Blood bath and beyond: Entenda o banho de sangue dos mercados financeiros — e as oportunidades para o Brasil
Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch, alerta para um possível otimismo exagerado e prematuro sobre o fim da subida da taxa básica de juro nos EUA; saiba mais
Se você precisa explicar uma piada, provavelmente ela é uma piada ruim ou você é um mau humorista. Neste caso, estamos diante dos dois.
O título deste Day One é um trocadilho em alusão à Bed Bath and Beyond, a nova meme stock que explodiu recentemente sem a concreta contribuição de seus fundamentos, e ao banho de sangue ("Blood Bath") observado nos mercados desde a última sexta-feira.
O banho de sangue nos mercados financeiros
Mais do que uma figura de linguagem, ele serve de alerta para um possível otimismo exagerado que vinha se estabelecendo nas bolsas internacionais, como se a inflação global já estivesse domada, os Bancos Centrais não precisassem mais subir tanto suas taxas básicas de juro e os valuations já pudessem voltar a se expandir.
Ora, ora, se voltamos a repetir o fenômeno da Gamestop e se Adam Neumann já está captando centenas de milhões de dólares de novo, mesmo depois de tudo, com direito a série na Netflix, talvez precisemos redobrar os cuidados. Estamos (ou estávamos) possivelmente ainda sob os efeitos de alguma euforia.
Conforme argumenta importante analista internacional, se você vê atratividade no S&P 500 a 4.300 pontos (nível atingido na semana passada), é como se concordasse também que: a capacidade explicativa de juros e inflação para determinar o comportamento das ações é a menor da história, lutar contra o Fed funciona ("fight the Fed works”) e o quantitative tightening (enxugamento do balanço do Banco Central) não traz grandes impactos, ainda que o quantitative easing (expansão do balanço do BC) tenha sido fundamental para guiar o preço dos ativos alguns anos atrás.
O Bank of America sobre os mercados
Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch, foi bastante enfático ao final da semana passada, identificando um exemplo de livro-texto para descrever o desempenho recente de Wall Street.
Leia Também
A polarização do mercado financeiro, criptomoedas fecham semana no vermelho e outros destaques
Além do yin-yang: Vale a pena deixar os fundos para investir em renda fixa?
Disse algo mais ou menos assim: “a alta de 17,4% do S&P 500 desde as mínimas de junho foi um clássico ‘bear market rally’ (rali dentro de uma tendência de baixa maior). Dos 43 ralis de bear market desde 1929, nos quais o S&P 500 subiu mais de 10%, a valorização média foi de 17,2% e a subida durou 39 dias de trading. Desta vez, o índice sobe 17,4%, numa direção de 41 dias de trading.”
Otimismo exagerado dos investidores
Hartnett alerta para um possível otimismo exagerado e prematuro sobre o fim da subida da taxa básica de juro nos EUA.
Ele lembra que a última vez em que o Fed encerrou um ciclo de aperto monetário com taxas de juro reais negativas foi em 1954.
Vendo complacência no julgamento dos riscos no horizonte, ele vê dias contados para a era de valuations muito elevados, porque os drivers para isso teriam se dissipado.
As injeções monetárias pelos Bancos Centrais, o livre movimento de comércio, de capital e de pessoas, as tensões geopolíticas controladas… tudo isso já era.
Entraríamos num regime de maior inflação com uma postura secular em favor de caixa, commodities e mais volatilidade.
Não sei se ele está certo. Acho que ninguém sabe. Talvez seja prematuro também cravar que o movimento recente foi apenas um bear market rally, assim como tinha sido a caracterização de que o pior ficara pra trás. Tudo que enxergamos é uma distribuição de probabilidades.
Cenário mais otimista
Parece, de fato, que, dados os valuations do S&P 500, estávamos antecipando apenas o cenário mais otimista para inflação, juros e lucros.
Assim, a assimetria não estava (e a verdade é que ainda não está) muito convidativa para compra de ações norte-americanas.
Com efeito, mantemos uma posição short (vendida) em S&P 500, como hedge (proteção) frente à exposição comprada em ações brasileiras.
A performance de Brasil
Somos bons produtores de commodities, uma democracia superior a qualquer autocracia (como tantas existentes por aí hoje), a eleição brasileira dá sinais de uma convergência mais ao centro, a economia traz indicadores surpreendentemente positivos e a concorrência de outros emergentes se esforça para nos ajudar.
A Rússia já estava fora do jogo do fluxo de capitais internacional e agora a China conduz um afrouxamento monetário desconectado com o restante do planeta e enfrenta uma seca às vésperas de importante colheita de grãos e com impacto sobre disponibilidade de energia.
Aos 200 anos de independência, já estamos bem grandinhos para nutrir falsas esperanças ou expectativas adolescentes ingênuas.
Se o banho de sangue continuar em Wall Street, alguma correção será inescapável. Mas há bons elementos em prol de uma melhor performance relativa de Brasil.
Precisamos falar sobre indicadores antecedentes: Saiba como analisar os índices antes de investir
Com o avanço da tecnologia, cada vez mais fundos de investimentos estão utilizando esses indicadores em seus modelos — e talvez a correlação esteja caindo
Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge
Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade
Day trade na B3: Oportunidade de lucro de mais de 4% com ações da AES Brasil (AESB3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da AES Brasil (AESB3). Saiba os detalhes
Setembro em tons de vermelho: Confira todas as notícias que pesam nos mercados e impactam seus investimentos hoje
O mês de setembro começa com uma imensa mancha de tinta vermelha sobre a tela das bolsas mundiais, sentindo o peso do Fed, da inflação recorde na zona do euro e do lockdown em Chengdu
A febre dos NFTs passou, mas esta empresa está ganhando dinheiro com eles até hoje
Saiba quem foram os vendedores de pás da corrida do ouro dos NFTs e o que isso nos ensina para as próximas ondas especulativas
Balanço de agosto, o Orçamento de 2023 e outros destaques do dia
A alta de 6,16% do Ibovespa em agosto afastou o rótulo de “mês do desgosto”, mas ainda assim deixou um sabor amargo na boca. Isso porque depois de disparar mais de 10% ainda na primeira quinzena, impulsionado pela volta do forte fluxo de capital estrangeiro, as últimas duas semanas foram comandadas pela cautela. Uma dupla […]
Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 4% com ações da Marcopolo (POMO4); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Marcopolo (POMO4). Saiba mais detalhes
Tente outra vez: basta desejar profundo para ver a bolsa subir? Confira tudo o que mexe com os seus investimentos hoje
Em queda desde a sexta-feira, as bolsas de valores estrangeiras começaram o dia em busca de recuperação singela. Por aqui, investidores procuram justificativas para descolar o Ibovespa de Wall Street
Commodities derrubam Ibovespa, Itaú BBA rebaixa a Petrobras (PETR4) e as mudanças na WEG (WEGE3); confira os destaques do dia
As últimas levas de notícias que chegam de todas as partes do mundo parecem ter jogado os investidores dentro de um labirinto de difícil resolução em que apenas a cautela pode ser utilizada como arma. O emaranhado de corredores a serem percorridos não só são longos, como também parecem estar sempre mudando de posição — […]
Gringos estão de olho no Ibovespa, mas investidor local parece sem apetite pela bolsa brasileira. Qual é a melhor estratégia?
É preciso ir contra o consenso para gerar retornos acima da média, mesmo que isso signifique correr o risco de estar errado
Entenda por que você não deve acompanhar só quem possui teses de investimento iguais às suas
Parte fundamental do estudo de uma ação é entender não só a cabeça de quem tem uma tese que vá em linha com a sua, mas também a de quem pensa o contrário
Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 11% com ações da Santos Brasil (STBP3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Santos Brasil (STBP3). Saiba os detalhes
Uma pausa para respirar: Confira todas as notícias que movimentam os mercados e impactam seus investimentos hoje
A saída da atual crise inflacionária norte-americana passa necessariamente por algum sacrifício. Hoje, porém, as bolsas fazem uma pausa para respirar
Aperte os cintos: o Fed praticamente acabou com as teses de crescimento, e o fim do bear market rally está aí
Saída da atual crise inflacionária passa por algum sacrifício. Afinal, estamos diante de um ciclo econômico clássico e será preciso esfriar o mercado de trabalho
Ibovespa se descola da gringa, Itaú entra na disputa das vendas virtuais e a estratégia de Bolsonaro para os debates; confira os destaques do dia
Em Wall Street, o alerta do Federal Reserve de que o aperto monetário pode ser mais intenso do que o esperado penalizou as bolsas lá fora
Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana
Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora
Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 5% com ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Veja os detalhes
Mercados, debate presidencial e um resultado inesperado: Confira todas as notícias que mexem com os seus investimentos hoje
Com a percepção de que o Fed optará pelo combate à inflação a todos os custos, os últimos dias de agosto não devem trazer alívio para os mercados financeiros. O Ibovespa ainda repercute o primeiro debate entre presidenciáveis
Por que saber demais pode tornar você um péssimo chefe
Apesar de desenvolvermos uma compreensão mais sofisticada da realidade como adultos, tendemos a cair em armadilhas com muito mais frequência do que gostaríamos de admitir
Wall Street tomba com Powell, os melhores momentos de Lula e Bolsonaro no Jornal Nacional e outros destaques do dia
Desde que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou o início da retirada dos estímulos monetários adotados na pandemia, durante o simpósio de Jackson Hole de 2021, o mercado financeiro global já se viu obrigado inúmeras vezes a recalcular a rota, e todas elas parecem levar a um destino ainda incerto, mas muito […]