A entrada do ex-ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes (PL) na disputa pelo Senado em São Paulo gerou uma situação inusitada.
Se Pontes for eleito em outubro e o atual senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) por algum motivo deixar o cargo, o maior colégio eleitoral do País ficaria, pela primeira vez, com um senador a menos no Congresso.
Eleito segundo suplente de Major Olímpio em 2018, o hoje candidato bolsonarista foi para a primeira suplência após a morte do senador, no ano passado.
Munição para adversários – Essa possibilidade virou munição de campanha dos adversários do ex-ministro, que está numericamente em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos para o Senado em São Paulo.
“Consultei alguns advogados eleitorais e entendo que ele não pode concorrer. A pessoa precisa se desincompatibilizar de eventuais cargos públicos e Marcos Pontes foi eleito suplente de senador, mas não pediu desincompatibilização”, disse a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB), também candidata ao Senado por São Paulo.
Janaina é concorrente direta de Pontes pela preferência dos eleitores bolsonaristas no Estado.
Mas a parlamentar optou por não acionar a Justiça Eleitoral. “Se eu impugnasse a candidatura dele, diriam que eu estaria tentando ganhar no tapetão”, afirmou.
Procurado, o ex-ministro afirmou que não há problema jurídico na sua candidatura, mesmo sendo ele suplente de senador.
Especialistas consultados pelo Estadão disseram que Marcos Pontes não precisaria ter se desincompatibilizado da primeira suplência para concorrer a uma vaga no Senado.
Uma eventual conjunção de fatores, no entanto, poderia deixar São Paulo com um senador a menos por ao menos 15 meses.
Especialista em direito eleitoral e advogado de Márcio França (PSB), que lidera a disputa pelo Senado em São Paulo, Anderson Pomini disse que se houver vacância na linha sucessória de um senador deve ser convocada uma eleição suplementar, algo que nunca aconteceu para o Senado em São Paulo. Mas, segundo Rollo, se essa vacância ocorrer nos 15 meses finais do mandato, a vaga ficará em aberto até a próxima eleição.
Intenção de voto – Pesquisa Genial/Quaest divulgada em 11 de agosto aponta o ex-governador Márcio França (PSB) na liderança da disputa pelo Senado em São Paulo, com 29% das intenções de voto.
Na sequência, aparecem tecnicamente empatados Marcos Pontes (PL), com 12%, e Janaina Paschoal (PRTB), com 10%.