Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira

A esperança é a última que morre. O ditado popular dispensa gracejos infames e cai como uma luva sobre o ânimo dos investidores neste início de semana. Afinal, é a esperança dos investidores de que os sinais de desaceleração da alta dos preços possam amolecer o coração dos diretores do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) que impulsiona as bolsas nesta segunda-feira (12).
Na verdade, os ativos de risco de modo geral se beneficiam desse alívio momentâneo: as criptomoedas também sobem nesta manhã, com o bitcoin (BTC) recobrando o patamar de US$ 22 mil e o ethereum (ETH) na casa dos US$ 1.700.
Já no mercado tradicional, as bolsas de valores da Europa abriram em forte alta e os índices futuros de Nova York sinalizam a continuidade do rali observado na reta final da semana passada. Até o euro, que anda sofrendo nos últimos meses, voltou a abrir uma margem relativamente confortável acima da paridade com o dólar.
Tudo por causa de algo que nem vai acontecer hoje. Os investidores preparam-se para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) norte-americano em agosto. Mas o anúncio está previsto apenas para amanhã.
A expectativa é de que o CPI continue mostrando desaceleração da alta dos preços nos Estados Unidos.
Os números de agosto são os últimos dados do quebra-cabeças inflacionário a ser levado em consideração pelos diretores do Fed na reunião de política monetária, que vai acontecer apenas no meio da semana que vem.
Leia Também
Mesmo que a desaceleração se confirme, ela não deve alterar a projeção de mais uma alta de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juro nos EUA na semana que vem.
Entretanto, tal leitura servirá como um estímulo à esperança dos investidores de que o Fed possa sinalizar uma postura mais branda em relação aos próximos passos da política monetária norte-americana.
Os investidores temem que o agressivo aperto monetário promovido pelo Fed nos últimos meses acabe por transformar a desaceleração da economia norte-americana em recessão.
De qualquer modo, não vai ser fácil antecipar o que se passa na cabeça dos diretores do Fed. Eles já estão no chamado “período de silêncio” e não devem oferecer pistas muito claras antes da reunião da semana que vem.
Por aqui, os destaques dos próximos dias incluem a prévia do PIB, medida pelo IBC-Br, e a proximidade do primeiro turno das eleições — com o acirramento da disputa política.
No pregão da última sexta-feira (09) o Ibovespa encerrou a sessão com ganhos de 2,17%, aos 112.300 pontos, um avanço de 1,30% na semana. E depois de alcançar as máximas de mais de 20 anos frente a uma cesta de moedas fortes, os últimos dias foram de depreciação para o dólar à vista.
Naquele mesmo dia, a divisa teve queda de 1,13%, a R$ 5,1476 — o recuo foi de 0,72% nos últimos pregões.
Confira o que movimenta a bolsa, o dólar e o Ibovespa hoje:
A prévia do PIB que estremece o Ibovespa
Enquanto o CPI de agosto dá o tom deste início de semana, por aqui, o destaque da agenda de indicadores fica por conta do IBC-Br. Considerado um termômetro oficial do PIB brasileiro, o IBC-Br de julho deve sinalizar desaceleração econômica em relação a junho. A divulgação do dado está prevista para a quinta-feira.
Entre os componentes da B3, os investidores devem repercutir hoje o anúncio da compra de 100% do Shopping JK Iguatemi pela (quem mais?) Iguatemi (IGTI11).
Corrida eleitoral
Enquanto isso, a campanha presidencial caminha para a reta final com as pesquisas de intenção de voto apontando cada vez mais para um segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Em meio à construção de alianças, a campanha de Lula anunciou para hoje uma entrevista coletiva do ex-presidente na companhia de Marina Silva. A ex-ministra de Meio Ambiente de Lula deve anunciar seu apoio à campanha do petista. Analistas qualificam a aliança como um aceno de Lula aos eleitores de centro e ao público evangélico.
Bolsas no exterior pegando fogo
Não é só o Federal Reserve que corre o risco de colocar a economia dos EUA em recessão. O BCE também corre atrás do prejuízo de imaginar que a “inflação transitória” acabaria logo.
Assim, a expectativa de uma nova alta de juros na próxima reunião da autoridade monetária europeia permanece como pano de fundo dos investidores.
A crise energética que dominou as atenções das bolsas e investidores na semana passada também ficou em segundo plano hoje.
Na manhã do primeiro dia da semana, o petróleo Brent, usado como referência internacional, avança 1,08%, cotado a US$ 93,87 o barril. Por sua vez, o gás natural, motivo de preocupação na região, também sobe, mas com menos intensidade, ao passo de 0,68% no mesmo horário.
A semana em bolsa: agenda dos próximos dias
Segunda-feira (12)
- FGV: IGP-M de setembro (8h00)
- Banco Central: Boletim Focus semanal (8h25)
- Secex: Balança comercial semanal (15h)
Terça-feira (13)
- IBGE: Pesquisa mensal de serviços em julho (9h)
- Estados Unidos: Índice de preços ao consumidor de agosto, medido pelo CPI (9h30)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (17h30)
Quarta-feira (14)
- Alemanha: Economista-chefe do BCE, Philip Lane, faz declarações iniciais sobre evento do BCE (8h)
- IBGE: Varejo restrito e ampliado em julho (9h)
- Estados Unidos: PPI e Núcleo do PPI (9h30)
- Estados Unidos: Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), , Kristalina Georgieva, e François Villeroy de Galhau, membro do conselho do BCE, participam do Central Bank Lecture do FMI (11h20)
- Banco Central: Fluxo cambial semanal (14h30)
- Argentina: CPI de agosto (16h)
Quinta-feira (15)
- Banco Central: IBC-Br de atividade econômica em julho (9h)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Estados Unidos: Atividade industrial Empire State (9h30)
- Estados Unidos: Vendas no varejo em agosto (9h30)
- Estados Unidos: Diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, participa do 2022 Forbes Power Women Summit (14h)
- China: Produção industrial de agosto, vendas no varejo em agosto, investimentos em ativos fixos de janeiro a agosto e investimento estrangeiro direto em agosto (23h)
Sexta-feira (16)
- Zona do Euro: CPI e Núcleo do CPI (6h)
- FGV: IGP-10 de setembro (8h)
- CNI: Sondagem industrial (10h)
- Estados Unidos: Expectativa de inflação em 1 e 5 anos (11h)
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa
Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026
A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia
Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Como declarar ações no imposto de renda 2025
Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Guerra comercial: 5 gráficos que mostram como Trump virou os mercados de cabeça para baixo
Veja os gráficos que mostram o que aconteceu com dólar, petróleo, Ibovespa, Treasuries e mais diante da guerra comercial de Trump
A lanterna dos afogados: as 25 ações para comprar depois do caos, segundo o Itaú BBA
Da construção civil ao agro, analistas revelam onde ainda há valor escondido