Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão

A primeira semana completa de setembro é marcada pelas costuras entre feriados aqui e nos Estados Unidos. As bolsas e investidores tentam caminhar entre as pausas e a falta de liquidez para fazer os índices avançarem ao menos um pouco e reverter as perdas recentes.
Quem aproveitou a pausa brasileira para subir foram as bolsas no exterior: enquanto o feriado da Independência mantinha as negociações no Ibovespa suspensas, Nova York subiu com sinais de que a inflação dos EUA está dando sinais de desaceleração.
Os panos quentes no cenário macroeconômico, porém, não conseguiram manter os investidores aquecidos nesta quinta-feira (08). No fechamento asiático, as bolsas encerraram o pregão sem um único sinal, acompanhando o rali de Wall Street e reagindo aos sólidos dados da economia japonesa.
Em oposição ao otimismo, os dados de exportação da China reforçaram a tese de desaceleração econômica do país, o que fez os índices por lá fecharem em queda.
Enquanto isso, as bolsas da Europa também operam sem direção. Os investidores aguardam a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que deve elevar os juros em 75 pontos-base para combater a inflação recorde da Zona do Euro. Há ainda a possibilidade de um ajuste mais brando, de 50 pontos-base, mas a dosagem menor do remédio pode não surtir efeito no paciente.
Por fim, os índices futuros de Nova York também operam — adivinhem — sem direção definida, reagindo à publicação do Livro Bege da última quarta-feira (07).
Leia Também
De volta para as terras brasileiras, o Ibovespa encontra um cenário internacional nada positivo pela frente. Somado a isso, a bolsa local deve reagir ao feriado da independência — com direito a uma prévia do clima eleitoral.
No pregão da última terça-feira (06), o Ibovespa encerrou a sessão em queda de 2,17%, aos 109.763 pontos, repercutindo não só a disparada dos juros futuros como também a cautela com o cenário político antes do feriado de 7 de setembro. O dólar à vista subiu 1,63%, a R$ 5,2381.
Confira o que movimenta o dia das bolsas, do dólar e do Ibovespa:
Cautela é a palavra antes do BCE
A decisão de política monetária do BCE é o grande evento desta quinta-feira (08). Depois de subir os juros em 0,50% na reunião anterior, a autoridade monetária europeia deve apertar ainda mais os cintos por lá.
Nas últimas leituras do índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês), a Zona do Euro registrou a máxima histórica de 9,1% em agosto, superando o recorde anterior de 8,9%.
Os problemas europeus não devem parar por aí. A perspectiva de corte no fornecimento de gás russo permanece no radar, o que deve refletir na alta de preços mais uma vez.
A crise energética em todo o planeta também serve como pano de fundo para os investidores.
Livro Bege do Federal Reserve
Por falar em perspectivas econômicas, na última quarta-feira foi divulgado o Livro Bege do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano. Segundo o texto, os agentes consultados na pesquisa esperam "abrandamento da demanda" nos próximos seis a 12 meses.
O documento destaca que as vendas de casas caíram em todos os 12 distritos do Fed e que a construção de residências é penalizada por gargalos na cadeia de produção.
E o que isso significa para as bolsas
As condições do mercado imobiliário residencial dos Estados Unidos enfraqueceram de maneira significativa, apesar de relatos pontuais de vigor na atividade de locação, diz ainda o Livro Bege.
Vale lembrar que a crise do sistema imobiliário gerou uma reação em cadeia para a crise de 2008. Por isso, os números do mercado imobiliário por lá devem ser acompanhados de perto pelos investidores.
A cereja do bolo: Jerome Powell
Para completar o cenário externo nada positivo, os investidores ainda aguardam com aversão ao risco nas alturas as falas do presidente do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, na manhã de hoje.
Com os principais eventos do dia marcados para o início da manhã — entre às 9h e às 10h —, a abertura do Ibovespa promete ser turbulenta.
E o Ibovespa no 7 de setembro
A bolsa permaneceu fechada durante o feriado da independência — que, neste ano, marcou 200 anos da data.
Em linhas gerais, a troca de farpas se deu majoritariamente por discursos e alfinetadas pelas redes sociais. Desse ponto de vista, o saldo foi positivo — esperavam-se manifestações violentas e atos dos mais diversos tipos por todo país.
Felizmente, não foi o que aconteceu.
Na rua X Em Casa
O presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) foi às ruas de Brasília participar da manifestação. Opositores e concorrentes de Bolsonaro entenderam que o chefe do Planalto fez uso político do ato e pedem medidas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Do outro lado, os demais candidatos permaneceram em suas casas, reagindo às falas do presidente nas redes sociais. Se o saldo for positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo dirá.
Mais recente pesquisa
O tempo e as próximas pesquisas eleitorais.
No último levantamento, publicado no mesmo 7 de setembro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguia na liderança das intenções de voto, com 44%. Enquanto isso, o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), oscilou positivamente 2 pontos percentuais para 34%.
A diferença entre ambos é de 10 pontos percentuais.
Bolsa hoje: agenda do dia
- FGV: IGP-DI de agosto (8h)
- Zona do Euro: BCE divulga a decisão de política monetária (9h15)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Zona do Euro: Coletiva de Christine Lagarde, presidente do BCE, sobre a decisão de política monetária (9h15)
- Estados Unidos: Presidente do Fed, Jerome Powell, participa de debate na 40ª conferência anual monetária do Cato Institute (10h10)
- Banco Central: Fluxo cambial semanal (14h30)
- Ministério da Economia: Ministro da Economia, Paulo Guedes, é convidado do evento #ABX22, sobre o setor automotivo, realizado em São Paulo (16h40)
- China: CPI e PPI de agosto e julho, respectivamente (22h30)
- Estados Unidos: Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, discursa sobre agenda econômica de Biden (sem horário marcado)
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa
Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026
A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia
Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Como declarar ações no imposto de renda 2025
Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Guerra comercial: 5 gráficos que mostram como Trump virou os mercados de cabeça para baixo
Veja os gráficos que mostram o que aconteceu com dólar, petróleo, Ibovespa, Treasuries e mais diante da guerra comercial de Trump
A lanterna dos afogados: as 25 ações para comprar depois do caos, segundo o Itaú BBA
Da construção civil ao agro, analistas revelam onde ainda há valor escondido