Lula ou Bolsonaro? As ações que devem ganhar as ‘eleições’ da B3 seja qual for o resultado das urnas
Ações do setor de varejo serão beneficiadas pela possibilidade de estabilidade e queda dos juros, puxando administradoras de shoppings
Desde que a disputa presidencial deste ano começou a tomar forma no embate entre Lula e Bolsonaro, uma das coisas que os investidores mais desejam saber é: quais as oportunidades para quem deseja comprar ações, independentemente do cenário das urnas?
Afinal, nada melhor do que surfar bons retornos sem precisar esmiuçar o plano econômico de um ou outro candidato. E sim, é possível encontrar ações que tendem a ter um bom desempenho nos próximos anos, descoladas do contexto político. E isso acontece tanto pelos fundamentos específicos de algumas empresas quanto pelo cenário macroeconômico mais favorável para o Brasil em relação a outros países.
Um consenso entre os especialistas do mercado é o de que o Brasil fez sua lição de casa para combater a inflação muito mais cedo que as demais economias. Com uma Selic a 13,75% ao ano, as discussões quanto a um corte nas taxas num horizonte não tão distante já ganham força. Isso por si só já dá uma força extra para a bolsa, uma vez que a renda fixa vai perdendo atratividade conforme os juros cedem.
- SEU SALÁRIO LÍQUIDO PODE MUDAR: Lula e Bolsonaro querem mexer no salário de brasileiros com mudança nos impostos – e isso pode impactar sua renda nos próximos meses. Entenda neste link o que eles querem fazer.
Outro fator que ajuda a levar recursos para o mercado de ações é o preço dos ativos: eles estão baratos não apenas quando comparados entre si, mas também em relação aos demais países emergentes.
Enquanto os Estados Unidos ainda não conseguiram definir se haverá recessão ou não e a Europa sofre com a guerra entre Rússia e Ucrânia, a avaliação é a de que, definido o resultado das urnas e havendo alguma previsibilidade sobre o aspecto fiscal, o Brasil tem tudo para atrair mais investidores. Por consequência, as empresas listadas tendem a se beneficiar desse ambiente.
Mas, calma — é preciso separar as coisas
Ainda que as projeções indiquem um período melhor para o mercado de ações no Brasil, é preciso entender que nem tudo vai se valorizar indiscriminadamente, seja qual for o resultado da eleição. Alguns setores e papéis tendem a se sair melhor.
Leia Também
Um consenso entre os analistas e gestores consultados pelo Seu Dinheiro é o de que as construtoras devem experimentar uma boa fase daqui pra frente. A principal razão para isso está também na expectativa de estabilidade seguida de queda dos juros, aliviando o bolso dos brasileiros que buscam comprar um novo imóvel.
"Observando a dinâmica dos juros e também de outros dados macroeconômicos, como IPCA e PIB, que foram revisados positivamente, a tendência é de que as construtoras se beneficiem desse ambiente mais positivo, com melhora nos custos e nas margens", diz Cássio Bambirra, sócio da One Investimentos.
Esse cenário positivo só será abalado, segundo ele, caso o próximo presidente mostre pouco compromisso fiscal, o que é mais difícil de acontecer; além disso, ambos os concorrentes ao Planalto dão a entender que o estímulo à construção civil será uma das prioridades.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já prometeu retomar o programa Minha Casa Minha Vida, voltado para a construção de moradias para o público de baixa renda, caso eleito.
Já o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), criou o Casa Verde Amarela, que possui proposta semelhante.
Na avaliação de Tiago Cunha, gestor de renda variável da ACE Capital, ainda assim é preciso fazer algumas ponderações na hora de avaliar o setor de construção civil, de acordo com o comportamento das taxas de juros.
"Quando falamos especificamente de alta renda, ela depende mais da trajetória dos juros, que reagem às sinalizações sobre responsabilidade fiscal do futuro governo. São os juros de longo prazo que fomentam o segmento de alta renda, e sem o fechamento da curva ele não anda", afirma.
Aqui, o segmento de baixa renda acaba levando alguma vantagem, já que, independentemente da taxa de juros, é o governo federal que paga por boa parte do valor final dessas construções.
Entre os especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, a Cyrela (CYRE3) é o nome mais citado entre as empresas com maior potencial de surfar essa onda.
De olho nas ações das varejistas
Aqui vale uma regra clássica do mercado: as ações que mais sofrem com a alta da taxa de juros também são as que geralmente largam na frente conforme a Selic cai, em um movimento típico de recuperação.
Logo, assim como as construtoras, as varejistas também estão na lista de setores que devem ter bons meses pela frente e não dependem do resultado das eleições.
"Com um cenário de inflação menor, entendemos que as ações de varejo e consumo tendem a se beneficiar, olhando os fundamentos. Em geral, apostamos principalmente nas empresas do mercado doméstico", afirma Gabriela Joubert, analista-chefe de ações do Inter.
Entre essas companhias, ela cita Lojas Renner (LREN3) e Multiplan (MULT3), que mesmo não sendo uma varejista, está diretamente ligada ao setor. São ativos de destaque, com potencial de geração de valor e expectativa de bons resultados.
Outra empresa semelhante apontada pelas fontes ouvidas pelo Seu Dinheiro por seu potencial de performance é a Iguatemi (IGTI11). Entre seus pontos fortes estão a boa alocação de capital e o atendimento ao público de alta renda, o que garante faturamento alto e consistente entre os inquilinos de seus shoppings.
Esses são exemplos do que Tiago Cunha, gestor de renda variável da ACE Capital, chama de "setores acessórios" — aqueles que ganham no embalo de outros papéis.
Ele cita fabricantes de tubos e conexões como exemplos de beneficiárias em caso de crescimento das construtoras.
Para ele, as companhias com potencial de privatização e seus fornecedores também podem entrar na lista daqueles que têm um bom futuro pela frente, independente do resultado da eleição.
"O setor de saneamento é um exemplo, com a Sabesp (SBSP3). Para ela, o resultado da eleição estadual é muito mais importante porque pode ser privatizada, algo que gera uma avenida de crescimento que não depende de taxa de juros", explica o gestor, comentando que todo o setor de utilities deve se beneficiar seguindo a lógica de receitas previsíveis.
Nessa linha de raciocínio, outras ações que podem estar no caminho da privatização conforme os resultados das eleições estaduais são Cemig (CMIG4), Copasa (CSMG3) e Banrisul (BRSR6). Além dos planos individuais dos candidatos ao governo estadual, a formação de um Congresso com mais forças de centro-direita também reforça a tese da agenda de privatizações que pode estar por vir.
Há também as empresas de geração, distribuição e transmissão de energia, que além de terem negócios estáveis, não devem sofrer mudanças regulatórias ou intervenções da Presidência.
Uma outra promessa de Lula, caso eleito, é retomar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que investe principalmente em infraestrutura, saneamento, habitação e energia, o que seria positivo para esse grupo de ações.
Correndo por fora
É difícil falar sobre ações com potencial de ganhos sem falar da queridinha da bolsa brasileira: a Weg (WEGE3). E, claro, ela foi citada por gestores como um dos ativos que devem performar bem nos próximos anos.
Como já acontece há algum tempo, é um papel pouco afetado por questões político-econômicas graças aos fundamentos fortes e histórico de resultados. Entre os motivos que devem ajudá-la nos próximos anos estão a resiliência do negócio e sua exposição a tendências estruturais globais e de longo prazo, como eletrificação e energia renovável.
Outro setor que também podemos dizer que corre por fora é o dos bancos, já que as grandes instituições financeiras do Brasil têm um histórico comprovado de resiliência em tempos difíceis.
"A demanda por crédito e serviços financeiros continuará existindo, independentemente do governo escolhido. Além disso, por terem várias frentes de atuação, os bancos têm muitos mecanismos para compensar eventuais desacelerações em alguns produtos ou mudanças na tributação", afirma Larissa Quaresma, analista da Empiricus.
Em recuperação judicial, AgroGalaxy (AGXY3) planeja grupamento de ações para deixar de ser ‘penny stock’; saiba como será a operação
Empresa divulgou um cronograma preliminar após questionamentos da B3 no início deste mês sobre o preço das ações ordinárias de emissão da varejista
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim
Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos
Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço
Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
Inscrições para o programa da XP e Copa Energia acabam hoje (18); confira essas e outras vagas para estágio e trainee com bolsa-auxílio de até R$ 7,6 mil
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar a partir do primeiro semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano
Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) voltam a ficar no radar das privatizações e analistas dizem qual das duas tem mais chance de brilhar
Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, mas o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas