônio (como ocorre com as Big Techs americanas hoje).
A destruição da moeda enquanto reserva de valor, especialmente em uma época de juros negativos, distorce a tomada de investimentos e condena a sociedade a investimentos ruins e ineficiência na alocação.
Este problema, porém, é uma invenção nossa enquanto sociedade moderna. Quando Sir Isaac Newton criou o padrão ouro no século XVIII, a sociedade vivia sob uma realidade completamente distinta.
E o resultado? Tivemos ali o florescimento da revolução industrial, e um salto de desenvolvimento nunca antes visto. Foi um período relativamente curto, e que limitava também o poder de governos.
Marcou-se a ascensão da primeira nação comercial da história, aquela cuja noção de que riqueza é criada, e não tomada.
E surge o "padrão-bitcoin"
Em tempos modernos, porém, a discussão sobre o padrão ouro se perdeu.
Seus efeitos são memórias distantes e embaralhadas com o falso padrão dólar-ouro, que desacreditou o modelo.
Ainda assim, vivemos hoje um período de ampla aceitação em novos sistemas, como as criptomoedas.
Trata-se de uma revolução que inclui termos como DeFi e Web 3.0.
São meios que devem provocar mudanças significativas em diversos setores da sociedade ao longo dos próximos anos.
E no centro disto, um padrão-ouro, ou melhor "Padrão bitcoin".
O bitcoin emergiu como um lastro em meio a uma nova economia. Sua formação matemática e histórica é uma emulação do processo histórico mencionado acima.
Trata-se de um padrão inviolável por aqueles que detém o poder. Neste momento, 19 milhões de bitcoins já foram emitidos. E nos próximos 120 anos, pouco importando quem será eleito presidente em qualquer lugar, serão apenas mais 2 milhões.
Bitcoin se mantém relevante
Com a popularização das criptomoedas não foram poucos os que, munidos de muita convicção e pouco estudo, afirmaram que o bitcoin logo seria superado por uma nova cripto mais ágil, com novas tecnologias e assim por diante.
O resultado? Em 2017 o bitcoin tinha 42% de um mercado com 1500 criptomoedas. Em 2022, tem 41% de um mercado com 15 mil criptomoedas.
Seu valor central neste ecossistema é amplamente reconhecido por criptos que o utilizam como lastro, ou por investidores que buscam uma proteção contra o processo histórico vigente: o mundo de juros zero.
Neste mundo de mudanças constantes e com a ordem sendo questionada, o bitcoin parece ser o único ativo a seguir uma sequência inalterável. Seu código é preciso e a escassez inviolável.
Tamanha ordem permite tomadas de decisões de longo prazo, com uma certeza sobre como estará o valor da moeda, ainda que seu valor em dólares flutue, como flutuam quaisquer preços macro.
Em última instância, é seguro dizer que o bitcoin contribui com parte dos valores que constroem uma sociedade próspera: confiança e estabilidade.
Essa moral é crucial quando falamos de um mecanismo de transmissão tão relevante para qualquer sociedade, o dinheiro.
Leia também:
Crise das ‘moedas fortes’: libra e euro em queda dão espaço para bitcoin e criptomoedas crescerem, segundo analista
O convidado desta semana do Papo Cripto é Ayron Ferreira, Head de Research na Titanium Asset
“Não é hora de vender: são ciclos que passam”: histórias de um sobrevivente do bear market do mercado de criptomoedas para superar o Longo Inverno Cripto
O convidado desta semana do Papo Cripto é Axel Blikstad, fundador da gestora BLP Crypto, responsável pelo primeiro fundo de bitcoin (BTC) do Brasil
O The Merge do ethereum foi um fiasco? 3 fatos para entender por que a criptomoeda despencou após a atualização mais esperada da história
Analistas entendem que os benefícios do The Merge apenas começaram, e a disparada das cotações só deve acontecer entre três e cinco anos
Depois do The Merge, The Surge será a próxima atualização relevante do ethereum (ETH); saiba o que esperar
A próxima atualização da rede deve acontecer em 2023, mas não se apegue ao calendário: o The Merge atrasou em 5 anos
The Merge do Ethereum (ETH): confira lista de plataformas e exchanges que terão as atividades suspensas durante atualização
Por motivo de segurança, alguns aplicativos devem suspender as atividades durante a principal atualização do sistema
‘Revolta’ de mineradores um dia antes do The Merge do ethereum (ETH), bitcoin (BTC) em queda de 9%: confira tudo que movimenta o dia das criptomoedas
Do outro lado do mercado, o token que registra a maior alta do dia é o Celsius (CEL), da plataforma que segue fora do ar e “travou” o dinheiro dos investidores há meses
Navegador Opera dá mais um passo em direção à Web 3.0 e integra wallet de criptomoedas Metamask ao seu sistema; entenda o que significa
Em janeiro deste ano, o Opera já havia anunciado que passaria a integrar as carteiras de criptomoedas ao seu navegador
Bitcoin (BTC) não sustenta sétimo dia seguido de alta e passa a cair com inflação dos EUA; Ravecoin (RNV) dispara 63% com proximidade do The Merge
O ethereum (ETH) passa por um período de consolidação de preços, mas o otimismo é limitado pelo cenário macroeconômico
Terra (LUNA), o retorno: por que você não deve investir na criptomoeda que disparou 120% em uma semana
Nos últimos sete dias, a “família Terra” registrou ganhos substanciais e gerou um grande fluxo de pesquisa sobre essa que foi uma das maiores criptomoedas do mundo
Você trocaria ações da sua empresa por bitcoin? Michael Saylor, ex-CEO da Microstrategy, pretende fazer isso com o valor de meio bilhão de dólares
Desde o começo do ano, o bitcoin registra queda de mais de 50% e as ações da Microstrategy também recuam 52%
Bitcoin (BTC) atinge os US$ 22 mil pela primeira vez em quase um mês; criptomoedas disparam até 20% no acumulado da semana
A mesma semana em que acontece o The Merge também é marcada por um elevado apetite de risco
Ethereum (ETH) não será a única criptomoeda a disparar após o The Merge: analista conta 3 oportunidades ‘descontadas’ no mercado
Quem conta mais sobre essas criptomoedas promissoras pós-Merge é Rafael Castaneda, analista da Mercurius Crypto e convidado do Papo Cripto
Apetite por risco faz bitcoin (BTC) disparar 9% e retomar os US$ 21 mil; confira criptomoedas que também saltam mais de 20% hoje
As altcoins, moedas alternativas ao bitcoin, costumam ter um desempenho melhor do que as maiores criptomoedas do mundo em momentos de alta do mercado; entenda o que isso quer dizer
Ethereum (ETH) salta entre atualizações da rede, Terra Classic (LUNC) dispara quase 100% e bitcoin (BTC) fica na lanterna; veja o que movimenta as criptomoedas hoje
As altcoins, moedas alternativas ao bitcoin, vivem seus dias de glória, com os investidores de olho nos descontos de bons projetos — e caindo em algumas ciladas
Ethereum Classic (ETC) dispara quase 20% hoje com ‘revolta’ de mineradores; entenda se vale a pena investir nessa criptomoeda
O ETC nasceu após a divisão da rede original do ethereum; entenda as chances de isso acontecer de novo com o The Merge
Bellatrix está aqui: ethereum (ETH) dispara mais de 6% com primeira fase da atualização The Merge; saiba o que muda e os próximos passos
Agora, os investidores aguardam a próxima fase chamada Paris, que deve acontecer em algum ponto da semana que vem, de acordo com o calendário dos desenvolvedores
Movimento de ‘baleia’ faz bitcoin (BTC) entrar em risco de queda no início da semana da maior atualização do mercado de criptomoedas; entenda
Efetivamente, a queda nas cotações não deve afetar a atualização do ethereum, mas limitar os ganhos esperados para o The Merge
A polarização do mercado financeiro, criptomoedas fecham semana no vermelho e outros destaques
Quanto mais caminhamos em direção ao mês de outubro, mais o mercado financeiro parece polarizado entre possibilidades que não agradam os analistas. De um lado, parte dos investidores está certa de que o Federal Reserve será obrigado a continuar em um ritmo forte de aperto monetário. Do outro, há quem veja algum alívio nos dados […]
Payroll dá vida ao bitcoin (BTC), mas criptomoedas fecham semana no vermelho; saiba o que esperar dos próximos dias
Entre os destaques da semana estão a cópia do pix atrelado às criptomoedas e a disparada da Terra (LUNA) após anúncio
Além do yin-yang: Vale a pena deixar os fundos para investir em renda fixa?
Investidores de varejo e institucionais migraram centenas de bilhões em ativos mais arrojados para a renda fixa, o maior volume de saída da história do mercado de fundos