Putin eleva o tom e Ibovespa recua mais de 1% com temor de conflito na Ucrânia; dólar recua

Em comemoração ao Dia do Presidente, a terceira segunda-feira de fevereiro é considerada feriado nacional nos Estados Unidos. Joe Biden, no entanto, ficou longe de ter um dia tranquilo. Sem colocar os pés na Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin inaugurou uma nova fase da escalada de tensão com os Estados Unidos e seus aliados. 

Como as bolsas americanas não abriram devido ao feriado e os índices europeus já haviam encerrado o pregão, o impacto no mercado financeiro foi mais limitado e deve ser sentido com mais força amanhã. 

No Brasil, a troca de farpas levou o Ibovespa a abandonar o campo positivo e cair 1,02%, aos 111.725 pontos, nesta segunda-feira, ignorando o impacto positivo da alta do minério de ferro e do petróleo. O dólar à vista seguiu contando com a ajuda do fluxo estrangeiro e a perspectiva de um ciclo mais longo de elevação da Selic e caiu 0,64%, a R$ 5,1070. 

Mesmo com a alta concentração de tropas russas na fronteira ucraniana, o fim de semana parecia ter inaugurado um novo momento, com a possibilidade de uma cúpula para discutir o assunto, mas não foi assim que a segunda-feira se desenrolou. 

Tudo começou com uma canetada. Putin decidiu reconhecer a autonomia de dois territórios separatistas da Ucrânia – Donetsk e Luhansk –, e não parou por aí. Em pronunciamento televisionado, o presidente russo mostrou que não parece disposto a abrir mão do que acredita. 

Putin atacou com palavras. Em seu discurso, afirmou que a Ucrânia planeja construir armas nucleares e sofre com influências externas, sendo “uma colônia com um governo fantoche”, o que significa uma ameaça à segurança russa caso o país vizinho de fato entre para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).  

O ataque russo teve resposta rápida da Casa Branca. Biden assinará um decreto que proíbe investimentos e outras negociações com as regiões separatistas reconhecidas pela Rússia, com a ameaça de sanções adicionais a qualquer pessoa ou instituição que violar o decreto. 

No comunicado, o governo americano disse ter antecipado essa movimentação, com novas medidas programadas para os próximos dias. Em caso de uma invasão efetiva, a Casa Branca afirma que os EUA e seus aliados responderão com sanções econômicas rápidas e severas. 

O encontro do ano miou?

Nas primeiras horas de pregão, havia cheiro de otimismo no ar. No domingo, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou que Biden e Putin aceitaram participar de uma cúpula para discutir a crise na Ucrânia, como parte da estratégia para discutir a segurança e estabilidade da Europa. A nota confirmava a participação dos dois presidentes.

O governo russo, no entanto, se pronunciou dizendo que um possível encontro dos presidentes pode ser prematuro. Antes disso, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, irá se encontrar com o secretário de Estados dos Estados Unidos, Antony Blinken, nesta quinta-feira (24).

Isso, claro, foi antes dos eventos desta tarde. O desenrolar das negociações é acompanhado de perto. 

Não foi suficiente

Desde que o governo chinês voltou a fechar o cerco contra possíveis manipulações no preço do minério de ferro, a commodity tem sofrido uma forte volatilidade. 

Depois da queda expressiva vista na semana passada, o minério de ferro negociado em Qingdao subiu 5%, a US$ 137,54 nesta segunda. A recuperação impulsionou as mineradoras e siderúrgicas da bolsa brasileira hoje. 

O petróleo também ganhou sobrevida com a intensificação da crise na Ucrânia, com o WTI subindo 2,90%, a US$ 92,83. 

Sobe e desce do Ibovespa

Confira as maiores altas do dia:

Dentre as maiores quedas, o destaque ficou com as ações da Americanas. Durante o fim de semana, os sites de comércio eletrônico da companhia ficaram fora do ar, após a empresa ser vítima de uma tentativa de ataque hacker. Confira também as maiores quedas:

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