Ressaca bate forte: S&P 500 tem pior semana em mais de 2 anos com recessão à espreita; saiba por quê
A elevação de 0,75 ponto percentual da taxa de juros nos EUA na quarta-feira (15) provocou uma dor de cabeça que os investidores não conseguiram se livrar mesmo com a alta de hoje
Não deu para o S&P 500. Aquele drink na quarta-feira (15) para comemorar a sinalização do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, de que a próxima elevação de juros tem um teto virou uma tremenda ressaca no dia seguinte — o que resultou em uma dor de cabeça daquelas na semana.
O índice mais amplo de Nova York até recuperou parte das perdas anteriores nesta sexta-feira (17), depois de enfrentar altos e baixos durante toda a sessão, mas o desempenho da semana teve mais peso.
O ganho de 0,77% do dia não foi capaz de apagar a maior perda acumulada em mais de dois anos.
O Dow Jones também tentou, mas não conseguiu. O índice voltou a ficar abaixo da marca de 30.000 pontos depois de cair para os 29 mil pontos quinta-feira pela primeira vez desde janeiro de 2021.
Mas, na semana, o Dow acumulou perda de 5% — a 11ª semana negativa em 12.
O Nasdaq foi pelo mesmo caminho, caindo 5% na semana, ainda que as ações das tech tenham trazido algum alívio para as negociações de hoje.
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Confira a variação e a pontuação dos principais índices de ações dos EUA no fechamento:
- Dow Jones: -0,14%, 29.885,08 pontos
- S&P 500: +0,21%, 3.674,45 pontos
- Nasdaq: +1,43%, 10.798,35 pontos
Por que a ressaca bateu no S&P 500?
Depois da quarta-feira, quando o Fed anunciou a maior elevação da taxa de juros desde 1994, os investidores se concentraram na declaração de Powell indicando que uma alta entre 0,50 ponto percentual (pp) e 0,75 pp estava sobre a mesa para a próxima reunião, de julho.
O mercado gostou de ouvir isso, já que depois de a inflação atingir o maior nível em 40 anos no mês de maio, a possibilidade de um aperto monetário de calibre ainda maior, passou a ser considerada pelos investidores.
Mas assim como acordar de um pileque, Wall Street resolveu ontem olhar os estragos em volta e a realidade não agradou. O resultado foi uma perda fortíssima das bolsas norte-americanas.
O movimento do mercado de ações ontem e na semana levantam mais questões sobre quando uma recessão virá — isso se ainda não chegou.
O Wells Fargo, por exemplo, acredita que a recessão de curto prazo se tornou uma conclusão inevitável para muitos investidores, que avaliam agora a duração e o impacto sobre os lucros.
Powell falou hoje, de novo. Em seus comentários, o presidente do Fed ecoou o compromisso do banco central norte-americano de conter a inflação.
E a Europa, como ficou?
As coisas no velho continente também não estão das mais fáceis. Na mesma quarta-feira (15) que o Fed elevou a taxa de juros em 0,75 pp, o Banco Central Europeu (BCE) fez uma reunião de emergência.
Em pauta estava o remédio para tratar os efeitos colaterais de políticas mais restritivas que, assim como nos EUA e no resto do mundo, miram conter a inflação.
Hoje, diferente do que aconteceu com o S&P 500, os mercados europeus fecharam mistos — encerrando uma semana volátil, com as ações globais reagindo ao aperto das políticas dos principais bancos centrais.
O índice pan-europeu stoxx 600 encerrou em alta de 0,1%, com as ações de tecnologia subindo 1,4% para liderar os ganhos. Na contramão, as ações de petróleo e gás caíram mais de 4%.
- Londres: -0,41%
- Paris: -0,06%
- Frankfurt: +0,67%
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