A vez da Usiminas: BTG estima alta de mais de 55% para USIM5 nos próximos meses; saiba o que pode impulsionar as ações
Segundo os analistas, a empresa negocia nos múltiplos mais baixos da década e deve surfar na recuperação dos preços do aço
Sob a sombra projetada por outras grandes empresas do setor siderúrgico, a Usiminas (USIM5) foi esquecida por grande parte dos investidores. Mas, com as ações nos menores múltiplos da década e um balanço “de primeira classe”, essa realidade pode estar prestes a mudar.
É nisso que acreditam os analistas do BTG Pactual. Em relatório divulgado nesta segunda-feira (24), o banco de investimento atualizou o preço-alvo dos papéis de R$ 24 para R$ 25, projetando uma alta de mais de 55% em relação à cotação atual.
Hoje as ações USIM5 caminharam na contramão do Ibovespa e do restante das bolsas mundiais com ganhos de 2,40%, a R$ 16,24. Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados.
Barrada no baile
“Em nossa experiência cobrindo o setor, a Usiminas tem sido ignorada por boa parte da comunidade de investimento há anos. No entanto, vemos melhorias no case de investimentos dos últimos trimestres”, escrevem os analistas na abertura do relatório.
Segundo o time de investimentos do BTG Pactual, a empresa negocia nos múltiplos mais baixos da década, a cerca de 2x EV/Ebitda - o indicador que mostra a relação entre o valor de uma empresa e a geração de caixa.
Os analistas também estimam que o caixa líquido poderá chegar a R$ 2,5 bilhões neste ano. Com isso, a previsão para o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também ficou mais ousada e “bem acima do consenso”, subindo para R$ 9 bilhões.
De carona com o aço
Para o banco de investimentos, as ações da Usiminas descontam uma correção de preços na siderurgia acima de 20% neste ano, o que - matematicamente falando - os analistas consideram altamente improvável.
E a empresa deve acompanhar a recuperação esperada para a cotação do aço: “o cerne do nosso call é que a Usiminas provavelmente repassará automaticamente um aumento de preço de 40% a 50% para 2022”.
Além dos preços, os rendimentos pagos aos acionistas também devem subir. Com base no potencial de fluxo de caixa, os analistas do BTG acreditam que um dividend yield de, pelo menos, 10% a 12% está garantido para 2022 e mantêm a recomendação de compra para as ações.