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Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
FECHAMENTO DO DIA

S&P 500, Nasdaq e Dow Jones vão do céu ao inferno com o Fed; entenda a reação das bolsa em NY

O banco central norte-americano entregou o que prometeu: um aumento mais brando da taxa de juro, mas Wall Street não gostou do que viu e inverteu o sinal, fechando o dia em queda

Carolina Gama
14 de dezembro de 2022
18:10 - atualizado às 18:20
Ibovespa, dólar, montanha russa, mercados
Imagem: Montagem Andrei Morais/Shutterstock

O S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones foram do céu ao inferno nesta quarta-feira (14). Os três principais índices da Bolsa de Valores de Nova York operaram em alta durante boa parte do dia até a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). 

Como era esperado, o banco central norte-americano entregou o que prometeu: um aumento mais brando do juro — a taxa básica subiu em 0,50 ponto percentual (pp), indo para a faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano. 

Mas Wall Street não gostou do que acompanhou a decisão e de uma alta de cerca de 1% passaram a cair com a mesma força, encerrando o dia mergulhadas no vermelho. 

Confira a pontuação e a variação dos três principais índices da bolsa de valores dos EUA no fechamento:

  • Dow Jones: -0,42%, 33.966,35 pontos
  • Nasdaq: 0,61%, 3.995,30 pontos
  • S&P 500: -0,76%, 11.170,89 pontos

Por que o Fed desagradou?

Se o Fed cumpriu a promessa, o natural seria uma reação positiva, certo? Não nesse caso.

A cada três meses, o banco central norte-americano apresenta projeções para a economia e para a taxa de juros e foi aí o ponto de tensão. 

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Embora os últimos dados tenham mostrado que a inflação está desacelerando nos EUA, o Fed não está convencido de que essa trajetória está garantida e, por isso, vai continuar elevando o juro — ainda que em ritmo mais brando. 

“A atualização mais relevante para o mercado veio na forma do gráfico de pontos 2023 — a mediana aumentou de 4,6% para 5,1%; indicando que o terminal para o ciclo é um juro entre 5,0% e 5,25%”, disse Ian Lyngen, diretor e estrategista-chefe para o mercado de juros dos EUA do BMO Capital Markets. 

A leitura que Lyngen faz é de que o Fed irá elevar a taxa em 0,50 pp em fevereiro e 0,25 pp em março ou três aumentos consecutivos de 0,25 pp, dependendo de como a inflação evoluir nos próximos meses. 

Já Paul Ashworth, economista-chefe da Capital Economics para os EUA, chama atenção que as projeções do juro em 5,1% no final de 2023 e em 4,1% no final de 2024 ficam 1 pp acima das expectativas do mercado pré-anúncio.

"Sete autoridades esperam que o pico do juro seja ainda maior do que isso, com uma autoridade prevendo que a taxa precisará subir para 5,75% e permanecer lá até pelo menos 2025", afirmou.

Ashworth que a próxima elevação do juro seja de 0,25 pp em fevereiro de 2023.

O S&P 500 cai, mas e a Europa?

As bolsas europeias, que encerraram as negociações antes da decisão do Fed, terminaram o dia majoritariamente em baixa. 

O setor de recursos básicos caiu 1,7% para liderar as perdas, mas as ações de prestadores de serviço e alimentos e bebidas avançaram cerca de 0,7%.

  • Londres: -0,09%
  • Paris:-0,21%
  • Frankfurt: -0,26%

Os investidores europeus passaram o dia de olho na decisão do Fed e também se preparando para as reuniões de política monetária de amanhã, quando Reino Unido, União Europeia e Suíça também devem desacelerar o ritmo de aumento do juro.

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