Dólar volta a ficar abaixo dos R$ 5 e Ibovespa sobe apoiado em commodities, na contramão do mercado internacional
O Ibovespa se beneficiou da alta expressiva do petróleo, mas o mercado internacional seguiu um clima de cautela

A semana começou com o pé direito para os investidores brasileiros. O Ibovespa renovou o seu melhor fechamento do ano, e o dólar à vista voltou a encerrar o dia abaixo da casa dos R$ 5 pela primeira vez desde junho de 2021.
O principal índice da bolsa brasileira encerrou a sessão em alta de 0,73%, aos 116.154 pontos. Já a moeda americana recuou 1,72%, a R$ 4,9445. Os mercados internacionais, no entanto, percorreram um caminho diferente.
O bom desempenho das empresas de maior peso no índice garantiu o saldo positivo, e o fluxo de dinheiro entrando no país aliviou o câmbio.
A alta do petróleo e a perspectiva de que o governo chinês continuará estimulando a economia levaram as produtoras de commodities a ampliarem os ganhos. Teve espaço até para a Petrobras, que vinha sofrendo com os ruídos políticos nas últimas semanas.
No exterior e na curva de juros, foi o temor inflacionário que tomou conta, levando as bolsas americanas a interromperem a sequência de ganhos.
Sem sinais de um acordo de paz no leste europeu, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, alertou que a guerra na Ucrânia deve ter efeitos significativos e incertos na economia global, com novas pressões sobre as cadeias produtivas ao redor do mundo. Em uma situação como essa, o risco inflacionário se amplia, e o Fed se veria obrigado a acelerar a elevação dos juros.
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No Brasil, a curva de juros repercutiu o aperto visto nas taxas americanas, mas também digeriu o novo boletim Focus divulgado pelo Banco Central e que contou com surpresas. Os economistas esperam uma inflação de 6,59% em 2022 e a Selic em 13% ao fim do ano.
Notícias do front
Rússia e Ucrânia ainda parecem longe de chegar a um acordo de cessar-fogo, mesmo com rodadas de negociações acontecendo de forma quase diária. O governo ucraniano se recusou a entregar o controle do município de Mariupol, região que liga Donbass à península da Crimeia.
O esperado é que a União Europeia anuncie novas sanções econômicas ao governo russo, mas sem atacar diretamente o corredor de distribuição de energia.
Refazendo as contas
Além do atraso em sua divulgação, o boletim Focus desta segunda-feira também trouxe surpresas negativas importantes nas projeções dos economistas para os principais indicadores da economia brasileira.
Na inflação houve aumento das projeções para o IPCA de 2023, ano mais relevante para o atual horizonte de política monetária, e também no de 2022. Para o ano que vem, a mediana de expectativas passou a ser de 3,75%, muito acima da meta de 3,25%. Já para o fim de 2022, a mediana passou a ser de 6,59%, a 10ª alta consecutiva.
Depois da última reunião de política monetária, houve mudanças também com relação à Selic. Agora os analistas esperam que o ano termine com a taxa básica de juros em 13,0%. O Produto Interno Bruto (PIB) foi o único com uma revisão mais positiva, passando de 0,49% para 0,50%.
Em uma semana que será marcada pela divulgação do Relatório Trimestral de Inflação e pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, a curva de juros respondeu em alta, também pressionada pelas falas de Jerome Powell. Confira:
CÓDIGO | NOME | VALOR | FEC |
DI1F23 | DI jan/23 | 12,93% | 12,87% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 12,22% | 12,08% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 12,03% | 11,91% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 12,01% | 11,93% |
Sobe e desce do Ibovespa
O novo salto do petróleo permitiu que a Petrobras recuperasse parte da forte queda registrada na semana anterior. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro amenizou as suas críticas com relação à estatal e disse que não tem interesse em intervir diretamente na companhia – contrariando as suas falas recentes que haviam penalizado a empresa.
As ações ligadas ao minério de ferro também se destacaram hoje, ainda repercutindo os sinais de que a China deve seguir estimulando a sua economia, o que possibilita a manutenção da demanda. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
PETR4 | Petrobras PN | R$ 31,76 | 3,76% |
RRRP3 | 3R Petroleum ON | R$ 37,86 | 3,70% |
BRAP4 | Bradespar PN | R$ 36,44 | 3,49% |
PETR3 | Petrobras ON | R$ 34,27 | 3,35% |
VALE3 | Vale ON | R$ 98,81 | 2,83% |
Confira as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 18,04 | -8,47% |
DXCO3 | Dexco ON | R$ 14,29 | -4,22% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 45,19 | -3,81% |
PETZ3 | Petz ON | R$ 17,93 | -3,81% |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 15,00 | -3,78% |
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