Ibovespa despenca mais de 4% em semana pré-eleitoral e dólar à vista se firma em R$ 5,30

Apesar do último pregão antes da definição da eleição presidencial ter sido marcado por uma leve queda de 0,09% do Ibovespa, aos 114.539 pontos,os últimos cinco dias foram de forte cautela e tensão. 

O otimismo visto na semana anterior ficou no passado e a incerteza com relação ao pleito do próximo domingo cresceu, levando o principal índice da bolsa brasileira a acumular perdas de 4,49% no período. O dólar à vista avançou 2,96%, se firmando na casa dos R$ 5,30

A diferença entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro voltou a aumentar nas principais pesquisas eleitorais, mas movimentações da campanha do atual presidente também tiveram a sua parcela de culpa na perda de entusiasmo dos investidores. 

No último domingo, o imbróglio envolvendo a reação violenta de Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro, causou mal estar, mas foram os atritos entre o alto escalão do governo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que mais pesaram. Na percepção do mercado, a temperatura alta indica que o risco de contestação do resultado não pode ser ignorado. 

Assim como aconteceu nos últimos pregões, setores que tendem a ser mais beneficiados em um eventual novo governo petista voltaram a ser destaque, levando as ações das empresas estatais a ficarem de escanteio. 

O Ibovespa encerrou a sessão longe das mínimas, mas passou longe de conseguir acompanhar a forte recuperação vista em Nova York. Lá fora, os investidores voltaram às compras após dias de decepção com o mercado tech, mas a B3 sentiu o peso da reação negativa do mercado aos números da Vale (VALE3) e a queda do minério de ferro. 

Estancando a sangria

A semana foi amplamente negativa para as maiores empresas de tecnologia do mundo — Google, Amazon, Meta e Microsoft apresentaram balanços que não agradaram o mercado e viram as suas ações derreterem, puxando junto os principais índices de Wall Street. 

Nesta sexta-feira, no entanto, o movimento foi estancado. O bom desempenho dos papéis da Apple, assim como a perspectiva de que o Federal Reserve comece a reduzir o ritmo de alta dos juros na reunião de dezembro permitiu que o dia fosse de recuperação. Confira:

• Nasdaq: +2,87%
• S&P 500: +2,46%
• Dow Jones: +2,58%

Inflação - IGP-M

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), também conhecido como inflação do aluguel, registrou recuo de 0,97% em outubro, após uma queda de 0,95% em setembro.

A queda ficou acima da expectativa do mercado, que projetava recuo de 0,77%.A inflação acumulada em 12 meses pelo IGP-M caiu de 8,25% para 6,52%, abaixo da estimativa intermediária do mercado, de 6,73%.

No ano de 2022, o indicador acumula alta de 5,58%. O resultado ajudou a curva de juros brasileira a encerrar a semana com leve tendência de queda. 

Sobe e desce do Ibovespa

Na última semana, com o mercado pesando as probabilidades do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a ocupar a cadeira presidencial, empresas que compõe o “kit Lula” — varejo, educacionais e construção — voltaram a ter um bom desempenho na bolsa. 

Além disso, a temporada de balanços ganhou fôlego, impulsionando empresas como Weg e Suzano. Confira as maiores altas da semana:

Na ponta contrária, as estatais — consideradas parte do “kit Bolsonaro” — devolveram parte dos fortes ganhos acumulados na semana passada. 

Vale ressaltar também o desempenho negativo das empresas de mineração e siderurgia, impactadas pelas incertezas com relação à economia chinesa, e também a BRF, que respondeu a mais um recall de sua linha pet e levantou dúvidas no mercado com o anúncio de sua nova joint venture voltada para o mercado halal. Confira os piores desempenhos da semana:

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