Ibovespa perde fôlego com Petrobras (PETR4) e encerra sequência de ganhos; dólar vai a R$ 5,16

Pelo segundo dia consecutivo, indicadores de inflação dos Estados Unidos mostraram que a alta dos preços começa a ficar sem combustível e afastam a possibilidade de que o Federal Reserve precisará agir de forma mais dura, mas os investidores tiveram pouco fôlego para acompanhar a notícia com o mesmo entusiasmo da véspera. 

Em Nova York, os ganhos foram modestos. Na B3, acompanhando a alta dos juros futuros e o fortalecimento do dólar, o principal índice interrompeu uma sequência de sete ganhos. 

A pausa para respirar é bem-vinda. Entre a noite de hoje e a manhã desta sexta-feira (12), dezenas de empresas brasileiras irão divulgar os seus resultados do segundo trimestre — números que serão analisados com lupa no próximo pregão. 

No Brasil, a desaceleração do Ibovespa ficou por conta da Petrobras (PETR4) — mesmo com o petróleo fechando o dia em alta e a data de corte para pagamento de dividendos da estatal. A queda dos papéis apagou o bom desempenho do setor de mineração e siderurgia.

Interrompendo a sequência vitoriosa, o principal índice da bolsa brasileira teve queda de 0,47% aos 109.717 pontos, mas chegou a subir quase 1% na máxima do dia. O dólar à vista avançou  0,58%, a R$ 5,1582. 

Deflação americana

Depois da inflação ao consumidor surpreender positivamente, hoje foi a vez dos dados de inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos mostrarem novo alívio sobre os preços. O índice de julho recuou 0,5% ante o mês anterior, um resultado bem melhor que a estimativa do mercado de um avanço de 0,2%.

Apesar das bolsas americanas terem engatado alta nas primeiras horas do dia, o comportamento não se sustentou, já que restam dúvidas sobre como o Federal Reserve irá agir. Confira o fechamento dos principais índices em Nova York:

• Dow Jones: +0,08%
• S&P500: -0,07%
• Nasdaq: -0,58%

Sobe e desce do Ibovespa 

As ações da empresa de proteínas Minerva (BEEF3) foi um dos principais destaques positivos do dia.  A empresa divulgou ontem os seus números do segundo trimestre, mostrando uma operação sólida e melhor do que o esperado pelos investidores. A companhia anunciou também que pagará dividendos no valor de R$ 128 milhões (R$0,22/ação, sendo 1,7% de dividend yield).

O Ebitda foi de R$ 778,0 milhões, com margem de 9,2%, beneficiado pelo aumento nos preços de exportação em dólar, o que compensou a valorização do real, e alta de 13% nos volumes de exportação.  

Segundo a equipe da Ajax Capital, a Argentina surpreendeu com o crescimento de receita (R$ 1,3 bilhão), enquanto a receita do Brasil atingiu R$ 4,3 bilhões, e o Paraguai também foi sólido diante das maiores exportações. 

A companhia também mostrou um capital de giro equilibrado e endividamento estável, com uma dívida líquida de R$ 6,6 bilhões, considerando desembolso de R$ 200 milhões de dividendos e hedge cambial de R$ 389 milhões. 

O melhor desempenho do dia, no entanto, ficou com a Positivo (POSI3). A empresa teve uma receita bruta de R$ 1,9 bilhão no segundo trimestre. 

Confira as maiores altas do Ibovespa hoje:

Na ponta contrária, a temporada de balanços também fez peso, com a BRF (BRFS3). A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre na noite de ontem e, apesar da forte recuperação, os analistas seguem com dúvidas com relação aos papéis. Segundo o BofA, os desafios que a companhia já enfrentava em trimestres anteriores continuam atrapalhando os negócios.

"Apesar da melhora sequencial dos lucros e algum alívio de curto prazo nos preços dos grãos, acreditamos que a recuperação da margem deve ser gradual daqui para frente, com risco de queda para os preços internacionais de aves e preços de alimentos processados ​​mais estáveis ​​no Brasil", citam os analistas.

Confira também as maiores quedas do dia:

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