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Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
DE OLHO NA BOLSA

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam recuperação; Ibovespa monitora críticas do governo dos EUA ao apoio de Bolsonaro à Rússia

O governo norte-americano afirmou que o momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia não poderia ter sido pior

Camille Lima
Camille Lima
18 de fevereiro de 2022
8:22 - atualizado às 8:30
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Confira o que movimenta as bolsas lá fora, Ibovespa e dólar hoje (18)Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Hoje é mais um dia que se inicia com a cautela e a aversão ao risco se fazendo presentes, e não à toa, uma vez que o risco de uma guerra parece cada vez maior. E, é claro, essa crise mundial vai continuar dando tom ao desempenho das bolsas mundiais nesta sexta-feira (18).

Com isso, o Ibovespa escorregou e interrompeu a sua sequência de altas. O principal índice da bolsa brasileira encerrou o pregão de quinta-feira (17) em baixa de 1,43%, aos 113.528 pontos, depois de sete altas consecutivas.

Nos Estados Unidos, a situação não foi diferente, com as bolsas de Nova York fechando o dia no vermelho. O Dow Jones teve queda de 1,78%, enquanto as perdas do Nasdaq e do S&P 500 superaram os 2%. 

Enquanto isso, o dólar à vista retomou o patamar dos R$ 5,16, encerrando o dia com uma valorização de 0,76%.  

Com a agenda econômica enxuta por aqui, os investidores devem acompanhar a reunião do Banco Central com economistas e as conversas do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, com funcionários do BC sobre o tratamento salarial, uma vez que os policiais federais tiveram reajuste.

Lá fora, o mercado tem no radar os discursos de quatro dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), além da divulgação da confiança do consumidor na Europa.

As tensões entre Rússia e Ucrânia

Apesar de Vladimir Putin, o presidente russo, e seus ministros afirmarem que as tropas próximas da fronteira com a Ucrânia estão recuando e que preferem o caminho diplomático, o governo americano, a ONU, a Otan e diversos países europeus continuaram afirmando que não há sinal de que a Rússia de fato esteja agindo conforme suas palavras. 

O presidente dos EUA, Joe Biden, chegou a falar em uma “bandeira branca falsa” e alertou que um ataque russo pode ocorrer a qualquer momento sob falsos pretextos.

Na manhã desta sexta-feira, a Rússia anunciou que as suas forças estratégicas vão conduzir diversos exercícios militares no sábado e destacou o poder nuclear do país. E os exercícios serão assistidos por ninguém menos que Putin.

O que o Bolsonaro tem a ver com a guerra?

Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro viajou para Moscou para uma visita diplomática em meio à crise geopolítica que pode levar a uma invasão da Ucrânia.

Na quarta-feira, Bolsonaro se reuniu com Putin por cerca de duas horas e agradeceu ao presidente russo pela parceria na área de fertilizantes.

Em pronunciamento no Kremlin, o brasileiro citou o lado conservador do contraparte, ex-funcionário da KGB nos tempos da União Soviética.

"Compartilhamos valores comuns, como crença em Deus e defesa da família", afirmou.

Para os Estados Unidos, porém, isso não foi uma boa ideia. O presidente Joe Biden já não apoiava a ida de Bolsonaro ao país europeu, mas disse esperar que o presidente brasileiro aproveitasse a oportunidade com Putin para expressar "valores compartilhados" entre Brasil e EUA.

Depois da reunião entre Putin e Bolsonaro, porém, o governo norte-americano criticou duramente a manifestação de solidariedade do presidente do Brasil à Rússia, dizendo que o país parece ignorar as tensões no Leste Europeu.

"O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia, quando as forças russas estão se preparando para potencialmente lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ter sido pior”, disse o Departamento do Estado americano. 

Bolsas pelo mundo

Não é novidade que as tensões entre a Ucrânia e a Rússia estão movimentando os mercados há um tempo. De olho no cenário geopolítico, as bolsas asiáticas encerraram esta sexta-feira sem direção única.

Na Europa, as bolsas operam em leve alta no começo dos negócios desta sexta-feira, depois da queda ontem. Os investidores seguem focados nos desdobramentos da crise entre Ucrânia e Rússia, com o apetite por risco prejudicado.

Os Estados Unidos também protagonizam o estresse global, e, em Wall Street, as bolsas sentiram esse peso. A renovação das preocupações no Leste Europeu ontem fez os mercados amargarem fortes perdas, com a aversão ao risco cada vez maior.

Apesar da sangria do último pregão, hoje, os futuros das bolsas de Nova York tentam uma recuperação durante a manhã, com os índices operando em alta.

Agenda do dia

  • Banco Central: terceira reunião do trimestre do BC com economistas (10h)
  • CNC: Intenção de Consumo das Famílias de fevereiro (10h30)
  • Zona do Euro: Índice de Confiança do Consumidor (12h)
  • EUA: Presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, e diretor do Fed, Christopher Waller, discursam sobre economia e política monetária (12h15)
  • EUA: Presidente do Fed de NY, John Williams, discursa sobre panorama econômico (13h)
  • EUA: Diretora do Fed Lael Brainard e integrante do BCE Fabio Panetta participam de evento sobre CBDCs (15h30)
  • Banco Central: presidente Roberto Campos Neto conversa com sindicatos de funcionários do banco (16h30)
  • Indonésia: Reunião do G20 de ministros das Finanças e presidentes de BCs (sem horário)

Balanços do dia

Confira o calendário completo aqui

Depois do fechamento:

  • Cosan (Brasil)

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