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Nicole Vasselai
Conteúdo Empiricus

Para onde vai o dólar? Entenda o cenário do câmbio e veja como investir

Será que voltaremos a ver o dólar próximo de R$ 4 ou a tendência é subir? Saiba como se posicionar nesse momento

Nicole Vasselai
21 de agosto de 2021
8:00 - atualizado às 16:54
Imagem: Shutterstock

Nas últimas semanas, a oscilação do dólar voltou a ser um tema importante para os investidores brasileiros. A cotação da moeda americana ganhou fôlego com a piora do cenário político brasileiro e com os novos fatores de risco internacionais, como a crise no Afeganistão. O dólar fechou a semana na faixa de R$ 5,40, uma alta de quase 5% no ano. 

Trata-se de uma reversão de tendência. O câmbio chegou a ir abaixo de R$ 5 no final de junho e a expectativa do mercado era de que a moeda americana se mantivesse no chamado “câmbio de equilíbrio” — algo mais perto dos R$ 4,50.

Será que voltaremos a ver em breve o dólar próximo de R$ 4 de novo ou a tendência é subir? Para os investidores uma só pergunta interessa: como se posicionar? É hora de comprar dólar, vender ou não fazer nada?

A questão é que, assim como o mercado foi pego de surpresa com essas movimentações abruptas, é impossível prever as cotações daqui para frente diante do que os especialistas chamam de “random walk” (andar aleatório) da moeda. É absolutamente irresponsável fazer qualquer tipo de previsão. Mas isso não deve ser motivo para paralisar o investidor.

“O que é passível de ser feito é analisar as condições macroeconômicas para inferir qual deve ser o provável caminho da moeda no curto e médio prazos. Mesmo assim, basta um fator externo para desconstruir quaisquer construções”, afirma João Piccioni, especialista em investimentos no exterior na Empiricus, maior casa de análise financeira do país. 

A cotação do dólar é muito volátil, por isso prepare-se para qualquer cenário

Segundo João Piccioni e Enzo Pacheco, também analista de ativos internacionais na Empiricus, como há uma série de fatores que podem influenciar na cotação do dólar (entenda melhor sobre isso neste relatório), o melhor caminho para se ter uma carteira que ganhe com qualquer cenário é a diversificação

Eles orientam a ter um pouco de cada classe de ativos e investimentos descorrelacionados entre si, a fim de diluir o risco e aumentar as chances de se obter um retorno maior. Mas não para por aí: reforçam que a constância dos aportes é fundamental, seja em uma frequência mensal, trimestral ou até anual.

“Em vez de buscar o dólar ‘ótimo’, defina a parcela de seus investimentos que você quer ter em moeda forte e siga à risca esse plano”, recomenda Pacheco.

Por estar correlacionado a uma economia muito mais estável e desenvolvida do que a do Brasil, o dólar se torna uma boa proteção para o portfólio em cenários de estresse. Como não dá para saber o que vem pela frente, o ideal é estar sempre posicionado, como comenta o especialista: “Em períodos de estresse global, o real tende a reagir negativamente em um primeiro momento. Aqueles que já investiam no exterior antes da crise do coronavírus com certeza estão mais tranquilos agora”. 

Além disso, muitos produtos brasileiros dependem de matéria-prima estrangeira e, por isso, são afetados pelo valor do dólar, o que reflete no bolso do consumidor, independentemente de ter ou não uma carteira com ativos globais.

Larissa Quaresma, também analista da Empiricus, é enfática ao explicar como os brasileiros podem perder poder de compra por conta dessa engrenagem. “O algodão, insumo de boa parte das roupas que você compra, é uma commodity cujo preço é determinado no mercado global e, por consequência, acompanha o dólar. Isso vale também para os alimentos industrializados, que usam trigo, açúcar e soja, entre outros insumos. Mesma coisa para os eletrônicos, que utilizam mão de obra altamente qualificada em suas criação e fabricação. Todos esses produtos oscilam juntamente com o dólar e o investidor brasileiro precisa proteger seu custo de vida”. 

O QUE FAZ O DÓLAR SUBIR OU DESCER E QUAL A MELHOR ESTRATÉGIA PARA DIVERSIFICAR, NA PRÁTICA, SEU PORTFÓLIO? BAIXE ESTE RELATÓRIO E CONFIRA

Em vez de só comprar importados americanos, você pode lucrar com eles

Os analistas deixam claro que não há uma fórmula exata para dolarizar a carteira, mas apresentam algumas possibilidades.

Além de investir no papel-moeda, Pacheco considera as ações de empresas americanas uma maneira ainda melhor de se expor à moeda. “A gente interage o dia inteiro com os produtos americanos mais lucrativos. Usamos Instagram, Google, tomamos Coca-Cola, sonhamos em ir à Disney, e por aí vai. Para se ter uma ideia, os balanços do segundo trimestre das cinco maiores empresas de tecnologia do mundo [Alphabet, Amazon, Apple, Facebook e Microsoft] tiveram resultados bem superiores às expectativas dos analistas. Ou seja, o brasileiro está comendo bola ao ficar de fora dessas gigantes.”

Olhando para as Bolsas de Valores, o S&P 500, principal índice de ações norte-americano, entregou um retorno, entre 2010 e o fim de 2019, de 180%, muito acima do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que valorizou em torno de 66% no mesmo período.

Além disso, mesmo com os impactos da pandemia na economia, o Federal Reserve, Banco Central americano, estimou um crescimento de 7% para o PIB dos EUA em 2021, enquanto para o Brasil o BC projeta uma alta de 4,6%. E no ano que vem não seria tão diferente: a expectativa é de que o PIB americano avance 3,3% e o brasileiro, 2,31%. 

Como investir fora do país

Dentro dos investimentos internacionais também é importante montar um prato colorido (vá além das big techs).

A diversificação não é importante só entre as classes de ativos, mas também dentro de cada uma delas. “Sempre recomendo ter na carteira ações com alto potencial de crescimento, mas mesclando diferentes setores da economia norte-americana. Por exemplo, por mais que as big techs sejam excelentes, se o portfólio estiver concentrado só nelas e o setor como um todo for afetado por algum fator macro, os investimentos em dólares vão por água abaixo”, comenta Piccioni. 

Então, além das gigantes de tecnologia, por exemplo, que são casos mais óbvios e sempre estão na boca do mercado, o analista sugere também olhar para setores ainda emergentes no mercado e distantes do mainstream. 

Dentro dessa característica, destaca o mercado de cannabis, que já não é uma novidade tão grande, mas que tem se expandido consideravelmente no território estadunidense, por meio, principalmente, de lojas que comercializam produtos derivados da planta. “Em 2020 e ainda este ano, vários estados norte-americanos legalizaram o uso da planta, o que facilita o crescimento do segmento e agrega ainda mais valor a ele. E você encontra grandes lojas vendendo tudo que imaginar à base de cannabis. Sem contar o aumento das pesquisas e do uso medicinal do canabidiol”.  

Pacheco complementa falando do setor de semicondutores, que, na visão dele, guarda um potencial interessante devido à popularização de veículos elétricos que está em curso principalmente em países desenvolvidos e justamente porque ainda poucos investidores estão reparando nesse movimento. 

O setor imobiliário americano é outro que está bastante aquecido e tem tudo para deslanchar muito mais no segundo semestre de 2021, segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus que tem estudado bastante o segmento. O economista  argumenta que esse boom tem se dado principalmente em países desenvolvidos em que a abertura da economia se deu de maneira mais evidente (como é o caso dos Estados Unidos).

“Os preços de imóveis nos EUA já vinham aumentando desde antes da pandemia, mas, com a queda da taxa de juros no país - entenda melhor aqui como os juros influenciam no movimento do dólar - e com muita gente procurando casas mais confortáveis e espaçosas para o home office, os preços dispararam de vez. Além disso, grandes instituições já planejavam diversificar sua fonte de renda para além dos imóveis comerciais e estão aproveitando para abocanhar agora também os residenciais, tanto nos EUA quanto na zona do Euro”. 

A melhor forma de investir em ações americanas

Em relação a comprar as ações de fato, o investidor brasileiro pode se tranquilizar, porque o mercado evoluiu bastante e hoje em dia existem alternativas muito práticas, seguras e baratas para comprar dólar ou investir em ativos no exterior. Não tem nada de precisar sair do Brasil, ligar na corretora internacional, nem falar inglês. Dá para fazer tudo online e em questão de minutos. 

Além de poder investir pelo home broker de corretoras americanas, há outras opções menos burocráticas, como BDRs, ETFs e fundos de investimento de ações internacionais.

BDRs (Brazilian Depositary Receipts)

BDR (ou “Recibo Depositário Brasileiro”, em português) é um título negociado na Bolsa brasileira que representa um ativo originalmente emitido no exterior, como uma ação americana. 

Para ilustrar, vamos usar de exemplo as ações da Apple. Estas são negociadas na Nasdaq, mas dão lastro aos papéis que ficam depositados em uma instituição financeira do Brasil que atua como custodiante. Então, ao comprar um BDR, o investidor se torna sócio da empresa sem sair do país e tem, inclusive, os mesmos direitos de qualquer um que aplique direto na Nasdaq, como o recebimento de dividendos. 

Essa opção foi liberada recentemente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aqui no Brasil para todos os investidores pessoas físicas, ou seja, aqueles com uma conta em corretora brasileira — antes esse ativo era restrito apenas àqueles com mais de R$1 milhão em ativos financeiros.

Apesar das vantagens, Piccioni faz uma ressalva: “A única questão é que, mesmo que os BDRs facilitem a aplicação em si, o investidor ainda vai precisar garimpar as melhores empresas dentre tantas opções. E, sem dúvida, essa é a parte mais desafiadora, porque são milhares de ações e milhares de informações para acompanhar sobre as companhias, então dá trabalho e toma bastante tempo”. 

Fundos de investimentos 

Outra alternativa para investir lá fora sem sair da sua casa é por meio de fundos de investimento

Eles funcionam de forma similar a um condomínio, já que reúnem os recursos de vários investidores (chamados de cotistas) para serem aplicados, em conjunto, no mercado financeiro, por um especialista (gestor) que fica responsável por toda a estratégia do fundo, incluindo a entrada, saída e eventuais ajustes de posições. Isso facilita a vida do investidor, já que não precisa se preocupar com a operacionalização e com o timing de compra e venda.

Como a soma do dinheiro dos investidores forma o patrimônio do fundo, os retornos obtidos com as aplicações são divididos entre os cotistas, proporcionalmente ao que foi depositado por cada um. Além disso, cada fundo tem seu regulamento e o gestor deve seguir as normas estabelecidas na hora de alocar o capital. 

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Em relação aos BDRs, a principal vantagem dos fundos está na possibilidade de investir, de uma vez, em vários ativos, o que tende a baratear bastante os custos para o investidor, em vez de comprar um a um isoladamente e ter de pagar as taxas de todas as transações. 

ETFs (Exchange Traded Fund)

Existem fundos passivos e ativos. No primeiro caso, o fundo replica alguma estratégia já existente no mercado e pretende acompanhar índices econômicos (como Ibovespa, S&P 500...), já o segundo tipo engloba gestores que têm uma estratégia de alocação e de escolha de ativos totalmente autêntica, buscando superar o benchmark.

Os ETFs, por exemplo, são fundos passivos negociados em Bolsa. Ao comprar cotas de um ETF, o investidor está aplicando exatamente nos ativos que compõem o índice de referência e, portanto, o papel do gestor é justamente alocar os recursos dos cotistas nas mesmas ações que compõem o índice, respeitando a proporção. 

Embora haja uma variedade de ETFs no mercado atualmente, se o objetivo é aumentar a exposição a dólar, a melhor opção é buscar algum fundo que acompanhe um índice da bolsa internacional, como o S&P 500. Dessa forma, o investidor tem acesso às principais empresas norte-americanas.

Sobre essa alternativa, Pacheco diz o seguinte: “Por um lado, existe a segurança de que o retorno será muito próximo ao do índice replicado, então é algo mais previsível, mas muitas ações americanas superam o S&P, por exemplo, e o investidor acaba perdendo a chance de ganhar mais ao optar pelo ETF. E todo fundo de investimento cobra uma taxa de administração, só que nesses fundos passivos você paga para o especialista replicar nada mais do que uma carteira que já existe e que é a ‘média’ do mercado, então acho importante ponderar se não vale a pena procurar fundos de investimento em ações internacionais que cobrem taxas parecidas (ou até mais justas), mas entreguem uma estratégia mais autêntica e retornos que superem o índice”. 

Fundos de gestão ativa

Segundo a classificação da Anbima, há alguns tipos de fundos: 

  • Fundos de renda fixa;
  • Fundos de ações (locais e/ou internacionais);
  • Fundos cambiais (com exposição a moedas fortes); 
  • Fundos multimercados (que misturam diferentes classes de ativos na carteira).

Os que mais interessam a quem busca dolarizar o portfólio são os de ações internacionais e os cambiais, que investem em moedas estrangeiras (as mais comuns são o dólar e o euro). 

Para fundos de gestão ativa, o gestor pensa na alocação dos recursos de forma autêntica e, como já mencionado, procura construir uma carteira (seguindo o regulamento do fundo) que entregue retornos acima da rentabilidade do índice de referência. 

Bruno Mérola, especialista em fundos de investimento, lista alguns dos pontos fortes dos fundos em relação aos ETFs e aos BDRs:

  • Acesso a produtos sofisticados com custos menores: como o volume do patrimônio dos fundos costuma ser alto, os gestores  têm acesso a produtos mais sofisticados do que a pessoa física sozinha teria. “Sem contar que tem mais poder de barganha para negociar taxas melhores e hoje dá para investir em excelentes fundos por quantias bastante acessíveis, como a partir de R$ 100”, afirma Mérola. 
  • Atende do conservador ao arrojado: os fundos também são bastante democráticos; não importa com qual perfil de investidor a pessoa se identifica, com certeza existem fundos que se encaixam com seus objetivos e com seu apetite a risco. 
  • É possível escolher fundos de ações internacionais com foco em setores específicos: cada vez o mercado vem se especializando e o investidor já encontra fundos focados, por exemplo, em ações de big techs ou no mercado de cannabis e tem a possibilidade de mesclar esses diferentes segmentos na carteira. 

Existem, ainda, os FoFs, que são fundos de fundos e que têm, também, ampliado sua oferta à pessoa física, principalmente os globais (focados em investimentos para além do território brasileiro). Esse veículo abre portas para muitos fundos antes restritos somente a multimilionários ou que raramente abrem para captação, justamente por conta da alta demanda do mercado. 

Quais critérios levar em conta na hora de escolher um fundo 

Assim como para qualquer aplicação, é preciso fazer um filtro em relação aos fundos disponíveis no mercado e identificar quais realmente valem o investimento. Para isso, Mérola cita alguns critérios que usa em suas próprias análises para separar o joio do trigo:

  • Histórico de retorno em comparação ao benchmark (CDI, Ibovespa, S&P 500…)
  • Composição do portfólio
  • Estratégia do fundo
  • Experiência do gestor
  • Prospecto e regulamento

“Às vezes encontramos fundos com bom rendimento, mas com gestão questionável, ou, então, vemos produtos com retorno recente excepcional, mas que não indicamos por serem muito novos e, portanto, ainda precisam ser testados. Por isso, é importante olhar o todo: veja a estratégia do fundo, quanto tempo de experiência o gestor tem e, principalmente, se ele respeita as regras do prospecto e do regulamento, aos quais todo investidor pode ter acesso. O retorno é relevante também, mas deve ser olhado mais no médio a longo prazo. Alguns meses de retorno, por exemplo, podem não dizer muita coisa sobre a efetividade da estratégia”, explica o analista.

Agora, se quiser saber mais sobre como expor a carteira ao dólar de forma segura e eficiente, além de descobrir o que de fato afeta o câmbio, confira este relatório, com a opinião de especialistas no assunto - incluindo a de Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, que gere um patrimônio de mais de USD 150 bilhões. 

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