Ibovespa escapa do mau humor em NY e sobe mais de 1% na semana; dólar fica abaixo dos R$ 5

O grande trepidar que tomou conta do mercado financeiro nas últimas semanas fez mais uma vítima nesta sexta-feira – a jaula do urso sofreu avarias e ele voltou a circular entre nós. 

No meio da tarde, o S&P 500 atingiu uma marca preocupante e indesejada para os investidores – um recuo de 20% desde o seu último topo, registrado em 4 de janeiro deste ano. Com o urso tomando conta da sala, o índice entrou oficialmente em “bear market”. 

Em outras palavras, isso significa que uma reversão de tendência se consolidou. Chegou a hora do mercado “de baixa”. 

As bolsas americanas conseguiram escapar das garras do urso, mas ele segue à espreita, esperando uma nova oportunidade para fixar sua morada em Wall Street. O Dow Jones e o S&P 500 encerraram a sessão em leves altas, mas o Nasdaq fechou no vermelho. 

Uma redoma de proteção impediu que o Ibovespa sentisse o ataque voraz. Na contramão do restante do mundo, o banco central chinês segue tentando estimular a economia para evitar que uma nova crise surja após a onda de covid-19 que atingiu o país. 

Estímulo na China é sinal de boas notícias para as empresas produtoras de commodities. E foram justamente elas que sustentaram a alta do Ibovespa hoje. 

O principal índice da B3 encerrou a sessão em alta de 1,39%, aos 108.487,88 pontos, um acumulo de 1,46% nos últimos cinco dias. O dólar à vista estendeu as perdas do dia anterior e caiu mais  0,87%, a R$ 4,8740. Na semana, a queda foi de 3,63%.

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Um sopro de alívio da China

Enquanto a maior parte dos bancos centrais enfrentam um período de aperto monetário, o BC da China segue na direção contrária e tenta reanimar a economia local que sofre com a nova onda de coronavírus no país. 

O Banco do Povo da China (PBoC) cortou uma de suas taxas básicas de juros – a de empréstimos de cinco anos, de 4,60% a 4,45%. A taxa de curto prazo, de apenas um ano, ficou estável em 3,70%. 

Essa não é a primeira vez que o governo chinês mostra comprometimento com o estímulo à economia em meio aos novos surtos de covid-19 que atingem o país, mas a notícia foi muito bem recebida pelas bolsas locais e também em mercados dependentes do bom desempenho do setor de commodities – como o Brasil. 

Os economistas esperam que a medida ajude a impulsionar o mercado imobiliário chinês, que além do peso da covid-19, também sente os reflexos da derrocada da Evergrande, no fim do ano passado. 

A perspectiva de aquecimento do setor pressupõe uma maior demanda por aço e deslocamento. Por isso, o petróleo e o minério de ferro se recuperam dos tombos recentes. Em Cingapura, o preço do minério subiu quase 6%. 

No Brasil, a alta das commodities influenciou o Ibovespa, mas também teve reflexos no mercado de juros, que operou em queda nesta sexta-feira. 

Sobe e desce do Ibovespa

O anúncio dos planos de fechamento de capital da Getnet (GETT11) pegou o mercado de surpresa e injetou ânimo nas ações da companhia. A CSN (CSNA3), por outro lado, se beneficiou dos estímulos anunciados pelo governo chinês à economia local e da reação do mercado ao seu novo programa de recompra de ações. 

Outro destaque relevante foi a EcoRodovias (ECOR3), que saiu vitoriosa do leilão da concessão da rodovia Rio-Governador Valadares. Confira as maiores altas da semana:

Na ponta contrária, a Hapvida (HAPV3) despencou após anunciar os seus resultados do primeiro trimestre. Os números desapontaram o mercado ao mostrar um fraco crescimento orgânico e pressão nas margens com despesas herdadas das aquisições recentes. Confira os piores desempenhos da semana.

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