🔴 SAVE THE DATE – 25/11: MOEDA COM POTENCIAL DE 30.000% DE VALORIZAÇÃO SERÁ REVELADA – VEJA COMO ACESSAR

Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
JUROS (AINDA) MAIS ALTOS

Copom eleva a Selic em mais meio ponto, a 13,75%, e avisa os passageiros: o avião dos juros está quase em altitude de cruzeiro

Conforme projetado pelo mercado, a Selic chegou a 13,75% ao ano; veja os detalhes da decisão de juros do Copom

Victor Aguiar
Victor Aguiar
3 de agosto de 2022
18:35 - atualizado às 12:05
Montagem de Roberto Campos Neto, como aviador dentro de um avião apoiando sua mão no painel do piloto. Campos Neto é presidente do Banco Central (BC), responsável pela reunião do Copom que define a Selic, a taxa básica de juros da economia | Ibovespa
Montagem de Roberto Campos Neto como aviador dentro de um avião apoiando sua mão no painel do piloto - Imagem: Montagem Andrei Morais / Wikimedia / José Dias/PR

O comandante Roberto Campos Neto puxou o manche da aeronave dos juros: se os ventos da inflação estão cada vez mais fustigantes, o melhor é ultrapassar as nuvens o quanto antes para fugir da turbulência. E, com esse plano de voo em mente, o Copom subiu a Selic em mais meio ponto, ao patamar de 13,75% ao ano.

É a décima segunda elevação consecutiva da taxa básica de juros, que estava em 2% ao ano no começo do ano passado. E não é para menos: o IPCA acumulado em 12 meses está acima dos 10% desde setembro de 2021 — uma pressão capaz de fazer qualquer economia derrapar.

Mas, depois de um salto de quase 12 pontos percentuais (p.p.) na Selic, o comandante Campos Neto avisou os tripulantes e passageiros: o avião está quase em altitude de cruzeiro. O Copom deu a entender que o ciclo de elevação de juros está quase concluído, deixando em aberto a possibilidade de uma "nova alta residual" no horizonte.

Os dados mais recentes do IPCA divulgados pelo IBGE dizem respeito a junho de 2022. Levantamento: Seu Dinheiro

Esta é a terceira elevação consecutiva da Selic em 0,5 p.p.; o Copom vem suavizando o ritmo de altas nos juros desde março — no auge do aperto monetário, os saltos na taxa básica de juros eram de 1,5 ponto por reunião. A decisão de hoje foi unânime.

"O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024", diz o Copom, em sua decisão.

A alta de 0,5 ponto na Selic já era amplamente esperada pelo mercado; no entanto, o não comprometimento com o fim do ciclo de aperto pode pegar parte dos investidores de surpresa, já que muitos agentes financeiros apostavam que o Copom iria cravar a interrupção nas elevações dos juros já nesta reunião.

Leia Também

Copom e Selic: preocupação com o lado fiscal

Como tem sido de praxe, o Copom destacou os riscos externos e as instabilidades geopolíticas diversas vezes em sua decisão de juros. No entanto, chama a atenção o protagonismo de um fator que, até agora, vinha ficando em segundo plano: a incerteza quanto à trajetória fiscal do Brasil.

E o BC é explícito, citando nominalmente os "estímulos fiscais adicionais" para garantir a sustentação da demanda — ou seja, as iniciativas de auxílio social propostas pelo governo Bolsonaro que incluem gastos extraordinários no orçamento da União.

O Comitê pondera que a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os riscos de alta para o cenário inflacionário.

Comunicado do Copom com a decisão de juros da reunião do dia 3 de agosto de 2022

Com os riscos fiscais em mente — além da volatilidade no exterior e de uma dinâmica doméstica ligeiramente mais salutar que o previsto —, o Copom diz ser apropriado que o ciclo de aperto monetário "continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista", de modo a consolidar o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas.

"O Comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião".

Selic: como o cenário de inflação se comportou?

Também como de costume, o Copom forneceu uma "atualização de cenário", analisando como as principais variáveis que interferem no ciclo monetário se comportaram desde a última reunião:

  • Ambiente externo: segue adverso e volátil, com revisões negativas para o crescimento global e um contexto inflacionário pressionado — nada positivo, portanto;
  • Ambiente interno: indicadores mostram crescimento econômico no segundo trimestre, com uma retomada do mercado de trabalho "mais forte do que era esperada". A inflação segue elevada.

Ou seja: por mais que o cenário doméstico tenha tido desdobramentos favoráveis, o pano de fundo ainda é bastante tumultuado para a Selic. É possível que uma reversão nos preços das commodities ajude a dar alívio à inflação, assim como uma desaceleração mais firme da atividade econômica; ainda assim, o cenário inflacionário requer "serenidade na avaliação dos riscos".

Copom de olho em 2024

Por fim, chama a atenção um pequeno detalhe no comunicado do Copom: a menção ao ano de 2024 dentro do horizonte relevante de metas de inflação — até a reunião anterior, o BC citava apenas o ano de 2023. É um sinal de que a autoridade monetária já está 'jogando a toalha' para o ano que vem e pensando na Selic mais adiante?

Bem, não necessariamente. O Copom explica que as projeções de inflação para 2022 e 2023 estavam sujeitas a "impactos elevados associados às alterações tributárias entre os anos-calendário"; por isso, o comitê optou por dar ênfase à inflação em 12 meses no primeiro trimestre de 2024, de modo a suavizar esses efeitos.

Segundo o último boletim Focus, divulgado na segunda-feira (1), o mercado projeta inflação acumulada de 7,15% ao fim deste ano, acima do teto da meta definida pelo BC, de 5%. Em 2023, as estimativas são de IPCA em 5,33%, também estourando o teto da meta para o ano, de 4,75%.

E para 2024? Neste caso, as previsões do Focus são de IPCA em 3,3%, abaixo do teto de 3,5%. É um horizonte de tempo bastante prolongado, mas que já entra na mira da autoridade monetária, dentro do discurso de ancoragem das expectativas.

Selic: nas máximas em muito tempo

Os atuais 13,75% ao ano da Selic representam o maior patamar para a taxa básica de juros em muito tempo — desde novembro de 2016, para ser mais exato, quando o mesmo nível foi atingido.

Considerando o tom da comunicação do BC, dando a entender que o próximo movimento será de alta de 0,25 ponto ou de interrupção das elevações, é razoável trabalhar com um cenário de Selic a 14% ao ano, igualando o patamar de outubro de 2016 e ficando a um degrau do pico daquele ciclo de aperto monetário, a 14,25%.

E uma Selic além dos 14,25%? Bem, aí é preciso voltar bem mais no tempo — até 2006. Mas, ao que tudo indica, a altitude de cruzeiro da aeronave dos juros será mais baixa na viagem atual.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer

18 de novembro de 2024 - 20:00

Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 7:03

A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias

NÃO TEVE B3, MAS OS GRINGOS OPERARAM

Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva

15 de novembro de 2024 - 18:10

Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira

15 de novembro de 2024 - 9:32

Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações

SEXTOU COM O RUY

Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações

15 de novembro de 2024 - 8:00

Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar

MUITA CALMA NESSA HORA

Está com pressa por quê? O recado do chefão do BC dos EUA sobre os juros que desanimou o mercado

14 de novembro de 2024 - 18:40

As bolsas em Nova York aceleraram as perdas e, por aqui, o Ibovespa chegou a inverter o sinal e operar no vermelho depois das declarações de Jerome Powell; veja o que ele disse

ANTES DA DESPEDIDA

A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas

14 de novembro de 2024 - 17:32

As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião

DESAGRADOU (?)

“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo

14 de novembro de 2024 - 15:51

Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos

DESTAQUES DA BOLSA

A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?

14 de novembro de 2024 - 13:13

Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos

QUEM ESTÁ COM A RAZÃO?

Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?

14 de novembro de 2024 - 11:41

Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad

14 de novembro de 2024 - 8:19

Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília

ANOTE NO CALENDÁRIO

A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados

14 de novembro de 2024 - 7:11

Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações

“SUCH A LOVELY PLACE…”

A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá

14 de novembro de 2024 - 6:02

Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Abrindo a janela de Druckenmiller para deixar o sol entrar

13 de novembro de 2024 - 20:00

Neste exato momento, enxergo a fresta de sol nascente para o próximo grande bull market no Brasil, intimamente correlacionado com os ciclos eleitorais

COMPRAR OU VENDER

O IRB Re ainda vale a pena? Ações IRBR3 surgem entre as maiores quedas do Ibovespa após balanço, mas tem bancão dizendo que o melhor está por vir

13 de novembro de 2024 - 13:01

Apesar do desempenho acima do esperado entre julho e setembro, os papéis da resseguradora inverteram o sinal positivo da abertura e passaram a operar no vermelho

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA

13 de novembro de 2024 - 8:09

Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar

O QUE FAZER?

Voltado para a aposentadoria, Tesouro RendA+ chega a cair 30% em 2024; investidor deve fazer algo a respeito?

13 de novembro de 2024 - 6:03

Quem comprou esses títulos públicos no Tesouro Direto pode até estar pensando no longo prazo, mas deve estar incomodado com o desempenho vermelho da carteira

MERCADO DE ARTE

Arte de milionária: primeira pintura feita por robô humanoide é vendida por mais de US$ 1 milhão

12 de novembro de 2024 - 17:30

A obra em homenagem ao matemático Alan Turing tem valor próximo ao do quadro “Navio Negreiro”, de Cândido Portinari, que foi leiloado em 2012 por US$ 1,14 milhão e é considerado um dos mais caros entre artistas brasileiros até então

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quantidade ou qualidade? Ibovespa repercute ata do Copom e mais balanços enquanto aguarda pacote fiscal

12 de novembro de 2024 - 8:11

Além da expectativa em relação ao pacote fiscal, investidores estão de olho na pausa do rali do Trump trade

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar