Trading com buy and hold? Conheça a estratégia diferenciada de ações do analista Sergio Oba que tem gerado resultados acima dos principais índices de referência do mercado
Fique por dentro da carteira Serious Trader, que é liderada pelo analista da Empiricus Sergio Oba, e conheça alguns papéis investidos – tem duas empresas de saúde e uma varejista de moda.
Na Bolsa, é possível seguir inúmeras estratégias. Em relação às ações, são várias as táticas adotadas por investidores e profissionais de investimentos – algumas delas inovadoras como a Serious Trader, uma carteira que te convido a conhecer melhor agora.
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Desde a sua criação em 2 de janeiro de 2018 até o final de junho deste ano, o portfólio gerou 75% de lucro aos assinantes, acima do benchmark que é IPCA + yield do IMA-B (27%). Esse indicador de referência representa a inflação mais a taxa prefixada média dos Títulos do Tesouro IPCA+.
Isso é ganho real na veia, o que é essencial para fazer crescer o patrimônio. Dando outros parâmetros de comparação, a Serious Trader, também ficou acima do Ibovespa desde o seu início (61%). E, nesse período, o CDI acumulado foi de somente 17,35%.
O track record, ou seja, o desempenho ao longo do tempo, é super positivo. Tive uma conversa bem legal com o Sergio Oba, analista que lidera essa carteira, para poder te explicar sobre a dinâmica dela.
O raio X da estratégia
A Serious Trader segue uma linha chamada long biased, que como o próprio nome diz, tem o viés comprado em ações. Desde a sua criação, grande parte dos ganhos vem dessa ponta comprada, porém, de acordo com que Oba me falou, não existe uma obrigatoriedade de seguir essa linha o tempo inteiro. Por exemplo, no começo de 2021, o analista adotou uma postura mais cautelosa por conta dos impactos negativos da pandemia na economia. “Foi nossa menor posição direcional da história. Ficamos uma exposição vendida muito maior do que a comprada. E nessa parte comprada, mais ações defensivas”, explicou. Mas a partir de abril, a parcela comprada voltou a ser predominante.
Porém, no geral, a estratégia long biased têm tendência de ficar com grande parte comprada.
No caso da Serious Trader, a pegada é diferente – não existe nada parecido no Brasil. As operações têm duração de trading, mas as decisões são criteriosas e fundamentadas.
“Eu não uso nem trading nem buy and hold, na verdade misturo as duas estratégias”, diz Sergio Oba.
Ele me contou que a base estrutural para escolha das ações para a carteira é a análise fundamentalista – estudo sobre a capacidade que as companhias têm para gerar receitas e lucros acompanhamento das suas métricas operacionais e níveis de endividamento – combinada com a análise técnica ou gráfica dos históricos e tendências de preços dos papéis, além de arbitragens, eventos corporativos como fusões e aquisições e outros tipos de potenciais gatilhos.
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Alto potencial de ganhos em menos tempo
Embora trades curtos ou curtíssimos possam acontecer de vez em quando, na Serious Trader as operações costumam ser de 15 a 80 dias de duração.
O analista e sua equipe miram lucros de 10% a 20% em cada trade. “Em vez de buscarmos trades arriscados, preferimos papéis muito mais seguros. Diminuímos o risco geral da estratégia. São lucros menores, porém, em maior quantidade, com consistência”, ressalta Oba.
É o melhor dos mundos: tem potencial de grandes lucros como no daytrading, sem o risco do daytrading.
São muitos os cases de sucesso. Por exemplo, entre 10 e 11 de março do ano passado, no auge da pandemia, os assinantes da série Serious Trader que fizeram uma operação recomendada por Oba, conseguiram lucrar 9,22%. Um ganho considerável do dia para noite, bem na fase crítica de derretimento das bolsas.
No dia 26 de janeiro deste ano ele recomendou uma operação que, em menos de sete dias, rendeu 12,36%. Mas quem continuou aceitando o Ibovespa, teve um prejuízo de 1,58% no mesmo período.
Sérgio Oba abriu os números de alguns trades recentes do sistema dele – os retornos foram consideráveis:
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Está curioso? Veja algumas posições da Serious Trader
Atualmente, na Serious Trader destacam-se ações de empresas de saúde, um setor que tem perfil de demanda inelástica, ou seja, a procura não varia muito diante das variações de preços dos produtos e serviços ou da queda na renda dos consumidores. A Qualicorp (QUAL3), administradora de benefícios e planos de saúde, e a Hypera (HYPE3), empresa farmacêutica, têm participações significativas, conforme me disse Sérgio Oba.
Aliás, a QUAL3 é a ação com maior peso no portfólio. Sérgio Oba e sua equipe de analistas estão animados com a nova linha de gestão da empresa adotada desde o início de 2020, a partir da entrada do CEO Bruno Blatt, com muita experiência em saúde suplementar. A Qualicorp tem feito aquisições importantes de corretoras pelo país, aumentando a sua penetração e chegando a localidades onde não estava presente. Outro ponto positivo é que foram lançados 20 novos produtos em cerca de 8 meses.
O analista destaca ainda que no fim de junho, a Qualicorp anunciou uma parceria com o Banco Inter para a comercialização de planos de saúde coletivos por adesão. Inédita no segmento, a iniciativa permitirá a contratação desses planos de forma 100% digital. Por tudo isso, Oba vê um grande potencial de valorização do papel.
Quanto à Hypera, Oba e sua equipe estão confiantes em relação ao momento operacional da companhia, que tem feito diversas aquisições estratégicas, diversificando a sua atuação.
As incorporações de algumas empresas deverão surtir efeitos positivos nos próximos resultados. É o caso do acordo de compra de um portfólio de 18 medicamentos da Takeda, incluindo Neosaldina e Dramin, e da aquisição das marcas Buscopan e Buscofem da Boehringer Ingelheim. E, este mês, a Hypera surpreendeu com a compra da Bioage, uma empresa pequena, porém, estratégica. Essa transação coloca a Hypera no segmento de produtos dermatológicos de estética e ainda com uma “pegada sustentável”.
Em abril, foram adicionadas à carteira Lojas Marisa (AMAR3). Segundo Sergio Oba, as ações da varejista de moda estavam muito descontadas e seguem com alto potencial de valorização. “A varejista de moda começou a dar sinais positivos, desde melhorias na sua estrutura corporativa até novas iniciativas digitais. Além do mais, as vendas voltaram a engrenar”, comenta.
Avisos sobre as operações
Quem assina a série recebe notificações sobre as mudanças necessárias na carteira. “A Serious Trader é para investidores mais ativos, talvez um pouco mais sofisticados, pois tem uma bateria de operações que costumamos fazer”, comenta. Essas operações ocorrem em função de novas oportunidades, mas a estratégia tem muito a questão da calibragem. “Se o risco de uma ação aumenta, vamos reduzir a posição; se determinado papel valorizou muito, partimos para o rebalanceamento e se constatamos que determinada tese está errada, stopamos”, diz Sergio Oba.
Porém, quem não quer fazer as movimentações por conta própria e prefere mais comodidade, pode optar pelo fundo Long Biased da Vitreo, que se inspira na Serious Trader. Daí a gestão fica por conta de profissionais.
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