Esquenta dos mercados: Ibovespa acompanha corrida eleitoral enquanto bolsas no exterior realizam lucro antes da reunião da Opep+
Os investidores aguardam os números de emprego nos Estados Unidos antes do payroll de sexta-feira

O fôlego demonstrado pelos mercados financeiros no início de outubro parece ter sido curto. Bolsas de todos os cantos do mundo registraram altas robustas nas duas primeiras sessões do mês. Foram momentos de alívio para os ativos de risco, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
Hoje, porém, os focos de tensão relegados a segundo plano nos últimos dias voltam a pesar sobre os mercados. Os principais índices de ações da Europa abriram em queda generalizada em reação aos números dos índices dos gerentes de compra (PMI, em inglês) da região.
A leitura entre os analistas é de que a Europa estaria cada vez mais perto da recessão.
Nos Estados Unidos, os investidores estão à espera de novos dados sobre o andamento da economia do país. Os analistas estão de olho principalmente no relatório de emprego no setor privado. Há uma percepção de que o número de novos postos de trabalho estaria perdendo força.
Mas a dúvida entre os profissionais do mercado financeiro está em como isso poderia eventualmente influenciar o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a atenuar a intensidade do agressivo aperto monetário em andamento nos EUA.
Se os dados do payroll de sexta-feira (07) mostrarem a perda de força no mercado de trabalho norte-americano, o Fed pode ser obrigado a antecipar o fim do ciclo de juros, o que seria benéfico para as bolsas; do contrário, o cenário permanecerá desfavorável para os ativos de risco.
Leia Também
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
Por aqui, todo mundo está de olho nas primeiras pesquisas de intenção de voto do Datafolha e do Ipec com vistas ao segundo turno das eleições presidenciais.
Os resultados serão conhecidos somente depois do fechamento do mercado, mas elas chegam em meio a duros questionamentos quanto a tendências não captadas no primeiro turno, especialmente nas eleições estaduais em São Paulo e na Bahia.
Houve inclusive quem chegasse a sugerir a criminalização de erros dos institutos de pesquisa. De qualquer modo, é sempre bom lembrar, pesquisa não é eleição. O segundo turno, sim, é uma nova eleição.
Confira o que movimenta o dia das bolsas, do dólar e do Ibovespa:
Movidos os peões, é hora das próximas peças
E é na busca por votos que os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) se movimentam para construir alianças na disputa do segundo turno. Após a ressaca eleitoral de segunda-feira, alguns figurões da política começaram a anunciar seus apoios aos candidatos.
Cada um a seu modo, Lula e Bolsonaro parecem já ter traçado as estratégias por eles consideradas mais eficientes para vencer a corrida eleitoral.
Como isso afeta o Ibovespa
Após um primeiro turno surpreendentemente acirrado, o mercado espera que ambos os candidatos aliviem os discursos, migrando para um centro ideológico.
O Congresso mais conservador foi considerado uma vitória para os integrantes do mercado financeiro. Seja quem assumir, as contas públicas estarão sob a asa do guardião atento do Legislativo.
Resta saber agora quem conseguirá fazer os acenos que mais agradem ao mercado. Estamos falando de conhecidos defensores do teto de gastos e propostas de austeridade, que devem começar a anunciar seus apoios nos próximos dias.
Apoios ao PT
Lula sinaliza um movimento mais ao centro e até mesmo à centro-direita. Já tem garantido o apoio do PDT — e também de um contrariado Ciro Gomes.
Quem também deve oficializar o apoio ao petista nas próximas horas é Simone Tebet, que deve levar consigo uma grande parte do MDB.
Apoio inesperado
O Cidadania, que compôs com Tebet e tenta a construção de uma terceira via, também está com Lula.
Já a outra perna da terceira via, o PSDB, deixou seus membros livres para decidir depois de uma derrota nas urnas que coloca em risco a própria existência do partido.
Parte desses apoios foi para Lula, o que inclui quatro ex-presidentes da legenda. Tasso Jereissati entre eles.
Também chama a atenção o apoio declarado ao petista por Armínio Fraga, economista, sócio-fundador da Gávea Investimentos e presidente do Banco Central no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.
E se Lula caminha para o centro, Bolsonaro mantém seu arco de alianças bem à direita do espectro político.
Apoios ao PL
Voltando ao PSDB, o governador paulista Rodrigo Garcia declarou apoio “incondicional” a Bolsonaro e vai subir no palanque de Tarcísio de Freitas, que enfrentará o petista Fernando Haddad no segundo turno da corrida pelo Palácio dos Bandeirantes.
O presidente também tem garantidos os palanques dos governadores de dois dos maiores colégios eleitorais reeleitos em primeiro: Minas Gerais (Romeu Zema) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro).
Bolsonaro também recebeu o apoio dos lavajatistas Sergio Moro e Deltan Dallagnol.
Os movimentos das bolsas lá fora
Enquanto as bolsas no exterior fazem um trabalho de detetive para encontrar pistas sobre o futuro dos juros, os números do dia devem auxiliar no desempenho dos índices.
O relatório ADP de empregos privados é uma das prévias do payroll, a folha de pagamentos dos EUA, que será divulgado nesta sexta-feira.
Os investidores ainda permanecem atentos à participação de Liz Truss, primeira-ministra do Reino Unido, no congresso do partido conservador. Vale relembrar que o plano de Truss para isentar impostos dos mais ricos derrubou a libra na divisa com o dólar nas últimas semanas.
A reunião mais quente do dia para as bolsas
Mas além de Truss, o mundo acompanha o encontro ministerial da Opep+.
Isso porque o plano do cartel é cortar a produção e reduzir a oferta do petróleo internacional, o que geraria um aumento dos preços internacionais do barril.
Esse cenário pode beneficiar a Rússia, um dos maiores exportadores da commodity do mundo. Além disso: os preços mais elevados da energia funcionam como um freio de mão na economia global.
Em outras palavras, a retomada econômica após a pior fase da pandemia de covid-19 também estaria ameaçada nesse cenário. A reunião não tem um horário específico para acontecer.
Bolsas hoje: agenda do dia
- S&P Global: Divulgação do PMI composto e de serviços da Alemanha, Zona do Euro e Reino Unido (a partir das 4h55)
- IBGE: Pesquisa industrial mensal (9h)
- Estados Unidos: Relatório ADP de empregos no setor privado (9h15)
- Estados Unidos: Departamento do Comércio divulga a balança comercial de agosto (9h30)
- Estados Unidos: FMI divulga relatório da Perspectiva Econômica Mundial (10h)
- S&P Global: PMI Composto e de serviços do Brasil (10h)
- Banco Central: Fluxo cambial em setembro (14h30)
- Reino Unido: Liz Truss, primeira-ministra do Reino Unido, discursa em evento do partido conservador (sem horário definido)
- Áustria: Reunião ministerial da Opep+ (sem horário específico)
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Para o investidor brasileiro, o “buy the dip” não só sustenta uma razão própria como pode funcionar também como instrumento de diversificação, especialmente quando associado às tecnologias de ponta
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Dólar atinge o menor patamar desde novembro de 2024: veja como buscar lucros com a oscilação da moeda
A recente queda do dólar pode abrir oportunidades estratégicas para investidores atentos; descubra uma forma inteligente de expor seu capital neste momento
É hora de comprar a líder do Ibovespa hoje: Vamos (VAMO3) dispara mais de 17% após dados do 4T24 e banco diz que ação está barata
A companhia apresentou os primeiros resultados trimestrais após a cisão dos negócios de locação e concessionária e apresenta lucro acima das projeções
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Com a Selic a 14,25%, analista alerta sobre um erro na estratégia dos investidores; entenda
A alta dos juros deixam os investidores da renda fixa mais contentes, mas este momento é crucial para fazer ajustes na estratégia de investimentos na renda variável, aponta analista
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Direcional (DIRR3) é grande aposta para entrada no Ibovespa e Automob (AMOB3) pode ter uma chance, segundo o BTG Pactual
Enquanto a construtora apresenta bons números, a rede de concessionárias vai precisar tentar um grupamento de ações para se manter
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Sem OPA na Oncoclínicas (ONCO3): Empresa descarta necessidade de oferta pelas ações dos minoritários após reestruturação societária
Minoritários pediram esclarecimentos sobre a falta de convocação de uma OPA após o Fundo Centaurus passar a deter uma fatia de 16,05% na empresa em novembro de 2024
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Ação da Petz (PETZ3) acumula queda de mais de 7% na semana e prejuízo do 4T24 não ajuda. Vender o papel é a solução?
De acordo com analistas, o grande foco agora é a fusão com a Cobasi, anunciada no ano passado e que pode ser um gatilho para as ações
Hora de comprar: o que faz a ação da Brava Energia (BRAV3) liderar os ganhos do Ibovespa mesmo após prejuízo no 4T24
A empresa resultante da fusão entre a 3R Petroleum e a Enauta reverteu um lucro de R$ 498,3 milhões em perda de R$ 1,028 bilhão entre outubro e dezembro de 2024, mas bancos dizem que o melhor pode estar por vir este ano
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas
A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir
Nova York vai às máximas, Ibovespa acompanha e dólar cai: previsão do Fed dá força para a bolsa lá fora e aqui
O banco central norte-americano manteve os juros inalterados, como amplamente esperado, mas bancou a projeção para o ciclo de afrouxamento monetário mesmo com as tarifas de Trump à espreita
A bolsa da China vai engolir Wall Street? Como a pausa do excepcionalismo dos EUA abre portas para Pequim
Enquanto o S&P 500 entrou em território de correção pela primeira vez desde 2023, o MSCI já avançou 19%, marcando o melhor começo de ano na história do índice chinês