Esquenta dos mercados: Bolsas europeias, futuros de Nova York e criptomoedas operam em alta com notícia de recuo de parte das tropas da Rússia na fronteira com a Ucrânia
Com a tensão internacional em foco, a agenda local mais esvaziada conta com a participação de integrantes do Banco Central em eventos separados
O conhecido “parem as máquinas” do jornalismo também funciona para as tensões geopolíticas que dominam o noticiário nesta terça-feira (15). O alívio em relação à uma possível invasão da Ucrânia pela Rússia impulsiona a alta das bolsas pelo mundo nesta manhã.
As bolsas da Europa, os índices futuros de Nova York e as principais criptomoedas operavam em alta na manhã de hoje em meio a notícias de que parte das tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia estariam voltando para suas bases.
A tão esperada invasão não deve acontecer e a saída diplomática para o conflito começa a ganhar contornos mais bem definidos. O dia deve ser bem diferente do último fechamento do Ibovespa na segunda-feira (14).
No pregão de ontem, o principal índice da B3 operou com alta volatilidade, mas conseguiu fechar em alta de 0,29%, aos 113.899 pontos e o dólar à vista recuou 0,46%, a R$ 5,2185.
Os olhos do mundo se voltam para a conclusão do conflito entre os dois países, o que coloca a agenda local vazia em segundo plano.
Saiba o que esperar da bolsa e dólar hoje:
Ucrânia X Rússia
Se a invasão da Ucrânia está realmente prestes a acontecer, talvez tenha faltado combinar com os russos.
As bolsas da Europa, os índices futuros de Nova York e as principais criptomoedas operavam em alta na manhã de hoje em meio a notícias de que parte das tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia estariam voltando para suas bases.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que as unidades dos distritos sul e oeste estão retornando a suas bases depois de concluírem uma missão de treinamento. A informação foi veiculada pela agência de notícias russa Interfax.
Não é uma retirada total
Apesar da reação positiva à retirada parcial das tropas, dezenas de milhares de soldados russos seguem estacionados perto da extensa fronteira com a Ucrânia.
“As unidades dos distritos militares sul e oeste, tendo concluído suas tarefas, já começaram a organizar o transporte ferroviário e rodoviário e hoje começarão a se deslocar de volta a suas guarnições militares”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, citado pela Interfax.
As tarefas mencionadas por Konashenkov são os exercícios militares realizados pelo exército da Rússia que nos últimos dias levaram mais de 100 mil soldados para as proximidades da fronteira com a Ucrânia.
Rússia nega ter plano para invadir a Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, nega ter planos de invadir a Ucrânia.
Putin afirma que o exército russo está colocando em prática "medidas técnicas apropriadas de retaliação" caso as potências ocidentais não se disponham a repensar a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em direção às fronteiras da Rússia.
Contrariando acordos passados, a aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos avança sobre os países do extinto Pacto de Varsóvia desde a década de 1990 e mantém tropas, bases e armas a poucas centenas de quilômetros das fronteiras russas.
Em 2020, a Ucrânia aderiu formalmente a uma parceria operacional com a Otan. O atual governo ucraniano ambiciona uma adesão à aliança militar.
Guerra pode eclodir ‘a qualquer momento’
Enquanto a Rússia nega ter planos de invasão, os Estados Unidos e a Ucrânia asseguram que uma guerra pode eclodir ‘a qualquer momento’.
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse à CNN no domingo que um ataque russo à Ucrânia pode acontecer “a qualquer momento”.
Enquanto isso, horas depois de fazer um pronunciamento dizendo ter recebido informações de que a Rússia atacaria seu país amanhã, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, divulgou um esclarecimento: referia-se apenas a informações divulgadas pela mídia internacional.
Reação do mercado
As bolsas pelo mundo sentiram os bons ventos do alívio da tensão russa (mais abaixo), mas quem se beneficiou foram as criptomoedas, que operam 24h por dia.
Por volta das 7h, o bitcoin (BTC) operava em alta de mais de 4%, buscando novamente o nível de US$ 44 mil, enquanto o ethereum (ETH) sobe 6%, aos US$ 3.091.
Com a palavra, o Banco Central
As falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista ao programa de Miriam Leitão na Globo News de ontem à noite devem dar o tom do cenário local hoje.
Campos Neto declarou que diversos cenários possíveis já estão precificados na alta da inflação prevista pelo BC. Entre eles, estão a alta do petróleo, que voltou a bater recordes com a tensão entre Rússia e Ucrânia, e a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para ele, o pico da inflação será entre abril e maio, mas o índice de preços deve arrefecer a alta após esse período.
Agenda local
Sem maiores indicadores para o dia, os investidores permanecem atentos à participação de representantes do Banco Central em eventos ao longo do dia.
Bolsas pelo mundo
As bolsas asiáticas estavam fechadas durante a divulgação de retirada da Rússia. Os índices da região fecharam majoritariamente em baixa, ainda repercutindo as tensões geopolíticas da região.
Na Europa, as bolsas avançam com o otimismo após o alívio das tensões entre Rússia e Ucrânia.
Por fim, os futuros de Nova York apontam para uma abertura de alta nesta terça-feira.
Agenda do dia
- FGV: IGP-10 (8h)
- CNI: Sondagem industrial de janeiro (10h)
- FGV: Monitor do PIB de dezembro (10h15)
- Estados Unidos: Índice de atividade industrial Empire State de fevereiro (10h30)
- Estados Unidos: Índice de preços ao produtor (PPI) de janeiro (10h30)
- Estados Unidos: Senado vota nomeações de Jerome Powell, Lael Brainard, Lisa Cook, Philip Jefferson e Sarah Bloom Raskin ao Fed (16h15)
- China: CPI e PPI de janeiro e dezembro, respectivamente (22h30)
- TCU: Retomada do julgamento sobre a privatização da Eletrobras (sem horário)
Balanços do dia
Antes da abertura:
- Burger King (Estados Unidos)
Após o fechamento:
- PetroRio (Brasil)