Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior abrem semana em alta, de olho em estímulos e retomada da China; Ibovespa acompanha debate sobre ICMS
Os próximos dias contam com importantes indicadores econômicos, tanto no cenário doméstico, com o PIB do 1º tri, quanto no exterior, com a publicação do Livro Bege
A última semana de maio começa sem Nova York para dar sustentação às bolsas. O feriado de Memorial Day mantém os índices fechados por lá, mas isso não é motivo para desânimo dos investidores nesta segunda-feira (30).
O alívio das medidas de restrição contra a covid-19 na China animou as bolsas da Ásia e do Pacífico, que fecharam majoritariamente em alta hoje. Além disso, um possível pacote de estímulos a partir de 1º de junho (portanto nesta quarta-feira) também alimenta o apetite de risco dos investidores por lá.
A Europa segue pelo mesmo caminho, reagindo positivamente aos estímulos à economia propostos por Pequim. A mídia chinesa informou que a China colocará em prática um plano de recuperação econômica composto por “50 políticas ou medidas” que incluem esforços para estabilizar a cadeia de suprimentos local.
A informação soa como música para os ouvidos dos investidores, tendo em vista que uma das maiores preocupações recentes era com a retomada da economia global — e uma desaceleração do gigante asiático poderia reduzir fortemente a intensidade da retomada.
Já por aqui, o Ibovespa encerrou a semana passada com alta de 3,18%, aos 111.941 pontos. Por sua vez, o dólar à vista encerrou o período com recuo de 2,73%.
Confira tudo que movimentará as bolsas, o dólar e o Ibovespa nos próximos dias:
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Disputas políticas e ICMS mexem com bolsa local
Os debates envolvendo o imposto sobre combustíveis e energia elétrica voltam a tomar o centro das discussões por aqui. Nesta segunda-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se reúne com o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz) para debater sobre o teto de 17% do ICMS para esses itens.
A proposta foi aprovada na Câmara, mas deve encontrar maior resistência no Senado pelo fato da Casa sofrer maior influência dos governadores.
Os estados temem que a medida atinja diretamente a arrecadação e pretendem apresentar um plano com “melhorias” aos senadores. Pacheco afirma que busca uma solução de consenso sobre o tema.
Do embate com governadores às eleições
O presidente da República, Jair Bolsonaro, encontra um inimigo que vem minando sua popularidade na sequência de pesquisas eleitorais. A inflação é o grande vilão que explica a baixa popularidade do atual chefe do Executivo.
Nas recentes pesquisas de intenção de novo, Bolsonaro oscilou negativamente, mas uma pesquisa segmentada revelou que o jogo pode ficar ainda mais difícil para o presidente. Segundo o Datafolha, três em cada dez eleitores podem alterar sua intenção de voto até a eleição, colocando como fator determinante a evolução da inflação.
Entre os eleitores do atual presidente, 33% são mais suscetíveis a essa mudança.
Indicadores da semana que mexem com a bolsa
O dado mais importante dos próximos dias será divulgado na quinta-feira (02). O PIB brasileiro do primeiro trimestre deve auxiliar na recalibragem das expectativas com a economia local.
Vale destacar que a inflação acelerada exigiu um aperto monetário mais intenso por parte do Banco Central. Esse avanço dos juros tende a pressionar a atividade econômica e pode refletir no resultado do PIB.
Além disso, o governo adiou mais uma vez a divulgação do Caged, que mede a geração de emprego formal no país. O dado deve ser divulgado na terça-feira (31).
Petróleo em foco nas bolsas
Ao longo da semana, tanto os investidores domésticos quanto os internacionais permanecem de olho nas cotações do barril de petróleo.
Isso porque uma reunião da Opep+ está marcada ainda para esta semana, bem como a divulgação dos estoques de petróleo dos Estados Unidos e um novo pacote de sanções à commodity russa por parte da União Europeia.
O cartel pretende aumentar a produção, diante da recente alta nas cotações causada pela guerra na Ucrânia. O fato que pesa contra essa decisão é a possível desaceleração econômica global, que pode limitar a demanda e derrubar os preços de maneira mais intensa do que o esperado.
Nesta segunda-feira, a principal commosity energética do mundo era negociada em alta nas primeiras horas da manhã. O barril do petróleo Brent, utilizado como referência internacional, avança 0,66%, cotado a US$ 116,38.
Trabalho (nos EUA)
Ainda nos próximos dias deve acontecer a tradicional bateria de divulgação de relatórios de emprego nos Estados Unidos.
Começando na quarta-feira (1º) com o relatório Jolts de emprego, na sequência, a publicação ADP de postos de trabalho privados na quinta-feira e, finalmente, na sexta-feira (03), o payroll, a folha de pagamento dos EUA. No último dia da semana, os investidores ainda conhecerão a taxa de desemprego norte-americana.
Livro Bege e a economia norte-americana
A publicação que traz as perspectivas para a economia dos EUA também acontece nesta semana. Na quarta-feira, o Federal Reserve publica o Livro Bege, que deve trazer um panorama mais detalhado da atividade por lá.
A atividade econômica é um dos indicadores usados pelo Banco Central americano para decidir sobre a política de juros, além da inflação e da taxa de desemprego. Munido de todos esses dados, o Fed pode optar por um aperto monetário mais intenso ou não.
Relembre o que animou os investidores
Na semana passada, a ata do Fomc — o Copom americano — foi determinante para o sentimento geral dos investidores. As resoluções seguiram o esperado pelo mercado, com expectativa de alta de 0,50 pontos percentuais na taxa de juros.
Apesar de confirmar que os juros devem seguir em alta sem buscar um teto, a possibilidade de que o Federal Reserve opte por uma alta de 0,75 ponto percentual não foi citada nenhuma vez. E o mercado comemorou o fato como uma grande vitória.
Além disso, foi traçado um plano para a venda de ativos, atualmente sob a guarida do Federal Reserve — a partir de 1º de junho, a autoridade começa a liberar US$ 30 bilhões em Treasuries todo mês, em um ritmo crescente.
Agenda semanal
Segunda-feira (30)
- Estados Unidos: Feriado mantém as bolsas fechadas por lá hoje
- FGV: IGP-M de maio (8h)
- Banco Central: Diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, participa de evento da Kinea Investimentos (12h)
- China: PMI industrial e de serviços em maio (22h30)
Terça-feira (31)
- IBGE: Pnad Contínua de abril (9h)
- Banco Central: Setor público consolidado de abril (9h30)
- Estados Unidos: Confiança do consumidor em maio (11h)
- China: PMI industrial de maio (22h45)
- Caged: Postos de trabalho formal (sem horário)
Quarta-feira (1º)
- Zona do Euro: PMI industrial, de serviços e composto de maio (5h)
- FGV: IPC-S de maio (8h)
- Brasil: S&P Global divulga o PMI industrial de maio (10h)
- Estados Unidos: S&P Global divulga o PMI industrial de maio (10h45)
- Estados Unidos: Relatório sobre empregos (Jolts) de abril (11h)
- Estados Unidos: Divulgação do Livro Bege (15h)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (17h30)
Quinta-feira (02)
- IBGE: PIB do 1º trimestre (9h)
- Estados Unidos: Relatório ADP de empregos privados em maio (9h15)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego em maio (9h30)
- Áustria: Reunião ministerial da Opep+ (sem horário específico)
Sexta-feira (03)
- IBGE: Produção industrial de abril (9h)
- Estados Unidos: Relatório de empregos (Payroll) ed maio e taxa de desemprego no período (9h30)
- Brasil: S&P Global divulga PMI composto e de serviços em maio (10h)
- Estados Unidos: S&P Global divulga PMI composto e de serviços em maio (10h45)
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