Com os FIIs de tijolo nos holofotes, conheça um portfólio de qualidade que está dando sopa
Cenário econômico proporciona uma série de barganhas entre os fundos imobiliários de tijolos, mesmo aqueles de maior qualidade
Em mês de poucas movimentações, o burburinho da vez no mundo dos FIIs envolveu as estratégias de crédito imobiliário mais arrojadas, também conhecidas como high yield.
Em suma, um ativo específico tomou conta dos principais canais do mercado nas últimas semanas: o Hectare CE FII (HCTR11), fundo que investe preponderantemente Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Em geral, as operações são lastreadas em segmentos como loteamentos e multipropriedades, além de ativos de maior risco em setores tradicionais. Por apresentarem esse risco de crédito mais elevado, a gestão busca distribuir rendimentos acima da média – nos últimos 12 meses, esse fundo imobiliário registrou um dividend yield de 19,60%.
- LEIA TAMBÉM: Chance única de ficar rico com pouco dinheiro. Criptomoeda subiu 225% em um mês e ainda pode se multiplicar por 10.
Volatilidade do HCTR11 chama a atenção
Favorecido pela alta dos indexadores (IPCA e IGP-M, principalmente), o HCTR11 chama atenção desde o ano passado pela alta remuneração mensal e tem negociado com prêmio em relação ao valor patrimonial e aos pares do segmento. Sua base atual é de aproximadamente 170 mil cotistas.
Contudo, essa dinâmica mudou nas últimas semanas. Após alguns rendimentos decadentes (influenciados pela sazonalidade dos recebimentos) e uma sequência de captações, tivemos uma reavaliação da posição por parte de alguns investidores, que culminou em efeito manada de saída do papel.
Com bastante volatilidade, a cota do HCTR11 cai aproximadamente 11% desde o início do ano.
Leia Também
- MUDANÇAS NO IR 2022: baixe o guia gratuito sobre o Imposto de Renda deste ano e evite problemas com a Receita Federal; basta clicar aqui.
Fundo imobiliário foi alvo de ‘fake news’
Como “resposta”, a gestão elaborou um relatório bem completo a fim de sanar as dúvidas dos investidores sobre algumas operações, que foram alvos de fake news em alguns canais.
Aqui vale um adendo: considero que os fóruns de FIIs e influenciadores da “fintwit” são fontes válidas para algumas informações, mas a gestão de investimentos deve ser basear em relatórios de casas sérias e estudos profundos. Em geral, o problema desses canais é a ausência de filtros de qualidade e profundidade nos comentários.
Arriscar ou não correr risco, eis a questão
Sem entrar em mais detalhes sobre o fundo, a verdade é que sempre procurei evitar as posições em high yield. Respeito a operação das gestoras e conheço diversas casas com boa diligência, mas risco adicional e a falta de visibilidade sobre algumas operações sempre foram barreiras importantes para qualquer recomendação. Mesmo nessa coluna, todos os FIIs de papel citados oferecem baixo risco de crédito, aliado a casas com bom histórico de originação.
De todo modo, nota-se que o fluxo proveniente dos fundos high yield não tem permanecido no setor. Pelo contrário, os grandes destaques do mês até o momento são os FoFs e fundos de tijolos.
Negociando a descontos significativos em relação aos respectivos patrimônios, os FIIs de lajes corporativas, logística e shoppings começam a atrair os holofotes, especialmente neste possível final de aperto monetário.
Isto é, apesar da provável volatilidade de curto prazo, entendo que esta dinâmica favorável aos tijolos será cada vez mais observada à medida que o ciclo de alta de juros termine e, consequentemente, o ciclo de queda se aproxime. Este cenário depende muito do contexto econômico doméstico (especialmente quando falamos de inflação), mas certamente deve ser considerado.
Barganhas nos FIIs de tijolo
Neste sentido, temos uma série de barganhas entre os FIIs de tijolos atualmente, mesmo aqueles de maior qualidade. Logo abaixo, apresento uma das minhas preferências do setor logístico, que segue em ritmo forte, conforme citado em colunas anteriores.
Bresco Logística (BRCO11): qualidade comprovada
O Bresco Logística (BRCO11), como o próprio nome já diz, atua no segmento logístico, se destacando pela alta qualidade do portfólio e sua excelente gestão.
O fundo conta com 11 empreendimentos em sua carteira, localizados principalmente no Sudeste do Brasil, sendo 58% da área bruta locável (ABL) situada no estado de São Paulo, região de maior relevância para o setor no país.
Cabe mencionar que 72% dos imóveis estão estrategicamente posicionados perto dos grandes centros de consumo que, associado a alta qualidade dos galpões (10 dos 11 ativos são classificados como A+ pela Buildings), proporcionam 100% de ocupação para o portfólio.
Cota do BRCO11 está sob pressão
Desde o IPO, o fundo sempre negociou com prêmio entre os pares do mercado, especialmente quando analisamos o valor/m2, justificado pela qualidade técnica dos seus ativos. Contudo, sua cota foi pressionada nos últimos meses, em função de uma possível alteração em sua ocupação.
Mais recentemente, o seu maior locatário (GPA) sinalizou a intenção de sair de forma antecipada do galpão CD-06. Localizado na capital São Paulo, o ativo representa 15% das receitas do fundo e é classificado como AAA pela Buildiings.
No momento, trabalho com o cenário de efetivação da saída da empresa, bem como o pagamento da multa e cumprimento do aviso prévio da locação. Entendo que a gestão não deve enfrentar grandes dificuldades para encontrar um novo inquilino para o imóvel, dada a sua alta qualidade e localização privilegiada (dentro do raio de 30 quilômetros da cidade de São Paulo). Inclusive, é possível que um novo contrato consiga capturar um aluguel superior ao antigo da companhia.
Analisando o quantitativo do BRCO11, o fundo apresenta um desconto de 16% sobre o valor patrimonial (VP), bem como um nível de cap rate acima da média dos pares. Isto é, por mais que exista um prêmio no valor por metro quadrado (R$/m2), existe potencial de elevação da receita imobiliária e da cota do ativo.
Fundo | P/VP | Vacância | Yield Anualizado | R$/m2 | Aluguel/m2 | Cap rate | Liquidez (R$ mi) |
---|---|---|---|---|---|---|---|
BTLG11 | 4,53% | 2,00% | 8,36% | 3108,47 | 20,91 | 8,07% | 3,84 |
HGLG11 | 9,47% | 6,80% | 8,10% | 3182,44 | 19,51 | 7,36% | 4,61 |
VILG11 | -11,63% | 0,00% | 8,36% | 2831,44 | 22,87 | 9,69% | 2,61 |
XPLG11 | -12,92% | 2,30% | 8,02% | 2759,35 | 20,99 | 9,13% | 6,34 |
Média (ex BRCO11) | -2,64% | 2,78% | 8,21% | 2970,42 | 21,07 | 8,56% | 4,35 |
BRCO11 | -16,13% | 0,00% | 7,58% | 3264,13 | 27,05 | 9,94% | 3,03 |
Apesar do nível de rendimentos inferior, segundo nosso modelo, a distribuição média do Bresco deve alcançar o patamar de R$ 0,70 por cota até o final do ano, gerando um yield anualizado próximo de 8,5%.
Mesmo estabelecendo premissas conservadoras sobre do operacional dos ativos (aumento de vacância consolidada, manutenção do aluguel médio da carteira e taxa de desconto elevada, por exemplo), seguimos enxergando um upside próximo de 14% para o BRCO11, o que nos leva a uma oportunidade pontual em um dos melhores portfólios logísticos do país.
Até a próxima,
Caio
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações
Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?
Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos
Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?
Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Rodolfo Amstalden: Abrindo a janela de Druckenmiller para deixar o sol entrar
Neste exato momento, enxergo a fresta de sol nascente para o próximo grande bull market no Brasil, intimamente correlacionado com os ciclos eleitorais
O IRB Re ainda vale a pena? Ações IRBR3 surgem entre as maiores quedas do Ibovespa após balanço, mas tem bancão dizendo que o melhor está por vir
Apesar do desempenho acima do esperado entre julho e setembro, os papéis da resseguradora inverteram o sinal positivo da abertura e passaram a operar no vermelho
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Compre China na baixa: a recomendação controversa de um dos principais especialistas na segunda maior economia do mundo
A frustração do mercado com o pacote trilionário da semana passada abre uma janela e oportunidade para o investidor que sabe esperar, segundo a Gavekal Research
Em ritmo de festa: Ibovespa começa semana à espera da prévia do PIB; Wall Street amanhece em alta
Bolsas internacionais operam em alta e dão o tom dos mercados nesta segunda-feira; investidores nacionais calibram expectativas sobre um possível rali do Ibovespa
Ações da Gerdau (GGBR4) e de sua controladora (GOAU4) saltam até 13% e lideram altas do Ibovespa na semana; Alpargatas (ALPA4) cai 9,5% após balanço
O balanço mais forte que o esperado da Gerdau provocou uma forte alta nos papéis, enquanto a Alpargatas recuou mesmo após reportar resultados positivos no trimestre
Investidor que fez R$ 250 mil em 2 dias revela método que possibilita renda extra diária na bolsa de valores
R$ 250 mil em 2 dias. Foi isso que o carioca Ricardo Brasil ganhou com ações da Hapvida (HAPV3) em 2018. Esse desempenho, de fato, não é para qualquer um. No entanto, esse resultado não é nem a ponta do iceberg da carreira bem-sucedida do investidor. Com uma experiência de mais de 20 anos de mercado financeiro, Ricardo Brasil […]
Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’
Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos
Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes
Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos
Ações em queda não deveriam preocupar tanto, especialmente se pagam bons dividendos
Em dias de fúria no mercado, o primeiro pensamento para a maioria dos investidores é que as ações podem cair ainda mais e sair vendendo tudo — uma maneira de tentar evitar esse comportamento é olhar para as quedas sob a ótica dos dividendos
Ibovespa segue com a roda presa no fiscal e cai 0,51%, dólar fecha estável a R$ 5,6753; Wall Street comemora pelo 2° dia
Por lá, o presidente do BC dos EUA alimenta incertezas sobre a continuidade do ciclo de corte de juros em dezembro. Por aqui, as notícias de um pacote de corte de gastos mais modesto desanima os investidores.
Com Trump pedindo passagem, Fed reduz calibre do corte de juros para 0,25 pp — e Powell responde o que fará sob novo governo
A decisão acontece logo depois que o republicano, crítico ferrenho do banco central norte-americano, conseguiu uma vitória acachapante nas eleições norte-americanas — e na esteira de dados distorcidos do mercado de trabalho por furacões e greves