Não invista no exterior antes de saber quais são os 6 tipos de ações segundo Peter Lynch
Confira como diversificar sua carteira de ativos internacionais com as técnicas de um dos maiores investidores do mundo
Para começar a investir no exterior, é fundamental ter bem definidos os tipos de ações que farão parte de sua carteira. Segundo o analista da Empiricus, Richard Camargo, um profissional que pode servir de referência para guiar essa escolha é o megainvestidor e filantropo Peter Lynch.
As 6 classes de ações de Peter Lynch
Em sua estratégia, Lynch busca aportar dinheiro em empresas que ele realmente conhece, como marcas que fazem parte do cotidiano com potencial.
A seleção de ações também sempre é embasada na perspectiva de desenvolvimento das empresas.
E, na visão dele, as companhias são divididas em seis grupos de acordo com sua operação e capacidade de trazer lucros aos acionistas. Confira:
Slow Growers (Crescimento Lento)
As empresas que crescem mais devagar normalmente estão relacionadas aos setores financeiro e de serviços, como bancos e transmissão de energia ou saneamento. Apesar disso, essas companhias tocam negócios mais perenes e estáveis. Com contratos e receitas previsíveis, essas empresas são investimentos interessantes para o longo prazo, já que os resultados virão mais dos fluxos de caixa (dividendos) do que da valorização do preço da ação em si.
Star Worth (Merecedoras de uma “estrela”)
Companhias grandes e bem estabelecidas, líderes em seus respectivos setores e que consistentemente foram capazes de gerar valor. Na visão de Lynch, essas empresas merecem “ganhar uma estrela”. Exemplos clássicos são a Coca-Cola e a P&G (Procter & Gamble).
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Fast Growers (Crescimento Rápido)
Na década de 80, quando Lynch elaborou a classificação, as empresas de crescimento acelerado mais marcantes eram as small caps, que são aquelas companhias de menor valor de mercado e que podem explodir. Hoje, o exemplo mais representativo desse tipo de empresa são as de tecnologia, que criam muito valor por meio da inovação e das perspectivas futuras, mesmo quando não dão lucro no início da operação. Nesse caso, o investidor ganha mais com a valorização da ação, muitas vezes assustadora, do que com o recebimento de proventos.
Cyclical Stocks (Ações Cíclicas)
Outro grupo definido foi o das empresas cíclicas, com uma estrutura de custo fixo, mas cuja geração de caixa varia conforme oscilações dos preços, da demanda ou de fatores externos, como o clima. As companhias que lidam com commodities são um bom exemplo. Os ótimos resultados da Vale neste ano, por exemplo, foram turbinados pela alta do preço do minério de ferro.
Turnaround (Reestruturação)
As empresas turnaround levam esse nome por estarem dando a “volta por cima”, passando por mudanças importantes em seu modelo de negócios. Empresas em recuperação judicial ou que precisam migrar para plataformas digitais, por exemplo.
Asset Plays (Ativos desvalorizados)
A sexta classe de ações de Lynch são as asset plays, praticamente inexistentes quando pensamos no mercado global de hoje. Elas representam ativos que estavam sendo vendidos abaixo de seu valor patrimonial. Com um acesso a informação muito reduzido, na época encontrar uma ação nessa condição era um verdadeiro trabalho de detetive, que envolvia pesquisas e cálculos complexos. Hoje, com poucos cliques podemos encontrar ações com preço descontado e, normalmente, sabemos que há um motivo por trás disso…
Investir em ações do exterior hoje é muito mais fácil
Aqui no Brasil, até pouco tempo atrás, investir no exterior costumava ser complicado. Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) eram extremamente restritos a investidores profissionais ou que tivessem mais de R$ 1 milhão na conta. Felizmente, a partir do segundo semestre do ano passado, esses ativos estão disponíveis para todos os investidores, com acesso pelo próprio home broker.
Esses recibos são lastreados em ações listadas no exterior, trazidos por um banco de investimento para serem vendidos em território nacional. A partir de quantidades singelas, já é possível começar a investir em grandes empresas listadas nos EUA, como Apple, Amazon e Coca-Cola.
Agora que o investidor comum pode comprar ações estrangeiras por meio dos BDRs na B3, alguns problemas antigos com esses recibos foram se diluindo. O primeiro deles era a falta de liquidez. O mercado era concentrado em poucos nomes, apenas aquelas empresas muito conhecidas pelo público (normalmente, as Star Worth ou Slow Growers). As Fast Growers, por serem empresas menores, acabavam tendo pouca procura no universo dos BDRs.
Ao longo dos últimos meses, essa perspectiva foi mudando, junto com o tamanho das empresas que conseguimos acessar. Se antes eram listadas apenas as grandes, de alta capitalização de mercado, agora é possível encontrar empresas com grande potencial de valorização, com valor de mercado de 15, 20 e 25 milhões de dólares. Assim, é possível o investidor ganhar acesso a ações que o mercado chama de emerging techs, empresas de tecnologia com modelos de negócio bastante escaláveis e que estão investindo em crescimento, além de estarem entregando retornos acima da média do mercado.
É justamente com o objetivo de lucrar com empresas promissoras do exterior e também lucrar com as grandes companhias (Amazon, Google, Netflix), sem precisar colocar em risco parte significante de seu patrimônio, que junto com o analista João Piccioni, Richard administra a série Melhores Ações do Mundo. Com recomendações de diversificação de carteira com ativos do exterior e investimentos em BDRs, a série organizada por analistas da maior casa de análise financeira do Brasil tem entregue resultados bem satisfatórios aos seus assinantes. Deixo aqui o convite para conhecê-la: Conheça as Melhores Ações do Mundo.
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