Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais aguardam payroll e Ibovespa mira dados do varejo hoje
Os investidores locais ainda aguardam a participação de Roberto Campos Neto em evento fechado à imprensa pela manhã

A dinâmica própria estabelecida pelo Ibovespa nas últimas cinco sessões levou o principal índice da bolsa brasileira a um salto de quase 10% desde a sexta-feira da semana passada.
Nos últimos dias, o que tem garantido ao Ibovespa um descolamento dos mercados financeiros internacionais é a escalada dos preços do petróleo.
A commodity caminha para registrar os maiores ganhos semanais desde março na esteira dos planos de corte de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
A cotação do petróleo do tipo Brent segue em alta nesta sexta-feira, mas o avanço é mais modesto do que nas sessões anteriores. No acumulado da semana, o barril usado como referência internacional valorizou 6,69%, negociado a US$ 95,14.
E isso tem o potencial de submeter a bolsa brasileira a um teste.
Lá fora, os principais mercados de ações amanheceram no vermelho, mas operam com alta volatilidade nas primeiras horas da sessão. As bolsas de valores europeias abriram em queda, deprimidas por dados fracos do varejo e da indústria da Alemanha, mas aos poucos passaram a operar mais perto da estabilidade.
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Em Wall Street, a expectativa diante dos números sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos em setembro dá o tom da cautela antes da abertura dos negócios em Wall Street.
Em tempos normais, dados robustos de emprego seriam comemorados. Mas não é de hoje que alguma coisa está fora da ordem.
Nos Estados Unidos, a situação atual é de pleno emprego. Entretanto, analistas temem que números que mostrem uma resiliência do mercado de trabalho deem o sinal verde para que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mantenha o agressivo ritmo do aperto monetário em andamento.
O Fed vem subindo os juros desde o fim do ano passado em uma luta inglória contra o dragão da inflação. O medo dos investidores é de que, em algum momento, a desaceleração econômica buscada pelo banco central dos EUA saia de controle e transforme-se em uma recessão.
Para hoje, analistas esperam que a taxa de desemprego nos Estados Unidos tenha encerrado setembro estável, a 3,7%, com abertura de 275 mil postos de trabalho.
Por aqui, a propaganda eleitoral volta hoje ao rádio e à televisão e os institutos de pesquisa continuam divulgando seus primeiros levantamentos com vistas ao tira-teima entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) depois do primeiro turno.
No fechamento dos negócios da última quinta-feira (07), o Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,31%, aos 117.560 pontos. Por sua vez, o dólar à vista também teve alta de 0,50%, a R$ 5,2099.
Confira o que movimenta as bolsas, o dólar e o Ibovespa hoje:
Corrida eleitoral X Ibovespa
Nas sondagens divulgadas ontem, enquanto a pesquisa Genial/Quaest sinaliza um avanço de Bolsonaro fora da margem de erro no Nordeste, um levantamento PoderData mostra que uma maioria considerável dos eleitores de Simone Tebet pretende migrar seu voto para Lula no segundo turno.
Enquanto isso, as movimentações do xadrez político e declarações de apoio continuam a todo vapor, com os olhos voltados para o dia 30 de outubro — segundo turno que definirá, entre outras coisas, o futuro presidente.
O corpo de ministros do presidente Bolsonaro deve permanecer igual, especialmente com Paulo Guedes à frente do ministério da Economia. Já Lula ainda não anunciou nomes para seu governo — o que pode lhe custar alguns votos de eleitores que querem “ver para crer” em um ex-presidente mais ao centro.
3R Petroleum no foco da CVM
As ações da 3R Petroleum (RRRP3) tiveram um desempenho acima da média nesta semana, o que chamou a atenção do xerife do mercado de capitais brasileiro, a CVM.
Mas os motivos para o grande otimismo dos investidores é justificável. Em primeiro lugar, o forte desempenho do petróleo nesta semana impulsionou os papéis do setor.
Ao mesmo tempo, o relatório do Bank of America (BofA, em inglês) que indica que as ações podem mais que dobrar de preço também ajudou no forte desempenho dos papéis. Quem conta mais sobre isso é Ruy Hungria, colunista do Seu Dinheiro.
E mais agenda hoje
Os números de vendas no varejo em agosto devem corroborar com o otimismo local. A bolsa ganhou propulsão após as eleições e os bons ventos podem arrastar o Ibovespa para frente por mais um dia.
O varejo restrito deve cair 0,3% na base mensal e avançar 0,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado de 2022, a alta deve ser de 1,4%. Todas são as medianas das projeções de especialistas ouvidos pelo Broadcast.
Já o varejo ampliado deve cair 0,2% e 0,8%, respectivamente, na comparação com o mês passado e com o mesmo mês de 2021, acumulando queda de 0,4% em 2022.
Bolsas de olho no payroll
Os índices internacionais só devem indicar um sentido mais bem definido após o payroll, publicado às 9h30 de hoje. Alguns analistas, porém, entendem que o Fed não irá mudar a trajetória de sua política monetária, independentemente de como os números do emprego vierem.
Os fed boys — diretores e representantes do BC dos EUA — tentam apagar as chamas do otimismo nesta semana, mas não conseguiram. As falas das autoridades monetárias devem ficar no radar do investidor hoje — até mesmo para calibrar os ânimos.
Bolsas hoje: agenda do dia
- IBGE: Varejo restrito e ampliado de agosto (9h)
- Estados Unidos: Payroll de setembro (9h30)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, palestra sobre economia brasileira na Brazilian-American Chamber of Commerce of Florida (BACCF), em Miami, em evento é fechado à imprensa (12h)
- Feriado mantém as bolsas da China fechadas
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