Wall Street despenca após última reunião do Fed; veja a declaração de Jerome Powell que derrubou as bolsas dos EUA
Powell manteve a porta aberta para novos aumentos da taxa de juro, mas contou que o momento para reduzir o ritmo de aperto pode acontecer no próximo encontro

A bolsa brasileira pode até estar fechada para o feriado de Finados nesta quarta-feira (2), mas os investidores não têm descanso com o notíciário local repercutindo as reações à eleição de domingo e uma nova decisão de política monetária nos Estados Unidos.
Por aqui, as manifestações a favor do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começaram a perder vapor, mas ainda há interdições em 145 pontos de rodovias do país no final da tarde, segundo o último boletim da Polícia Federal Rodoviária (PRF).
No campo econômico, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos promoveu o quarto aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual (pp) e elevou o juro americano para a faixa entre 3,75% e 4,00% ao ano. Este é maior nível para as taxas do país desde a crise de 2008.
O tamanho do aperto não foi uma surpresa em si e os índices de Wall Street, que iniciaram o dia em queda, viraram para o campo positivo logo após a divulgação do comunicado. Mas o mercado queria indicações do que esperar a partir de dezembro e não gostou do vislumbre oferecido por Jerome Powell, presidente do Fed.
Vale destacar que, historicamente, o BC dos EUA deixa para dezembro as decisões mais complexas. A ideia é que o mercado absorva as grandes mudanças para iniciar outro ano com a política monetária em novos trilhos.
Dessa vez, os investidores queriam sinais sobre os rumos da política monetária agressiva do Fed, adotada para combater uma taxa de inflação que alcançou o maior nível em mais de 40 anos nos EUA.
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Neste sentido, Powell manteve a porta aberta para novos aumentos da taxa de juro: "Em algum momento será apropriado desacelerar o ritmo dos aumentos, mas ainda temos um caminho a percorrer com as taxas."
O presidente do Fed também contou que o momento para reduzir o ritmo de aperto pode acontecer no encontro marcado para o próximo mês.
"É muito prematuro pensar em pausar a alta de juros, mas em dezembro faremos uma nova avaliação". Já sobre o fim do ciclo do aperto monetário, Powell reforçou que o Fed precisa ter garantias de que a inflação deu uma trégua — e isso só poderá ser mostrado por sucessivos dados de desaceleração inflacionária.
A cautela do chefão do banco central norte-americano foi como um balde de água fria para as bolsas do país, que voltaram a inverter o sinal durante a coletiva e encerraram o dia com fortes perdas. O Dow Jones recuou 1,55%, o S&P 500 desceu 2,5% e o Nasdaq registrou a pior perfomance, com queda de 3,36%.
Bloqueios no Brasil
De volta ao Brasil, os bloqueios promovidos por apoiadores do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) já começam a afetar o abastecimento de mercados e hospitais, em especial em pequenos centros urbanos.
As manifestações que pedem intervenção das forças armadas são ilegais — afinal, o processo eleitoral foi reconhecido imediatamente por vários países e representantes de governo assim que foi anunciada a vitória.
Quem esperava um pronunciamento de Bolsonaro para aliviar as tensões, ganhou dois minutos de discurso após mais de 40 horas de silêncio. O presidente apenas afirmou que os protestos eram justificados e pacíficos, mas lamentou atos que ele classificou como “tradicionais da esquerda”.
Os bloqueios só começaram a se desfazer após uma determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a liberação imediata das vias públicas. Mas, de acordo com a conta oficial da Polícia Rodoviária Federal no Twitter, ainda há 145 pontos de interdições nas rodovias do País.
Ainda de acordo com a PRF, Acre (AC), Amazonas (AM), Espírito Santo (ES), Goiás (GO), Minas Gerais (MG), Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS), Pará (PA), Pernambuco (PE), Paraná (PR), Rondônia (RO), Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC), São Paulo (SP) e Tocantins (TO) ainda possuem interdições e bloqueios.
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E o Fed?
Já nos Estados Unidos, a última reunião do Federal Reserve atropelou as bolsas como um caminhão desgovernado. O mercado já havia precificado a alta de 0,75 ponto percentual da taxa básica.
No comunicado do Fed que trouxe a decisão, que foi unânime, o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) reafirmou o forte compromisso em devolver a inflação para a meta de 2%.
Mas foi a indicação de Jerome Powell de que é ainda não é hora de falar em fim do aperto nos juros a responsável por derrubar os índices de Wall Street.
Para Philip Marey, estrategista sênior do Rabobank para os EUA, dados recentes confirmam que a persistência da inflação nos EUA, forçando o Fed a priorizar a estabilidade de preços e não o pleno emprego.
“Espero um aumento de 0,50 pp em dezembro e outros dois de 0,25 pp em fevereiro e março de 2023, colocando a taxa de juro nos 5% e que o Fed se mantenha nesse patamar ao longo do próximo ano”, afirma Marey.
Após a alta de 0,75 pp de hoje, o Citi também espera que o ritmo de aumento diminua para 0,50 opp em dezembro — mas que a “redução” seja combinada com uma retórica favorável ao aperto monetário, enfatizando que o juro pode subir e depois ser sustentado nesse nível.
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