Petrobras (PETR4) diz que nada muda na política de preços, mas comunicado confuso abre a porta para maior poder do conselho na tomada de decisões
Com a Petrobras (PETR4) sob intenso ataque, o mercado monitora de perto as possíveis interferências estatais na companhia

No início desta tarde (27), a Petrobras (PETR4) teve as suas negociações interrompidas na B3: um Fato Relevante foi arquivado na CVM com o mercado em pleno funcionamento. E o assunto, uma atualização quanto à política de preços, deixou os investidores em alerta.
Só que a comunicação da Petrobras não foi exatamente clara. O documento informa que o conselho de administração aprovou uma nova diretriz para a formação das cotações no mercado interno; ao mesmo tempo, ratificou que a diretoria da estatal é responsável pela execução da política de preços.
E, para arrematar, o comunicado disse que a Petrobras sempre tem em mente o objetivo de “otimizar a geração de valor ao acionista”. Mas, então, como é que a coisa vai funcionar?
Bem, vamos voltar algumas páginas. Nos últimos dias, após meses de ataques do governo federal ao modelo atualmente empregado pela Petrobras, houve ruídos quanto a uma possível mudança nos responsáveis por autorizar os reajustes.
Atualmente, essa diretriz cabe à diretoria executiva, composta em sua maioria por nomes técnicos e executivos, como o CEO, o CFO e o diretor de logística. Mas, levantou-se a possibilidade de o conselho de administração — um órgão com maior interferência da União — assumir essa função.
Assim, apesar de manter a política de preços atual, a diretriz publicada hoje formaliza que os conselhos de administração e fiscal passam agora a ter um papel de supervisão dos reportes trimestrais, que precisarão ser apresentados pelos executivos.
Leia Também
Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025
Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3
Petrobras (PETR4): qual o risco?
Em uma primeira leitura, o comunicado pareceu não trazer grandes mudanças: a redação confusa não ajudava a compreensão do que foi anunciado. E, após uma rápida conversa com diversas fontes do mercado, ficou claro que o fato relevante deixou uma pulga atrás da orelha de muitos.
Isso porque, na percepção da maior parte dos especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, o texto não é claro. Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, é passível da interpretação de que toda a decisão sobre os preços de petróleo e derivados terão de ser validados pelos conselhos fiscal e de administração antes de serem efetivados.
Você pode ler o fato relevante divulgado nesta tarde, assim como a nova diretriz — basta clicar neste link.
Em outras palavras: apesar de não alterar a política de preços atual, o comunicado abre uma fresta de possibilidade para que o conselho — e por tabela, a União — exerça um papel mais significativo nessa tomada de decisão.
Rafael Passos, sócio-analista da Ajax Capital, acredita que essas medidas não devem ter um impacto imediato nos resultados da Petrobras ou em sua capacidade de distribuição de dividendos, mas o ruído no entorno da estatal deve prevalecer.
Mas, como as decisões de preço são técnicas, dificilmente o conselho deve se opor à diretoria, por mais que exista uma pressão do governo para segurar os reajustes.
“Eles não podem violar o estatuto da Petrobras e muito menos a Lei das Estatais. Esses documentos resguardam, por ora, esse risco. A verdade é que, para o governo, é mais fácil mexer no conselho do que na diretoria”, aponta o gestor.
Em meio às dúvidas, o mercado assumiu uma postura neutra: as ações da Petrobras, que operavam perto da estabilidade nesta terça-feira (27), continuaram próximas do zero a zero após a divulgação do fato relevante.
Por volta de 16h, os papéis PETR4 avançavam 0,30%, a R$ 33,89, enquanto as ações PETR3 tinham leve alta de 0,71%, a R$ 31,23.

O pior dia é sempre o próximo? Petroleiras caem em bloco (de novo) — Brava (BRAV3) desaba 12%
As ações das petroleiras enfrentam mais um dia de queda forte no Ibovespa, com resposta da China às medidas tarifárias de Trump e anúncio da Opep+
Mark Zuckerberg e Elon Musk no vermelho: Os bilionários que mais perdem com as novas tarifas de Trump
Só no último pregão, os 10 homens mais ricos do mundo perderam, juntos, em torno de US$ 74,1 bilhões em patrimônio, de acordo com a Bloomberg
China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta
O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) perdem juntas R$ 26 bilhões em valor de mercado e a culpa é de Trump
Enquanto a petroleira sofreu com a forte desvalorização do petróleo no mercado internacional, a mineradora sentiu os efeitos da queda dos preços do minério de ferro
Brava (BRAV3) despenca 10% em meio à guerra comercial de Trump e Goldman Sachs rebaixa as ações — mas não é a única a perder o brilho na visão do bancão
Ações das petroleiras caem em bloco nesta quinta-feira (3) com impacto do tarifaço de Donald Trump. Goldman Sachs também muda recomendação de outra empresa do segmento e indica que é hora de proteção
Embraer (EMBR3) tem começo de ano lento, mas analistas seguem animados com a ação em 2025 — mesmo com as tarifas de Trump
A fabricante de aeronaves entregou 30 aviões no primeiro trimestre de 2025. O resultado foi 20% superior ao registrado no mesmo período do ano passado
Oportunidades em meio ao caos: XP revela 6 ações brasileiras para lucrar com as novas tarifas de Trump
A recomendação para a carteira é aumentar o foco em empresas com produção nos EUA, com proteção contra a inflação e exportadoras; veja os papéis escolhidos pelos analistas
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Onde investir em abril? As melhores opções em ações, dividendos, FIIs e BDRs para este mês
No novo episódio do Onde Investir, analistas da Empiricus Research compartilham recomendações de olho nos resultados da temporada de balanços e no cenário internacional
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
Petrobras faz parceria com BNDES e busca rentabilidade no mercado de créditos de carbono
Protocolo de intenções prevê compra de créditos de carbono de projetos de reflorestamento na Amazônia financiados pelo Banco
Adeus, Ibovespa: as ações que se despedem do índice em maio e quem entra no lugar, segundo a primeira prévia divulgada pela B3
A nova carteira passa a valer a partir do dia 5 de maio e ainda deve passar por duas atualizações preliminares
Vale (VALE3) garante R$ 1 bilhão em acordo de joint venture na Aliança Energia e aumenta expectativa de dividendos polpudos
Com a transação, a mineradora receberá cerca de US$ 1 bilhão e terá 30% da nova empresa, enquanto a GIP ficará com 70%
Michael Klein de volta ao conselho da Casas Bahia (BHIA3): Empresário quer assumir o comando do colegiado da varejista; ações sobem forte na B3
Além de sua volta ao conselho, Klein também propõe a destituição de dois membros atuais do colegiado da varejista
Ex-CEO da Americanas (AMER3) na mira do MPF: Procuradoria denuncia 13 antigos executivos da varejista após fraude multibilionária
Miguel Gutierrez é descrito como o principal responsável pelo rombo na varejista, denunciado por crimes como insider trading, manipulação e organização criminosa
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Mais valor ao acionista: Oncoclínicas (ONCO3) dispara quase 20% na B3 em meio a recompra de ações
O programa de aquisição de papéis ONCO3 foi anunciado dias após um balanço aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Casas Bahia (BHIA3) quer pílula de veneno para bloquear ofertas hostis de tomada de controle; ação quadruplica de valor em março
A varejista propôs uma alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill dias após Rafael Ferri atingir uma participação de cerca de 5%