🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Lula x Mercado: quem vence essa batalha?

Recém eleito para um terceiro mandato como presidente, Lula tem dado declarações que desagradaram o mercado. É possível um consenso?

27 de novembro de 2022
8:11 - atualizado às 13:46
Lula com bandeira do Brasil e gráfico ao fundo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Imagem: Shutterstock / Montagem Brenda Silva

Antes de mais nada, gostaria de frisar que o mercado raramente perde, justamente por sempre retratar a verdade, seja ela favorável ou desfavorável à sociedade em que age durante determinado estágio da economia.

A exceção fica por conta dos países comunistas (espécie em extinção – a Coreia do Norte é uma monarquia absolutista e Cuba vem se tornando burguesa aos poucos).

Mas antes de falar desse (não confirmado) confronto entre Lula e o mercado, comentemos um pouco sobre a biografia do ex e próximo presidente do Brasil.

Um episódio ainda da infância marcou para sempre a vida de Lula. Seu pai, Aristides Inácio da Silva, ensacador de café no porto de Santos, tinha várias famílias e calcula-se que gerou cerca de 25 filhos.

Certa ocasião, ao reunir alguns deles para tomar sorvete, simplesmente recusou-se a dar um para Luiz Inácio, que vivia com a mãe, dona Eurídice, e alguns irmãos.

Você não sabe tomar sorvete”, quem contou isso foi o próprio Lula, numa entrevista concedida alguns anos atrás, já numa época em que conseguia que lhe trouxessem um sundae de chocolate às duas horas da manhã.

Leia Também

Lula: passado e origem política                     

Voltando ao passado remoto: após passar por vários empregos, Luiz Inácio Lula da Silva fez um curso de torneiro mecânico, profissão que lhe custou um dedo.

Quando trabalhava nas Indústrias Villares, entrou para o movimento sindical, levado por seu irmão, José Ferreira da Silva, que tinha o apelido de Frei Chico.

Em fevereiro de 1980, época em que o governo militar iniciava o processo de abertura política, Luiz Inácio fundou o Partido dos Trabalhadores. Nesse mesmo ano, cumpriu 31 dias de prisão ao ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional.

Ao invés de iniciar carreira política disputando uma cadeira de deputado estadual ou federal por São Paulo, que obteria facilmente, Lula começou tentando logo um cargo majoritário, nada menos do que governador do estado. Isso aconteceu em 1982.

Obteve apenas um modesto quarto lugar, ficando atrás de Franco Montoro, Reynaldo de Barros e Jânio Quadros.

Quatro anos mais tarde, em 1986, Lula elegeu-se deputado constituinte com a maior votação do Brasil: 650.000. Durante os trabalhos de elaboração da Constituição que seria promulgada em 1988, Lula revelou claramente seu perfil esquerdista.

De olho no Planalto

Isso seria confirmado no ano seguinte, quando disputou a presidência da República com outros 21 candidatos, ocasião em que foi para o segundo turno contra Fernando Collor de Mello, que se elegeu. Durante a campanha, os dois candidatos apresentaram propostas diametralmente opostas.

Enquanto Collor defendia a abertura da economia, o enxugamento da máquina do governo e privatizações, Lula propunha a estatização dos bancos e o alongamento do perfil das dívidas interna e externa, maneira disfarçada de dizer “pagaremos se pudermos e quando pudermos.”

Fernando Collor venceu com 53,03% dos votos, contra 46,97% de Luiz Inácio. E coube ao vencedor (que ironia) confiscar o dinheiro das contas correntes, poupança, open market, CDBs, etc., o que aconteceu logo depois da posse, em março de 1990.

Em função de acusações publicadas pelo irmão, Pedro, numa matéria da revista Veja, Fernando Collor de Mello renunciou em 29 de dezembro de 1992, minutos antes de sua cassação pelo Senado Federal.

Sempre com sua plataforma de esquerda, Lula continuou tentando a presidência da República. Perdeu para o sociólogo Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998, ambas as ocasiões no primeiro turno.

Surgiu então o Lulinha paz e amor, que finalmente obteve a presidência em 2002, não sem antes escrever uma Carta ao Povo Brasileiro, na qual prometia, entre outras coisas, respeitar os contratos existentes no Brasil e no exterior, não submetendo o país a aventuras.

Foi reeleito em 2006, deixando o poder em 1º de janeiro de 2011, com 87% de popularidade, graças a um forte crescimento do país, acompanhado de não menor distribuição de renda.

Seus mandatos foram manchados pelos escândalos do mensalão e do petrolão, que lhe valeram uma condenação de nove anos de prisão pelo juiz Sergio Moro, mais tarde aumentada para 12 anos e um mês pelo TRF de Porto Alegre.

Por irregularidades processuais, Lula, após permanecer preso numa cela especial da Polícia Federal em Curitiba durante 580 dias, teve seu julgamento anulado pelo STF. Com isso, a maioria de suas penas prescreveu, enquanto outras retornaram à primeira instância.

Obteve de volta seus direitos políticos.

Trunfos e fraquezas

Agora em 2022, numa eleição disputada voto a voto, venceu, no segundo turno, o presidente em exercício, Jair Bolsonaro. A margem foi apertadíssima: 50,90% de Lula contra 49,10% de Bolsonaro, o que na prática representa quase um empate.

Acredito que Lula 2023 não será o jovem revolucionário da Constituinte de 1988 nem o esquerdista convicto de 1989, 1994 e 1998. Muito menos o Paz e Amor de 2002.

O Luiz Inácio que assumirá em 1º de janeiro será um homem curtido pela cadeia e carregará, ao menos para quase metade do país, a pecha da corrupção, do compadrio, do “é dando que se recebe”.

Seu maior trunfo é o apoio internacional, não tanto pelo que é, mas pelo que Bolsonaro não foi.

Prova disso foi o telefonema que Lula recebeu do francês Emmanuel Macron, na própria noite da apuração, e o comunicado da Casa Branca reconhecendo-o como legítimo presidente eleito do Brasil.

Como se não bastasse, o governo americano elogiou o sistema eleitoral brasileiro, inclusive com menções às urnas eletrônicas.

Lula 3: o que vem por aí?

Três grandes obstáculos terão de ser enfrentados por Luiz Inácio Lula da Silva tão logo seja ungido pelo Congresso:

  • Cumprir as promessas de campanha, através das quais garantiu benefícios que o país, no momento, não tem condições de conceder;
  • Oposição ferrenha das novas bancadas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que contarão inclusive com diversos bolsonaristas, incluindo ex-ministros do atual governo; e
  • Enfrentar a má vontade das Forças Armadas, tal como aconteceu com João Goulart em 1961, por ocasião da renúncia de Jânio Quadros.

Após uma recepção triunfal na Cop27, em Sharm el-Sheikh, no Egito, evento no qual foi a grande atração, Lula, num regresso imperdoável ao passado, voltou-se contra o mercado, classificando-o como “especuladores que ficam especulando todo santo dia.”

Redundâncias fora, se Luiz Inácio não sair logo dessa briga, que não tem como vencer, o mercado vai fazer o que sempre faz nessas ocasiões: virar-lhe as costas.

Eu fico até com vergonha de dizer essas coisas, de tão primárias e óbvias que são, mas é através do mercado que as empresas se capitalizam, criam empregos e geram riqueza.

Se manca, Lula. Desdiz o que disse. Converse com os bancos, com os empresários, com o setor agroindustrial, observe um mínimo de disciplina fiscal.

Caso contrário, essa batalha já começa perdida.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
A PERGUNTA DO MILHÃO

O pacote de corte de gastos sai ou não sai? Haddad dá previsão sobre anúncio das medidas e Rui Costa conta o que será preservado

21 de novembro de 2024 - 11:46

As principais medidas já haviam sido apresentadas a Lula, mas a equipe econômica estava esperando finalizar um acordo com o Ministério da Defesa; reuniões continuam na tarde desta quinta-feira (21)

RELATÓRIO DO BC

Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal

21 de novembro de 2024 - 11:10

Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote

21 de novembro de 2024 - 8:23

Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa

LAÇOS FORTALECIDOS

De agricultura e tecnologia nuclear à saúde e cultura: Brasil e China assinam 37 acordos bilaterais em várias áreas; confira quais

20 de novembro de 2024 - 14:32

Acordo assinado hoje por Xi Jinping e Lula abrange 15 áreas estratégicas e fortalece relação comercial entre países

OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Polícia Federal: general preso imprimiu plano de execução de autoridades no Palácio do Planalto

20 de novembro de 2024 - 13:45

PF divulgou que o general reformado Mário Fernandes deu o nome de Planejamento ao arquivo impresso

EM ROTA DE COLISÃO?

Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo

19 de novembro de 2024 - 14:28

O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente

‘PUNHAL VERDE E AMARELO’

O que se sabe até agora sobre o complô dos ‘Kids Pretos’ para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes — e que teria a participação do vice de Bolsonaro

19 de novembro de 2024 - 14:28

A ideia de envenenamento, de acordo com o plano do general, considerava a vulnerabilidade de saúde e a ida frequente de Lula a hospitais

IMPOSTO PARA RICOS

É hora de taxar os super-ricos? G20 faz uma proposta vaga, enquanto Lula propõe alíquota  que poderia gerar US$ 250 bilhões por ano no mundo

19 de novembro de 2024 - 14:19

Na Cúpula do G20, presidente Lula reforça as críticas ao sistema tributário e propôs um número exato de alíquota para taxar as pessoas mais ricas do mundo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo

19 de novembro de 2024 - 8:02

Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio

ANOTE NO CALENDÁRIO

A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional

19 de novembro de 2024 - 7:02

É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer

18 de novembro de 2024 - 20:00

Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro

ELE ESTÁ PRA CHEGAR…

O primeiro dia do G20 no Rio: Biden, Xi e Lula falam de pobreza, fome e mudanças climáticas à sombra de Trump

18 de novembro de 2024 - 19:20

As incertezas sobre a política dos EUA deixaram marcas nos primeiros debates do G20; avanços em acordos internacionais também são temas dos encontros

NA PONTA DO LÁPIS

O tamanho do corte que o mercado espera para “acalmar” bolsa, dólar e juros — e por que arcabouço se tornou insustentável

18 de novembro de 2024 - 13:22

Enquanto a bolsa acumula queda de 2,33% no mês, a moeda norte-americana sobe 1,61% no mesmo intervalo de tempo, e as taxas de depósito interbancário (DIs) avançam

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 7:03

A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias

ANTES DA CÚPULA

No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental

16 de novembro de 2024 - 15:56

Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula

EMBOLOU O MEIO DE CAMPO

Milei muda de posição na última hora e tenta travar debate sobre taxação de super-ricos no G20

16 de novembro de 2024 - 9:11

Depois de bloquear discussões sobre igualdade de gênero e agenda da ONU, Milei agora se insurge contra principal iniciativa de Lula no G20

NÃO TEVE B3, MAS OS GRINGOS OPERARAM

Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva

15 de novembro de 2024 - 18:10

Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira

15 de novembro de 2024 - 9:32

Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações

SEXTOU COM O RUY

Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações

15 de novembro de 2024 - 8:00

Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar