Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam se recuperar do tombo da véspera; Ibovespa digere entrevista de Bolsonaro ao JN
Enquanto isso, permanecem no radar as participações de Roberto Campos Neto e Paulo Guedes em eventos distintos ao longo da manhã

A semana não começou bem para os ativos de risco. Depois de ter retornado aos 113 mil pontos, dois pregões ruins bastaram para levar o Ibovespa de volta à faixa dos 110 mil. Em Wall Street, os principais índices de ações tiveram o pior dia desde junho na segunda-feira.
Os temores relacionados à inflação somam-se à expectativa com os próximos passos dos principais bancos centrais do mundo para inibir o apetite por risco.
Hoje, porém, os investidores parecem dar uma pausa às perdas. Pelo menos nas bolsas. Os índices futuros de Nova York sinalizam alguma recuperação e as bolsas de valores europeias operam sem direção clara.
Isso porque os dados de inflação e eventuais sinalizações de política monetária vindas do simpósio de banqueiros centrais de Jackson Hole devem começar a vir à tona somente a partir de amanhã.
“Talvez haja uma percepção crescente de que o Federal Reserve permanecerá impassível e manterá uma política monetária agressiva apesar dos dados recentes segundo os quais a inflação pode estar chegando ao pico”, disse Richard Hunter, chefe de mercados da Interactive Investors.
Sem maiores indicadores no exterior, o cenário doméstico deve refletir a entrevista de ontem do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), no Jornal Nacional. Hoje é a vez do candidato Ciro Gomes (PDT) participar da sabatina.
Leia Também
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
Outro dia de pânico: dólar passa dos R$ 6 com escalada da guerra comercial entre EUA e China
Entre os destaques nacionais da bolsa, vale a pena ficar de olho nas ações da Oi (OIBR3). A empresa confirmou a venda da operação fixa para subsidiária da Highline, uma transação que pode alcançar R$ 1,7 bilhão.
Confira o que movimenta a bolsa, o dólar e o Ibovespa nesta terça-feira (23):
Uma pausa nas bolsas: como anda o câmbio nesse cenário
Enquanto os investidores retornam ao compasso de espera, quem sofre é o euro. A moeda comum europeia perdeu a partida com o dólar e atingiu nesta terça-feira o nível mais baixo em duas décadas, a US$ 0,9903.
Mas calma. Pode piorar.
“Nossas perspectivas, nossos operações e nossa posição como estrategistas estão definitivamente direcionadas a uma maior depreciação do euro”, disse Luis Costa, estrategista-chefe do Citigroup para Europa Central e do Leste, Oriente Médio e África, à CNBC.
O peso de uma guerra
Há uma série de fatores pesando contra o euro. Além da guerra na Ucrânia, a inflação avança pela Europa e alimenta temores de recessão econômica em meio a uma crise energética.
Ontem, os preços do gás no atacado na Europa subiram acentuadamente depois que a Rússia anunciou uma manutenção não programada no gasoduto Nord Stream 1, que transporta gás russo para a Alemanha. Ao mesmo tempo, uma onda de calor no Hemisfério Norte pressiona ainda mais o fornecimento de energia à Europa.
Crises energéticas por todos os lados
De acordo com Costa, uma visão mais completa exige um olhar para além da Europa e dos Estados Unidos.
“Não podemos nos esquecer que há uma camada adicional de complexidade proporcionada pela desaceleração da China, que obviamente atinge a Europa com uma magnitude muito maior quando comparada ao impacto sobre os Estados Unidos”, disse ele.
Vale lembrar que o gigante asiático também passa por um racionamento de energia em virtude das mudanças climáticas nas últimas semanas.
Estímulos à economia
Na contramão das preocupações do Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) cortou as taxas de juros por lá. A ideia das autoridades monetárias por lá é estimular a economia, que permaneceu estagnada pelas políticas de “covid zero” impostas por Pequim.
Os efeitos da onda de calor e da paralisação das atividades — agora de maneira forçada devido à secura dos rios e racionamento de energia — ainda devem ser melhor observados pelos analistas.
Um Ibovespa para acompanhar
Por aqui, diante da falta de indicadores previstos para hoje, as atenções se voltam para falas de autoridades brasileiras em eventos.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, profere palestra em Santiago, no Chile, enquanto o Ministro da Economia, Paulo Guedes, também discursa, mas no Congresso do Aço Brasil 2022.
Na agenda dos presidenciáveis, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem encontro com empresários do setor da construção civil em São Paulo, às 18h. Já o presidente Bolsonaro participa de um almoço com empresários na capital paulista.
Enquanto Ciro Gomes é sabatinado no JN, a candidata do MDB, Simone Tebet, tem a agenda mais lotada entre os presidenciáveis.
Às 9h, faz uma visita na Escola de Teatro Bolshoi no Brasil e, às 10h30, uma caminhada no centro de Joinville (SC). Às 13h, participa de um almoço no Hotel Mércure Itajaí Navegantes, às 15h visita o Porto de Itajaí e, às 16h, visita a reitoria da Universidade do Vale do Itajaí, todos os eventos em Itajaí (SC). Às 19h, participa do lançamento da candidatura de José Serra, no Centro Histórico de São Paulo.
Petrobras em foco
Por fim, um peso pesado da bolsa brasileira também deve chamar a atenção hoje. A Petrobras (PETR4) comunicou nesta segunda-feira (22) que foi intimada a se defender numa ação movida por representantes de acionistas minoritários contra a nomeação de Caio Paes de Andrade para a presidência da estatal.
O peso desta notícia deve ser amortecido pela alta das cotações do petróleo na manhã de hoje. O Brent, utilizado como referência internacional, avançava mais de 1%, cotado a US$ 98,01 o barril.
Bolsa hoje: agenda do dia
- Estados Unidos: PMI composto, industrial e de serviços (10h45)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, profere palestra promovido pelo Moneda Asset Management, em Santiago, Chile (10h50)
- Ministério da Economia: Ministro da Economia, Paulo Guedes, palestra no Congresso Aço Brasil 2022 (11h40)
- Banco Central: Reunião trimestral do BC com economistas (o dia todo)
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é atingir uma receita líquida média de US$ 7,3 bilhões em 2025 — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Wall Street sobe forte com negociações sobre tarifas de Trump no radar; Ibovespa tenta retornar aos 127 mil pontos
A recuperação das bolsas internacionais acompanha o início de conversas entre o presidente norte-americano e os países alvos do tarifaço
Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025
O bilionário engordou seu patrimônio em US$ 12,7 bilhões neste ano, na contramão do desempenho das fortunas dos homens mais ricos do planeta
Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3
Desde o início do ano, essa empresa praticamente dobrou de valor na bolsa, com uma valorização acumulada de 97% no período. Veja qual é o papel
Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global
O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada
Após o ‘dia D’ das tarifas de Trump, ativo que rende dólar +10% pode proteger o patrimônio e gerar lucros ‘gordos’ em moeda forte
Investidores podem acessar ativo exclusivo para buscar rentabilidade de até dólar +10% ao ano
Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997
Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed
Ibovespa acumula queda de mais de 3% em meio à guerra comercial de Trump; veja as ações que escaparam da derrocada da bolsa
A agenda esvaziada abriu espaço para o Ibovespa acompanhar o declínio dos ativos internacionais, mas teve quem conseguiu escapar
Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada
Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida
As únicas ações que se salvaram do banho de sangue no Ibovespa hoje — e o que está por trás disso
O que está por trás das únicas altas no Ibovespa hoje? Carrefour sobe mais de 10%, na liderança do índice
O combo do mal: dólar dispara mais de 3% com guerra comercial e juros nos EUA no radar
Investidores correm para ativos considerados mais seguros e recaculam as apostas de corte de juros nos EUA neste ano
Mark Zuckerberg e Elon Musk no vermelho: Os bilionários que mais perdem com as novas tarifas de Trump
Só no último pregão, os 10 homens mais ricos do mundo perderam, juntos, em torno de US$ 74,1 bilhões em patrimônio, de acordo com a Bloomberg
China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta
O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Cardápio das tarifas de Trump: Ibovespa leva vantagem e ações brasileiras se tornam boas opções no menu da bolsa
O mais importante é que, se você ainda não tem ações brasileiras na carteira, esse me parece um momento oportuno para começar a fazer isso
Ações para se proteger da inflação: XP monta carteira de baixo risco para navegar no momento de preços e juros altos
A chamada “cesta defensiva” tem dez empresas, entre bancos, seguradoras, companhias de energia e outros setores classificados pela qualidade e baixo risco
Bitcoin (BTC) em queda — como as tarifas de Trump sacudiram o mercado cripto e o que fazer agora
Após as tarifas do Dia da Liberdade de Donald Trump, o mercado de criptomoedas registrou forte queda, com o bitcoin (BTC) recuando 5,85%, mas grande parte dos ativos digitais conseguiu sustentar valores em suportes relativamente elevados
Brava (BRAV3) despenca 10% em meio à guerra comercial de Trump e Goldman Sachs rebaixa as ações — mas não é a única a perder o brilho na visão do bancão
Ações das petroleiras caem em bloco nesta quinta-feira (3) com impacto do tarifaço de Donald Trump. Goldman Sachs também muda recomendação de outra empresa do segmento e indica que é hora de proteção