Fernando Ferrer: a minha dica quente para os investimentos é…
A busca pela “dica quente” pode ser tentadora, mas também bastante danosa para o patrimônio do investidor; As Melhores Ações da Bolsa procura empresas que, mesmo não estando sob os holofotes, costumam ser as grandes vencedoras de longo prazo da bolsa

Mesmo tendo ficado na moda recentemente, o assunto finanças comportamentais sempre me interessou.
Existe uma porção de livros que cobrem o tema, mas minha recomendação vai para “A Arte de Pensar Claramente”, de Rolf Dobelli, que traz alguns exemplos fáceis de como evitar as armadilhas do pensamento e tomar decisões de forma mais eficaz.
Dentre as diversas teorias, uma que me desperta interesse particular é a Teoria da Perspectiva, desenvolvida pelos psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky, que descreve o modo como as pessoas escolhem entre alternativas que envolvem risco.
Teoria da Perspectiva
A premissa era que, independentemente da capacidade técnica, o ser humano é muito mais suscetível a agir instintivamente do que se imagina, desafiando o pressuposto da racionalidade humana.
No campo financeiro, as pessoas tendem a fazer escolhas baseando-se mais em potenciais perdas do que em ganhos.
A base dessa teoria parte do conceito de aversão a perda, em que o sofrimento com a perda de determinado ativo financeiro só é compensado pela satisfação de se obter um ganho duas vezes maior.
Leia Também
Tony Volpon: Buy the dip
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Ou seja, a dor de uma perda de R$ 100 só seria compensada por um ganho superior a R$ 200, nos induzindo frequentemente a correr mais riscos no intuito de tentar reparar eventuais prejuízos.
Riscos e busca pela “dica quente” em investimentos
Dentre esses riscos, destaco o famoso “preço mérdio” em um determinado investimento cuja perspectiva e cenário mudaram, fazendo com que o investidor aumente consideravelmente o tamanho de sua posição, mas evitando a dor da materialização do prejuízo.
Nesses casos, a busca pela “dica quente” pode aumentar, esticando ainda mais o problema.
Embora tentadora, a dica quente pode ser bastante danosa para o patrimônio do investidor, que acaba por concentrar demais seu portfólio e investir em ativos que não tem convicção, em busca da concretização de um evento que pode nunca ocorrer.
Eneva e as vencedoras de longo prazo na bolsa
Na série As Melhores Ações da Bolsa, busco empresas de qualidade, que se diferenciam de suas competidoras através de um modelo de negócios mais eficiente, com rentabilidade e que possuem avenidas de crescimento bem delineadas; embora dificilmente estejam no rol das dicas quentes do ano, costumam ser as grandes vencedoras de longo prazo da Bolsa.
Um exemplo claro é Eneva (ENEV3), que divulgou nesta semana seus resultados referentes ao 4T21, e os números vieram bem acima do consenso.
Embora dificilmente tenha sido a empresa que mais se valorizou na Bolsa em uma janela temporal pequena, sobe em média 39% ao ano desde 2018.
Importante destacar a disciplina de alocação de capital da companhia e a capacidade de geração de valor dos executivos, que fizeram um verdadeiro turnaround desde a fusão da MPX com a OGX Maranhão, tornando-a a maior operadora de gás natural do Brasil e com diversas avenidas de crescimento, como a que resultou na oferta vinculante realizada nesta terça (22) pelo Polo Bahia Terra, fruto do programa de desinvestimentos da Petrobras.
Energia solar em crescimento
Outra avenida de crescimento está no setor de energia solar.
Com a recente aquisição da Focus Energia, a Eneva se posicionou também como uma das líderes do segmento no Brasil, com um retorno esperado de IPCA + 16%.
Indo além, através da utilização de métricas para melhorar a estrutura de capital da Focus, otimização fiscal e captura de sinergias de SG&A, poderá expandir o retorno para IPCA + 20%. Um ótimo retorno, você não acha?
Forte abraço,
Fernando Ferrer
Rodolfo Amstalden: Para um período de transição, até que está durando bastante
Ainda que a maior parte de Wall Street continue sendo pró Trump, há um problema de ordem semântica no “período de transição”: seu falsacionismo não é nada trivial
Tony Volpon: As três surpresas de Donald Trump
Quem estudou seu primeiro governo ou analisou seu discurso de campanha não foi muito eficiente em prever o que ele faria no cargo, em pelo menos três dimensões relevantes
Dinheiro é assunto de mulher? A independência feminina depende disso
O primeiro passo para investir com inteligência é justamente buscar informação. Nesse sentido, é essencial quebrar paradigmas sociais e colocar na cabeça de mulheres de todas as idades, casadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, que dinheiro é assunto delas.
Rodolfo Amstalden: Na esperança de marcar o 2º gol antes do 1º
Se você abre os jornais, encontra manchetes diárias sobre os ataques de Donald Trump contra a China e contra a Europa, seja por meio de tarifas ou de afrontas a acordos prévios de cooperação
Rodolfo Amstalden: Um Brasil na mira de Trump
Temos razões para crer que o Governo brasileiro está prestes a receber um recado mais contundente de Donald Trump
Rodolfo Amstalden: Eu gostaria de arriscar um palpite irresponsável
Vai demorar para termos certeza de que o último período de mazelas foi superado; quando soubermos, porém, não restará mais tanto dinheiro bom na mesa
Rodolfo Amstalden: Tenha muito do óbvio, e um pouco do não óbvio
Em um histórico dos últimos cinco anos, estamos simplesmente no patamar mais barato da relação entre preço e valor patrimonial para fundos imobiliários com mandatos de FoFs e Multiestratégias
Felipe Miranda: Isso não é 2015, nem 1808
A economia brasileira cresce acima de seu potencial. Se a procura por camisetas sobe e a oferta não acompanha, o preço das camisetas se eleva ou passamos a importar mais. Não há milagre da multiplicação das camisetas.
Tony Volpon: O paradoxo DeepSeek
Se uma relativamente pequena empresa chinesa pode desafiar as grandes empresas do setor, isso será muito bom para todos – mesmo se isso acabar impactando negativamente a precificação das atuais gigantes do setor
Rodolfo Amstalden: IPCA 2025 — tem gosto de catch up ou de ketchup mais caro?
Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares
Rodolfo Amstalden: Um ano mais fácil (de analisar) à frente
Não restam esperanças domésticas para 2025 – e é justamente essa ausência que o torna um ano bem mais fácil de analisar
Rodolfo Amstalden: Às vésperas da dominância fiscal
Até mesmo os principais especialistas em macro brasileira são incapazes de chegar a um consenso sobre se estamos ou não em dominância fiscal, embora praticamente todos concordem que a política monetária perdeu eficácia, na margem
Rodolfo Amstalden: Precisamos sobre viver o “modo sobrevivência”
Não me parece que o modo sobrevivência seja a melhor postura a se adotar agora, já que ela pode assumir contornos excessivamente conservadores
Rodolfo Amstalden: Banda fiscal no centro do palco é sinal de que o show começou
Sequestrada pela política fiscal, nossa política monetária desenvolveu laços emocionais profundos com seus captores, e acabou por assimilar e reproduzir alguns de seus traços mais viciosos
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro
Felipe Miranda: Não estamos no México, nem no Dilma 2
Embora algumas analogias de fato possam ser feitas, sobretudo porque a direção guarda alguma semelhança, a comparação parece bastante imprecisa
Rodolfo Amstalden: Brasil com grau de investimento: falta apenas um passo, mas não qualquer passo
A Moody’s deixa bem claro qual é o passo que precisamos satisfazer para o Brasil retomar o grau de investimento: responsabilidade fiscal
Tony Volpon: O improvável milagre do pouso suave americano
Powell vendeu ao mercado um belo sonho de um pouso suave perfeito. Temos que estar cientes que é isso que os mercados hoje precificam, sem muito espaço para errar.
Rodolfo Amstalden: If you’re old, sell & hold
Em meio à fartura de indicadores de atividade e inflação sugerindo bons sinais vitais, desponta um certo estranhamento no fato de que Warren Buffett parece estar se preparando para tempos piores à frente
Felipe Miranda: O Fim do Brasil não é o fim da História – e isso é uma má notícia
Ao pensar sobre nosso país, tenho a sensação de que caminhamos para trás. Feitos 10 anos do Fim do Brasil, não aprendemos nada com os erros do passado