Esquenta dos mercados: Bolsas buscam recuperação lá fora, de olho nos balanços do dia e Ibovespa foca no cenário doméstico
O presidente da República, Jair Bolsonaro, tem até sexta-feira (21) para decidir sobre o Orçamento e o reajuste dos servidores públicos
O ditado diz que “mar calmo nunca fez bom marinheiro” e os investidores da bolsa brasileira já são verdadeiros mestres dos oceanos. As turbulências domésticas, somadas ao exterior negativo no pregão da última terça-feira (18) não foram suficientes para impedir o Ibovespa de fechar a sessão em alta.
O principal índice da B3 fechou o dia em alta de 0,28%, aos 106.667 pontos, enquanto o dólar à vista, por sua vez, acelerou 0,61%, e encerrou a sessão cotado a R$ 5,5603.
Os temores envolvendo o aperto monetário dos Estados Unidos voltam ao radar dos investidores, que esperam maiores detalhes sobre a elevação dos juros ainda em março. Os EUA registraram a maior inflação em quase 40 anos, o que gera preocupação quanto a política econômica do país.
As bolsas buscam recuperar as perdas do pregão anterior. Sem maiores indicadores pela frente, o foco vai para o balanço de grandes bancos hoje.
Confira o que movimenta o dia:
O dia depois da paralisação
A mobilização do funcionalismo público não contou com a participação de auditores da Receita Federal na manifestação de ontem.
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Contudo, servidores de outras 39 categorias, incluindo funcionários do Banco Central, Tesouro Nacional, professores e entidades ligadas ao Legislativo e Judiciário, protestaram na frente do prédio do BC em Brasília.
Isso gerou uma reação do vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão, que afirmou não haver espaço no Orçamento para reajuste dos servidores.
Contra o relógio
O presidente da República, Jair Bolsonaro, tem até sexta-feira (21) para sancionar o Orçamento para 2022, mas precisa resolver o impasse com o reajuste dos servidores.
Bolsonaro prometeu atender a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), e precisa de cerca de R$ 1,7 bilhão para o reajuste da categoria.
Entretanto, funcionários do Fisco pedem reajuste de 19,9% para repor a inflação dos últimos anos de governo. Mas nas contas do diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado Federal, cada 1% de reajuste linear para servidores impacta os cofres públicos em R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões.
O Orçamento já está defasado em R$ 9 bilhões, de acordo com o Ministério da Economia.
Coronavírus
A nova onda de casos de covid-19 ganhou força e rendeu um novo recorde negativo para o Brasil nesta pandemia.
De acordo com o mais recente boletim do Ministério da Saúde, divulgado na noite de ontem, 137.103 novos casos de covid-19 foram diagnosticados no país em 24 horas. Também foram confirmadas mais 351 óbitos provocados pela doença.
Ao mesmo tempo, o Brasil consegue avançar na vacinação. Ao todo, o país tem 68,4% da população completamente imunizada e ao menos 78,6% com ao menos uma dose.
Balanços nos exterior
O exterior deve voltar os seus olhos para a temporada de resultados de grandes bancos ainda nesta quarta-feira.
Sem maiores indicadores pela frente, os balanços do dia incluem Bank of America, Morgan Stanley, UnitedHealth e Procter & Gamble (antes da abertura), além de United Airlines e Alcoa (após o fechamento).
Petróleo
As tensões na Arábia Saudita fizeram o preço do barril da principal commodity energética do mundo disparar no pregão de ontem.
Quem deu um novo empurrãozinho nas cotações do petróleo agora pela manhã foi a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em relatório publicado na madrugada no Brasil, a agência prevê que a demanda global pela commodity pode atingir os níveis pré-pandemia ainda em 2022.
Dessa forma, o barril do petróleo WTI subiu 0,90%, a US$ 85,59, enquanto o Brent, usado como referência para a Petrobras, avançava 0,78%, a US$ 88,19 por volta das 6h.
Bolsas pelo mundo
Os principais índices asiáticos encerraram a sessão desta quarta-feira majoritariamente em queda após o fraco desempenho de Wall Street no pregão anterior.
Já na Europa, as bolsas abriram no vermelho após os balanços dos bancos dos EUA e com o forte avanço dos juros dos Treasuries, mas tentam recuperação nas primeiras horas de negociação.
Os futuros de Nova York dão uma certa ajuda, com o avanço de hoje, antes da abertura nos EUA.
Agenda do dia
- FGV: IGP-M de janeiro (8h)
- FGV: Monitor do PIB de novembro (10h15)
- Estados Unidos: Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen fala no 90º Encontro de Inverno da Conferência de Prefeitos (10h)
- Banco Central: Fluxo cambial semanal (14h30)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (18h30)
- Fórum Econômico Mundial: Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz; Diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol; Enviado Presidencial Especial para o Clima dos Estados Unidos, John F. Kerry, falam na reunião anual do Fórum
Balanços
Antes da abertura:
- Estados Unidos: Bank of America
- Estados Unidos: Morgan Stanley
- Estados Unidos: UnitedHealth
- Estados Unidos: Procter & Gamble
Após o fechamento:
- Estados Unidos: United Airlines
- Estados Unidos: Alcoa
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