Ibovespa sobe com aprovação da PEC da Transição na Câmara; IRB brilha e salta mais de 24%, enquanto Magazine Luiza anota maior queda do índice
O índice superou a volatilidade vista mais cedo com uma ajuda dos setores bancário e de saúde e de ações ligadas a commodities

A vida no Ibovespa é uma eterna precificação e reprecificação de como o cenário econômico, corporativo e político afeta os ativos de risco. E, no momento, essa última esfera é a maior fonte de ruídos para o mercado acionário.
Ontem à noite os deputados aprovaram em primeiro turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. A votação do segundo turno foi concluída nesta quarta-feira (21) quase no final do pregão. O texto agora deve voltar ao Senado para uma nova análise.
A expectativa do mercado era de que a proposta que viabiliza mais um furo no teto de gastos sofresse novas desidratações. Uma das mudanças no texto encurtou de dois para um ano de validade a ampliação da regra fiscal em R$ 145 bilhões.
O relator da proposta, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), também retirou o trecho que excluía da regra fiscal os gastos com empréstimos internacionais.
Por outro lado, os parlamentares rejeitaram um destaque que retiraria da PEC a possibilidade de o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propor uma nova âncora fiscal para substituir o teto de gastos por lei complementar, sem precisar de uma nova emenda constitucional.
A rejeição da alteração proposta pelo partido Novo aumentou a insegurança fiscal e levou a uma redução no ritmo de queda dos juros futuros.
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O Ibovespa, por sua vez, sofreu com as incertezas ao longo do dia. O principal índice acionário da B3 descolou-se das fortes altas vistas no exterior e operou em alta volatilidade, com Magazine Luiza (MGLU3) e outras varejistas liderando as quedas.
Mas, com a ajuda dos bancos, empresas de saúde e de ações ligadas a commodities, o saldo final foi uma alta de 0,53%, aos 107.433 pontos. O grande destaque da sessão foram os papéis do IRB (IRBR3), que saltaram mais de 24% com a notícia de que as finanças da companhia voltaram a ficar no azul.
O dólar à vista também inverteu o sinal algumas vezes hoje e encerrou o dia próximo à estabilidade. A moeda norte-americana registrou um leve recuo de 0,07%, a R$ 5,2030.
Sobe e desce do Ibovespa
O IRB (IRBR3) foi o grande destaque do Ibovespa hoje. As ações do ressegurador entraram em leilão por oscilação máxima diversas vezes ao longo do pregão e fecharam com um salto de quase 25%.
O combustível para a alta foi a notícia de que a empresa voltou a ficar no azul em outubro. O IRB registrou lucro líquido de R$ 6,4 milhões, ante prejuízo de R$ 84,8 milhões na comparação com o mesmo mês de 2021.
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
IRBR3 | IRB ON | R$ 1,01 | 24,69% |
SULA11 | SulAmérica units | R$ 21,86 | 6,33% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 5,15 | 5,10% |
RDOR3 | Rede D'Or ON | R$ 28,70 | 4,48% |
TOTS3 | Totvs ON | R$ 28,41 | 3,99% |
Já a ponta negativa do Ibovespa foi ocupada pelas ações do Magazine Luiza (MGLU3) e outras varejistas, que devolveram parte da alta acumulada nos últimos dias. Veja abaixo:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 2,61 | -7,45% |
ALPA4 | Alpargatas PN | R$ 14,30 | -3,70% |
MRVE3 | MRV ON | R$ 7,56 | -3,08% |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 12,25 | -2,31% |
JBSS3 | JBS ON | R$ 20,24 | -2,08% |
Câmara aprova PEC da Transição
O destaque do dia foi que a Câmara dos Deputados aprovou, com 331 votos favoráveis e 163 contrários, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição em segundo turno.
A aprovação ocorre quase duas semanas após os senadores já terem dado seu aval ao texto e chegou a quase ser inviabilizada por questões externas, como o julgamento do Supremo Tribunal Federal, que tornou o orçamento secreto inconstitucional, e a montagem da equipe ministerial pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Os deputados fizeram modificações no texto da PEC, encurtando de dois para um ano de validade a ampliação do teto de gastos de R$ 145 bilhões.
Esse acordo já vinha sendo costurado, mas o martelo foi batido em reunião na manhã de ontem, na residência oficial do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), com a presença do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Mercados internacionais
No exterior, as bolsas asiáticas fecharam sem rumo definido após o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) alargar a tolerância da curva de juros dos títulos do governo.
Com o ajuste, os juros dos títulos globais avançaram e atingiram os maiores patamares em anos. Confira como encerraram os principais mercados da Ásia hoje:
- Tóquio: -0,68%
- Seul: -0,19%
- Xangai: -0,17%
- Hong Kong: +0,34%
- Taiwan: +0,45%
Já as bolsas europeias e americanas subiram com dados otimistas sobre confiança do consumidor na Europa e nos Estados Unidos.
O FTSE, principal índice acionário de Londres, avançou 1,72%, enquanto o DAX, da Alemanha, subiu 1,54%. O melhor desempenho foi registrado pelo francês CAC 40, que anotou ganhos de 2,01%.
Em Wall Street, a alta também foi patrocinada pela Nike. A gigante dos artigos esportivos divulgou ontem o balanço do segundo trimestre fiscal de 2023, encerrado em 30 de novembro de 2022, e surpreendeu.
O lucro líquido do período permaneceu estável, mas o lucro por ação de US$ 0,85 e a disparada de 17% da receita superaram as previsões dos analistas. Hoje, as ações da Nike chegaram a dar um salto de 14% em Nova York apoiadas pelo desempenho trimestral da empresa.
Veja como fecharam os principais índices de Nova York:
- Dow Jones: +1,60%
- S&P 500: +1,49%
- Nasdaq: +1,54%
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