Ibovespa encerrou o dia em queda de 2,58%, aos 110.243 pontos
Bolsa agora: Ibovespa perde força e cai mais de 2% com incertezas fiscais e espera por PEC; Americanas (AMER3) despenca com avanço dos juros
RESUMO DO DIA: As bolsas de valores estrangeiras amanhecem sem uma direção clara nesta quarta-feira (16). A manutenção das altas observadas durante o feriado no Brasil é ameaçada por temores de uma nova escalada da guerra na Ucrânia. Por aqui, a PEC da transição e o pronunciamento do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva movimentam o cenário doméstico para o Ibovespa, na reta final da temporada de balanços.
Acompanhe por aqui o que mexe com a bolsa, o dólar e os demais mercados hoje, além das principais notícias do dia.
- Nasdaq: -1,54%
- S&P 500: -0,80%
- Dow Jones: -0,11%
O dólar à vista encerrou o dia em alta de 1,55%, a R$ 5,3817
Revertendo o movimento visto na última segunda-feira, as ações da Embraer (EMBR3) operam em forte alta hoje. Os investidores repercutem a aprovação de um financiamento de R$ 2,2 bilhões destinado a exportação de aviões por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável (BNDES)
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 14,15 | 8,18% |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 59,04 | 2,25% |
GETT11 | Getnet units | R$ 4,70 | 1,51% |
B3SA3 | B3 ON | R$ 12,54 | 0,56% |
BRAP4 | Bradespar PN | R$ 27,04 | 0,52% |
A curva de juros passou por um movimento de forte alta nesta tarde, em antecipação ao texto da PEC de transição. A inclinação alimenta a forte queda das empresas do setor de varejo. Confira:
CÓDIGO | NOME | ULT | FEC |
DI1F23 | DI Jan/23 | 13,71% | 13,70% |
DI1F24 | DI Jan/24 | 14,08% | 13,69% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 13,37% | 12,92% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 13,17% | 12,74% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 13,09% | 12,72% |
O mercado aguarda ansioso a apresentação da PEC de transição pel governo eleito, o que deve acontecer após às 18h.
Mais cedo, o senador Paulo Rocha disse que o texto não deve trazer valores, mas o pedido é para que apenas o Bolsa Família fique de fora do teto de gastos. O pedido inicial do governo é de que a medida seja válida por 4 anos, mas o tempo será discutido pelo Congresso.
Na apresentação de novos nomes da equipe de transição, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, afirmou que a ancoragem fiscal será debatida com mais calma, mas não neste momento. A declaração coincidiu com uma piora do ritmo de queda do Ibovespa.
Desde que a Cosan (CSAN3) anunciou ter comprado uma fatia de 6,5% da Vale (VALE3), no mês passado, o mercado correu para buscar respostas e compreender melhor a estrutura complexa do negócio. Como de costume, os ânimos se acalmaram passadas algumas semanas — período em que os executivos da holding prestaram diversas explicações a respeito da transação.
Mas, como todo mundo sabe, toda história tem, no mínimo, dois lados. E o ângulo da Vale nesse episódio parece estar sendo revelado aos poucos.
De acordo com Paulo Rocha, o texto da PEC de transição será anunciado no Senado às 18h, e deve conter apenas a excepcionalização do Bolsa Família.
De acordo com o senador, não serão apresentados valores, já que o detalhamento deve ser feito pela Lei Orçamentária. Além disso, Rocha afirmou que um prazo para os gastos acima do teto não foi definido e será negociado no Congresso.
Momentos antes do início da fala do presidente eleito, o vice-presidente Geraldo Alckmin voltou a falar com a imprensa.
Alckmin falou que detalhes sobre os valores da PEC serão explicitados logo mais e que a ancoragem fiscal será debatida com mais calma, mas não neste momento. A declaração coincidiu com uma piora do ritmo de queda do Ibovespa.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva participa do painel “Brazil’s vision in climate and environment” na COP-27, no Egito. Existe uma grande expectativa com a fala do futuro chefe do Planalto tanto para o panorama doméstico quanto para os ouvintes do exterior.
Essa expectativa se intensifica com rumores de que a futura ministra do Meio Ambiente será Marina Silva, deputada federal da Rede por São Paulo, o que demonstraria uma sinalização positiva com a agenda ambiental internacional.
O Ibovespa opera em queda de 1,80%, aos 111.124 pontos, na expectativa do pronunciamento do presidente eleito Lula na COP-27.
Confira as maiores altas:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 13,98 | 6,88% |
BRFS3 | BRF ON | R$ 11,59 | 1,49% |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 58,54 | 1,39% |
ASAI3 | Assaí ON | R$ 19,83 | 1,17% |
CMIN3 | CSN Mineração ON | R$ 3,81 | 0,79% |
E as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 5,87 | -8,28% |
AMER3 | Americanas S.A | R$ 11,74 | -6,38% |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 14,17 | -4,84% |
RENT3 | Localiza ON | R$ 62,28 | -4,76% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 3,45 | -4,70% |
Após o feriado nacional, o Ibovespa repercute os balanços trimestrais divulgados na última segunda-feira (14), entre eles os resultados da Embraer (EMBR3).
A bolsa brasileira recua 1,44%, aos 111.530 pontos.
O dia tem sido de cautela, ou seja, com maior aversão ao risco dos investidores, que seguem atentos às movimentações do governo eleito e à incerteza fiscal que sobre a PEC de transição. Como consequência, os juros futuros avançam, afetando os setores mais sensíveis, como varejo e construção.
Os destaques do dia são Embraer (EMBR3), que lidera os ganhos do Ibovespa hoje; na ponta negativa, Hapvida (HAPV3) e Lojas Americanas (AMER3) caem mais de 6%.
As commodities, por sua vez, pouco influenciam os ativos do Ibovespa nesta quarta-feira. O minério de ferro encerrou as negociações em Dalian, na China, em alta de 2,16%, com a tonelada a US$ 103,67. O petróleo tipo Brent opera em queda de 1,97%, com o barril a US$ 92,02.
Nos EUA, as bolsas operam em queda após dados do varejo e indústria, com temor a uma nova elevação dos juros americanos pelo Federal Reserve (Fed) na próxima reunião, datada em 14 de dezembro.
Além disso, a escalada das ações da Rússia contra a Ucrânia intensificam a cautela dos investidores.
Confira o desempenho de Nova York:
- Dow Jones: -0,10%;
- S&P 500: -0,60%;
- Nasdaq: 1,08%.
Por fim, o dólar à vista opera em queda, mas próximo da estabilidade, ante o real. A moeda americana cai 0,09%, a R$ 5,3263.
As ações da Minerva (BEEF3) recuam 7,12%, negociadas a R$ 13,84 nesta quarta-feira.
A depreciação da moeda chinesa e período sazonal mais fraco desaceleraram as exportações de carne bovina para a China, o maior parceiro econômico do Brasil no setor.
Segundo a avaliação de analistas da Ajas Asset Management, “a fraqueza da demanda chinesa mostra maior pressão para as produtores de beef. Já aves e carne suína podem continuar com margens pressionadas, diante da pouca visibilidade dos preços de grãos”.
As bolsas americanas abriram sem direção única nesta quarta-feira (16), após dados de varejo (veja nota 10h40) e produção industrial (veja nota 11h15) divulgadas mais cedo. Além disso, o cenário geopolítico, com a escalada de guerra da Rússia contra a Ucrânia aumenta a cautela dos investidores.
Confira a abertura em Nova York:
- Dow Jones: +0,02%;
- S&P 500: -0,32%;
- Nasdaq: -0,81%.
As ações das Lojas Americanas (AMER3) caem 5,90%, a R$ 11,80, sendo uma das maiores quedas do dia.
Os setores de varejo e de construção, mais sensíveis aos juros, recuam nesta quarta-feira, pelo avanço dos DIs, diante do ambiente de incertezas fiscais, protagonizada pela PEC de transição.
Confira como estão os DIs:
NOME | ULT | FEC |
DI Jan/23 | 13,70% | 13,70% |
DI Jan/24 | 13,82% | 13,69% |
DI Jan/25 | 13,07% | 12,92% |
DI Jan/26 | 12,90% | 12,74% |
DI Jan/27 | 12,87% | 12,72% |
Há pouco, o Federal Reserve (Fed) divulgou que a produção industrial dos EUA caiu 0,1% entre setembro e outubro, abaixo das expectativas de alta de 0,1%.
Depois da abertura positiva, o Ibovespa vem renovando mínimas da sessão e já recua mais de 1%.
As vendas no varejo americano registraram alta de 1,3% entre setembro e outubro, acima das projeções de crescimento de 1,2% do mercado.
Sem automóveis, as vendas no varejo avançaram 1,3% entre setembro e outubro, também melhor que a expectativa de alta de 0,6% dos analistas.
As vendas de setembro ante agosto foram revisados para baixo, de +0,3% para 0%.
Os dados foram divulgados há pouco pelo Departamento do Comércio dos EUA.
Como reação aos números, os índices futuros acentuaram as perdas, em temor de uma nova elevação dos juros americanos pelo Federal Reserve (Fed), e operam instáveis.
As ações da Embraer (EMBR3) sobem 5,43%, a R$ 13,78, e são a maior alta do Ibovespa.
Os papéis da companhia aérea repercutem a aprovação de um financiamento de R$ 2,2 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável (BNDES), para a exportação de aviões.
Na última segunda-feira (14), a empresa reportou prejuízo líquido de R$ 160,4 milhões entre julho e setembro deste ano, na comparação anual.
O Ibovespa opera em queda de 0,31%, aos 112.809 pontos, na contramão nos índices futuros de Nova York.
As incertezas sobre a PEC de transição e a expectativa de pronunciamento do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pesam negativamente na bolsa brasileira, por maior cautela dos investdores.
Confira as maiores altas:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 13,70 | 4,74% |
BRFS3 | BRF ON | R$ 11,85 | 3,77% |
IRBR3 | IRB ON | R$ 0,97 | 3,19% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 6,14 | 2,16% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 12,68 | 1,60% |
E as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
JBSS3 | JBS ON | R$ 25,97 | -3,60% |
CMIG4 | Cemig PN | R$ 10,50 | -3,05% |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 14,46 | -2,89% |
RENT3 | Localiza ON | R$ 63,73 | -2,54% |
RADL3 | Raia Drogasil ON | R$ 23,29 | -2,31% |
A Rumo Logística (RAIL3) resolveu de uma vez por todas uma antiga disputa com os sócios da Brado Logística, uma subsidiária que atua na movimentação inteligente de contêineres. Mas para isso precisou abrir a carteira.
Para ficar com 100% de participação na Brado, a Rumo vai desembolsar R$ 400 milhões. Desta forma, a empresa encerrará o procedimento de arbitragem após a conclusão do negócio.
A Rumo conta pouco sobre a disputa, e aliás nem mencionou o nome da Brado no fato relevante encaminhado hoje à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Nos primeiros minutos do pregão desta quarta-feira (16), o Ibovespa passou a operar em queda com peso maior do cenário doméstico.
A bolsa brasileira cai 0,26%, aos 112.867 pontos.
O mercado reage com maior cautela com incertezas sobre a PEC de transição do governo no radar. A proposta deve, entre outras medidas, assegurar o Bolsa Família/Auxílio Brasil fora do teto de gastos.
O Ibovespa encerrou os leilões e abriu o pregão em leve alta de 0,17%, aos 113.349 pontos e acompanha recuperação das bolsas do exterior.
No mesmo horário, o dólar à vista opera em baixa de 0,21%, a R$ 5,3112.
O minério de ferro negociado em Dalian (China) encerrou o dia em alta de 2,16%, com a tonelada cotada a US$ 103,67.
O dólar à vista, que abriu em alta acima de 0,60%, inverteu o sinal há pouco e cai.
A moeda americana recua 0,20% ante ao real, negociada a R$ 5,3202.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) permitiu que a Cosan (CSAN3) seja um acionista que veio mesmo para ficar dentro da Vale (VALE3). Conforme publicação do Diário Oficial da União (DOU) e dentro do que era esperado pelo mercado, a holding poderá aumentar sua fatia para até 6,5% na mineradora.
Atualmente, ela é dona de 4,9% da Vale, em uma operação complexa que mistura aquisição de papéis VALE3 no mercado à vista e estrutura de derivativos.
No futuro, caso tudo saia conforme o previsto, a participação da Cosan na mineradora pode chegar a 6,5% em até cinco anos — mas isso ainda dependia da aprovação do Cade.
O nosso colunista, Nilson Marcelo, identificou uma oportunidade na bolsa hoje: lucro de mais de 8% com ações da Taurus (TASA4).
QUEM JOGOU A BOMBA?
Lá fora, as bolsas asiáticas encerraram o dia predominantemente em baixa nesta quarta-feira (16), apesar das movimentações positivas de Wall Street durante ontem, enquanto os investidores ponderam sobre o impacto da situação geopolítica após relatos de ataques com mísseis russos cruzando a Polônia e matando duas pessoas.
Os mercados europeus amanhecem tensionados, enquanto os futuros americanos até conseguem ensaiar uma tímida alta. O que temos de alta deriva dos dados dos produtores de ontem, que mostraram um aumento menor do que o esperado nos preços, elevando as expectativas e que o Fed desacelere o ritmo do aperto monetário.
Ainda que os EUA possam ter lidado com o pico da inflação, o mesmo não pode ser dito para a Europa, com os preços dos alimentos e dos combustíveis elevando a taxa de inflação do Reino Unido em outubro. Mais dados econômicos são aguardados lá fora, enquanto seguimos acompanhando no Brasil a equipe de transição.
A ver…
00:36 — Nervosismo de transição
Por aqui, as fontes de Brasília se dividem sobre o nome para comandar a Fazenda nos próximos quatro anos de Lula — muitos falam de Fernando Haddad, enquanto alguns voltaram a especular a chance de Geraldo Alckmin na Fazenda (a chance de a pasta ser ocupada por um nome técnico, como Pérsio Arida ou Henrique Meirelles, perdeu força). Vale lembrar que só soubemos o nome de Palocci em 2002 no início de dezembro. Ou seja, o mercado ainda pode ficar mais um tempo nervoso com o tema.
Até mesmo porque o Lula está bem longe. O presidente eleito está no Egito para a COP27, onde tentará apresentar um novo posicionamento brasileiro para o mundo. No evento, poderemos ter o nome da pessoa que vai ocupar o Ministério do Meio Ambiente (Marina Silva é a favorita) e o anúncio da candidatura do Brasil para a COP30, em 2025 — sediaremos em 2023 o encontro com presidentes sul-americanos e, em 2024, o G20 e a Conferência dos BRICS. Enquanto isso, Alckmin seguiu no Brasil para tocar a equipe de transição. A expectativa é de que a PEC de Transição seja apresentada hoje e que conte com um waiver de um ano na casa dos R$ 130 bilhões.
1:23 — Inflação ao produtor
Nos EUA, ainda é prematuro concluir que um pivô dovish do Fed está a caminho, embora os comentários do vice-presidente da autoridade monetária, Lael Brainard, além das surpresas negativas nos relatórios de inflação de outubro, aumentem as chances. Ontem, por exemplo, os preços do produtor subiram 0,2% em outubro em relação ao mês anterior, bem abaixo da previsão dos economistas de alta de 0,5% — o relatório acompanha os preços ao consumidor melhor do que o esperado na semana passada e é mais uma indicação de que a inflação pode estar chegando ao pico.
Consequentemente, o mercado indica uma chance de 80,6% de o Fed aumentar as taxas em apenas 50 pontos-base no próximo mês (14 de dezembro) e uma chance de 19,4% de outra alta de 75 pontos-base. Os investidores parecem estar concluindo que o ciclo de aperto da política monetária do Fed atingirá o pico mais cedo, com uma taxa de fundos federais terminal logo ao redor de 5,00%. Resta ver outros dados de atividade, como as vendas no varejo para outubro, divulgadas hoje (devemos ter um ganho de 0,5% em relação ao mês anterior e surpresas vão afetar o mercado).
02:07 — O míssil
No exterior, a situação geopolítica também pesou no sentimento do mercado após relatos de ataques com mísseis russos cruzando a Polônia, membro da OTAN, e matando duas pessoas no leste do país. A Polônia convocou o embaixador da Rússia em Varsóvia para uma explicação depois que Moscou negou a responsabilidade. Se a Rússia for responsável, a OTAN pode ser forçada a responder em nome da Polônia.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que os Estados Unidos e seus aliados da OTAN estão investigando a explosão, mas informações iniciais sugerem que ela pode não ter sido causada por um míssil disparado da Rússia. O medo é de que o evento pudesse desencadear uma escalada na guerra da Rússia com a Ucrânia. A menos que haja evidência em contrário, as preocupações do mercado devem se dissipar.
03:05 — O encontro do G20
Algum aprimoramento das relações parece estar acontecendo na cúpula do G20 depois que o presidente americano, Joe Biden, se reuniu com o líder chinês, Xi Jinping, por três horas na segunda-feira. Embora Taiwan ainda seja um problema, os dois lados concordaram em retomar as negociações sobre o clima e abordaram a estabilidade da cadeia de suprimentos, bem como a segurança alimentar.
A linguagem também foi mais calorosa, observando que deveria haver mais incentivos para trabalhar em conjunto. O próprio presidente americano disse que acredita absolutamente que não precisa haver uma nova Guerra Fria. A cúpula do G20 (cerca de 80% do PIB global) tomará o noticiário internacional durante os próximos dias, com expectativa de resoluções importantes sobre a guerra na Ucrânia.
04:10 — 8 bilhões
A população da Terra atingiu a marca de 8 bilhões nesta semana, segundo projeções da ONU. É o resultado de um surto de crescimento no último século: havia apenas 2 bilhões de humanos em 1925 e 4 bilhões em 1974 – então, mais uma vez, dobramos nossos números em menos de 50 anos.
E o que impulsionou o crescimento?
As pessoas estão vivendo melhor e por mais tempo. As taxas de mortalidade infantil e materna caíram, os cientistas desenvolveram curas para doenças mortais e as taxas de pobreza extrema despencaram. O crescimento, porém, está atingindo um limite e irá remodelar a sociedade.
Espera-se que a população mundial atinja o pico na década de 2080 em 10,4 bilhões de pessoas, permaneça lá por algumas décadas e depois caia no início do século 22, acompanhando a queda das taxas de fertilidade (muitos países não estão produzindo bebês suficientes para manter o crescimento). Para exemplificar, as populações de 61 países devem cair pelo menos 1% até 2050, com a Europa Oriental sofrendo as maiores perdas — o crescimento veio de países como Nigéria, Tanzânia e Paquistão, que serão responsáveis por mais da metade do aumento populacional projetado até 2050.
Isso gera desdobramentos importantes para a economia: menos crianças significa menos trabalhadores contribuindo para a economia, ao mesmo tempo em que o número crescente de idosos exigirá suporte. Para ter uma ideia, de acordo com a ONU, em 2050 o número de pessoas com 65 anos ou mais será mais que o dobro do número de crianças com menos de cinco anos. Tudo precisará ser reimaginado. Assim, com o pico da população humana no horizonte, devemos esperar que o declínio demográfico se torne uma questão política mais proeminente nos próximos anos.
Com a maior cautela do cenário doméstico, no campo político, e a alta do dólar à vista, os juros futuros (DIs) abriram as negociações desta quarta-feira (16) em alta. Confira:
NOME | ULT | FEC |
DI Jan/23 | 13,70% | 13,70% |
DI Jan/24 | 13,83% | 13,69% |
DI Jan/25 | 13,13% | 12,92% |
DI Jan/26 | 12,95% | 12,74% |
DI Jan/27 | 12,90% | 12,72% |
Os índices futuros de Nova York, que iniciaram o dia em alta, perderam o fôlego há pouco e passam a operar no campo negativo:
- Dow Jones futuro: -0,03%;
- S&P 500 futuro: -0,04%;
- Nasdaq futuro: -0,13%.
O Ibovespa futuro abriu em queda de 1,66%, aos 113.580 pontos, com a maior cautela dos mercados sobre a PEC de transição, que deve ser apresentada pelo governo eleito.
No mesmo horário, o dólar à vista abriu em alta de 0,63%, cotada a R$ 5,3332.
As ações das companhias Embraer (EMBR3), Banrisul (BRSR6), Espaçolaser (ESPA3), Localiza (RENT3) e Nubank (NUBR33) devem ser os principais ativos entre altas e baixas do Ibovespa nesta quarta-feira (16).
Isso deve acontecer em razão dos resultados trimestrais divulgados na última segunda-feira (15), véspera de feriado nacional.
O petróleo inverteu a tendência de queda de mais cedo e passou a subir nesta quarta-feira (16).
Uma notícia da imprensa internacional afirma que um navio petroleiro de Israel foi atingido por um drone do Irã no Golfo de Omã. Além disso, a escalada da guerra na Ucrânia também deve enxugar a oferta da commodity, o que pode fazer as cotações subirem ainda mais.
Assim, o petróleo passou a operar da seguitne forma:
- Petróleo Brent: US$ 94,56 (+0,76%)
Ainda no campo das matérias-primas, o minério de ferro também sobe nesta quarta-feira (16). O relaxamento das políticas de covid zero na China empolgam, mas os impactos dos lockdowns sucessivos afetam o desempenho da segunda maior economia do planeta.
- Minério de ferro: US$ 93,50 (+1,14%)
O principal índice da bolsa brasileira aguarda com grande expectativa o texto da PEC da transição, que deve abrir um buraco entre R$ 130 e R$ 175 bilhões nas contas públicas para dar conta de todas as promessas do governo que se inicia.
Além disso, há grande expectativa com o pronunciamento do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, diretamente da COP-27, no Egito.
Confira o fechamento dos negócios na última segunda-feira (14):
- Ibovespa: 113.161 pontos (+0,81%)
- Dólar: R$ 5,2998 (-0,64%)
A PEC da Transição deve ser finalmente anunciada hoje.
Caso isso se confirme, o anúncio colocará fim a um impasse político que se estende há mais de uma semana.
No atual estágio das negociações, o encaminhamento é para que a PEC preveja o valor de R$ 175 bilhões para gastos sociais fora do teto em 2023.
A ideia é retirar todo o Bolsa Família do teto de gastos. A duração dessa licença, contudo, deve ser debatida junto ao Congresso. O PT pleiteia um prazo de quatro anos.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou um pronunciamento para as 12h15 desta quarta-feira (16).
O teor do pronunciamento não está claro.
Em visita ao Egito para a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-27), Lula confirmou presença no painel “Carta da Amazônia — uma agenda comum para a transição climática”.
Lula está acompanhado, entre outras pessoas, da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) e do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). Ambos estão na lista de ministeriáveis no próximo governo.
Enquanto Ásia e Europa recuam com medo da guerra, os investidores estadunidenses acompanham outros eventos nesta quarta-feira (16).
Isso porque o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) divulga os números da produção industrial de outubro. Além disso, diversos representantes da autoridade monetária também falam em eventos ao longo do dia.
Confira as bolsas por lá:
- Dow Jones Futuro: +0,31%
- S&P 500 Futuro: +0,34%
- Nasdaq Futuro: +0,34%
A abertura dos negócios na Europa começou pressionada pelos temores de uma escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Para além da guerra, os investidores acompanham a participação dos presidentes do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE) em eventos ao longo do dia.
O destaque da manhã vai para a inflação do Reino Unido, que ultrapassou os 11% em outubro e atingiu um novo recorde histórico — um sinal de que o BoE deve apertar ainda mais os juros por lá.
Confira como operam os índices hoje:
- Euro Stoxx 50: -0,21%
- DAX (Alemanha): -0,50%
- CAC 40 (França): -0,17%
- FTSE 100 (Reino Unido): +0,14%
Os índices da Ásia e Pacífico fecharam majoritariamente em queda nesta quarta-feira (16). Investidores da região aguardam os desdobramentos geopolíticos da queda de um míssil na Polônia.
A princípio, acreditava-se que se tratava de um ataque russo ao país, mas a narrativa perdeu força dada a trajetória do projétil. Existe alguma chance de a Ucrânia ser autora do atentado, segundo informações preliminares, mas nada é certo.
Confira o fechamento das principais bolsas por lá:
- Xangai: -0,45%
- Nikkei: +0,14%
- Kospi (Coreia do Sul): -0,12%
O ex-presidente norte-americano Donald Trump lançou no fim da noite de terça-feira (16) sua pré-candidatura para retornar à Casa Branca.
“Para tornar a América grande e gloriosa novamente, estou anunciando esta noite minha candidatura à presidência dos EUA”, disse Trump ao público presente ao evento em sua residência/clube em Mar-A-Lago, na Flórida.
“Estou concorrendo porque acredito que o mundo ainda não assistiu à verdadeira glória do que esta nação pode ser. Vamos novamente colocar os EUA em primeiro lugar”, acrescentou.
Primeiro presidente da história dos EUA a sofrer o impeachment duas vezes, o mandato de Trump terminou com a sombra da invasão do Capitólio, em janeiro do ano passado.
O pronunciamento de ontem à noite vinha sendo antecipado há algumas semanas.
A intenção original do ex-presidente era anunciar a candidatura na esteira de uma vitória retumbante nas eleições de meio de mandato. Mas faltou combinar com as urnas.
Ao contrário das projeções de que aliados de Trump fossem varrer o Congresso, o Partido Democrata manteve a maioria no Senado. Já na Câmara, o Partido Republicano terá uma pequena maioria – e com menos trumpistas do que se esperava.
Representantes dos países membros da Organização do Atlântico Norte (Otan) marcaram para hoje uma reunião de emergência depois de um míssil de fabricação russa ter caído na Polônia na terça-feira (15), provocando a morte de duas pessoas.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou a falar em “escalada do conflito”. Apenas algumas horas depois de ter apresentado um “plano de paz”.
Mas a tensão diante da suspeita inicial de que a Rússia teria atacado um integrante da Otan dissipou-se parcialmente nas últimas horas.
Isso porque, aparentemente, apesar de o míssil ter sido fabricado pela Rússia, suspeita-se agora que o projétil tenha sido disparado pela Ucrânia, caindo acidentalmente na Polônia.
Moscou, obviamente, nega a autoria do disparo. Para os russos, a acusação representa uma “provocação deliberada”.
O mais provável, segundo relatos de fontes em serviços de espionagem ocidentais à Associated Press, é que, numa tentativa de repelir um ataque aéreo russo, um projétil da defesa antimísseis da Ucrânia tenha errado o alvo e caído no país vizinho.
É importante lembrar que parte considerável do arsenal ucraniano é composto de armas e munições de fabricação russa.
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, admitiu que não é possível saber quem disparou o míssil. Segundo ele, porém, trata-se de um “incidente isolado”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a trajetória do projétil descarta a teoria de que o míssil teria sido disparado de território russo.
Na reunião de hoje, em Bruxelas, os países da Otan serão representados por seus embaixadores na entidade.
Embora as informações disponíveis sejam preliminares, o comentário de Biden diminui as chances de invocação da cláusula de defesa mútua do Otan — algo que dragaria a aliança militar para dentro do conflito entre Rússia e Ucrânia.