Após valorizar 60%, Lojas Quero-Quero (LJQQ3) tem potencial para mais – fique por dentro das estratégias dessa microcap
Em live, analistas da Empiricus conversaram com o CEO dessa microcap que atua praticamente sem concorrência e que deve ser beneficiada pela retomada da economia
A Lojas Quero-Quero (LJQQ3), varejista que trabalha com materiais de construção, ferramentas e móveis, estreou na B3 há pouco menos de um ano, em agosto de 2020. Desde então, essa microcap acumula alta de mais de 60% e vem despertando cada vez mais a atenção do mercado. Mas essa empresa já é, há algum tempo, uma das principais apostas dos especialistas da Empiricus (para conferir as outras, clique aqui).
Após os assinantes da Empiricus pegarem boa parte dessa alta, os analistas da maior casa de research do Brasil afirmaram que a empresa tem ainda um upside, ou potencial de valorização, de mais de 30% e mantiveram suas posições.
As ações da Lojas Quero-Quero integram a carteira do Oportunidades de Uma Vida, sendo atualmente a terceira maior alocação do portfólio gerido por Felipe Miranda, estrategista-chefe e CIO da consagrada casa de Research.
Além disso, a companhia compõe também os portfólios das séries Microcap Alert, da FIRE e da Carteira Empiricus.
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Conheça a Lojas Quero-Quero, empresa que pode valorizar mais de 30%
“A Lojas Quero-Quero é uma companhia com 53 anos, original da cidade de Santo Cristo, no Rio Grande do Sul. Em seu começo, vendia geradores de eletricidade para minifúndios da região”, contou Peter Furukawa, CEO da companhia, em live da Empiricus no YouTube.
Desde a sua fundação, a companhia entendeu que o seu modelo de negócio seria diferente das grandes varejistas. Ao atuar em cidades pequenas e desbancarizadas, a Quero-Quero, além de vender materiais de construção e outros produtos, passou a oferecer também empréstimos e cartões de crédito. “É uma vantagem que temos e, com ela, vamos ganhando mercado pouco a pouco”, explica o CEO.
A companhia possui mais de 3 milhões de cartões emitidos pelas suas lojas espalhadas pelo Brasil. Atualmente, 78% da sua receita vem da venda de produtos e o restante é oriundo da prestação de serviços financeiros.
A carteira de crédito da Lojas Quero-Quero é suportada por um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) gerenciado pela Oliveira Trust, com quatro séries de papéis ofertadas – o que diminui o risco. De acordo com Furukawa, 60% das vendas são feitas pelo próprio cartão de crédito da companhia, o VerdeCard. 30% são à vista e apenas 10% em bandeiras como a Visa e a Mastercard.
Rede cresce em ritmo acelerado
Para os analistas da Empiricus, Max Bohm e Cristiane Fensterseifer, responsáveis pela carteira Microcap Alert - outra prata da casa, que já retornou lucro de 579,47% aos assinantes desde sua criação - o modus operandi da Lojas Quero-Quero é um “diferencial no setor, que pode fazer a empresa facilmente triplicar de tamanho”.
“A companhia tem uma combinação rara de crescimento, podendo avançar via abertura de lojas no segmento de casa e construção, que é fortemente impulsionado pela queda nos juros. Além disso, ela mostra resiliência, visto que seu consumidor tem a renda fortemente conectada ao agronegócio, que é menos afetado por crises econômicas”, explicam os dois especialistas em um relatório recente.
No primeiro trimestre deste ano, ainda em um cenário de crise, com as restrições à mobilidade avançando junto com o crescimento dos casos da Covid-19 no país, a Lojas Quero-Quero demonstrou sua força: seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 161% na base anual e a receita operacional líquida, 38,3%.
Ao contrário da maioria das ações do varejo, a Lojas Quero-Quero acabou sendo impulsionada pelas restrições impostas para controlar a pandemia: com as pessoas passando mais tempo em casa, aumentou a procura por materiais de construção e móveis - tudo em prol de mais conforto nos lares. “Acreditamos que esse movimento positivo deve prosseguir, motivado principalmente pelos juros mais baixos e pela procura por reformas diante dos novos modelos de trabalho (home office e híbrido)”, afirmam Bohm e Fensterseifer.
Para se ter uma ideia, o número de reformas em 2020 foi tão grande que chegou a gerar problemas de abastecimento, com alguns materiais faltando.
A demanda levou a inflação da construção civil a ser, em maio último, a maior em 28 anos, com materiais e equipamentos registrando alta de 38,66% em 12 meses.
“Estamos hoje com uma margem muito maior do que a normal, descontando menos. A quebra de estoque continua por volta de 4% a 6%, mas já caiu bem, uma vez que bateu 20% no começo da pandemia”, explica o CEO da Quero-Quero.
Cimento e aço, segundo Peter Furukawa, foram os materiais que registraram os maiores aumentos de preços. “O mercado todo tem repassado os preços. É o que todos estão fazendo. Estamos importando aço da Turquia atualmente, o que não é nada normal”, contextualiza Furukawa.
E a procura por materiais de construção deve continuar - há quem aponte que a demanda deve permanecer alta até 2023, impulsionada pelo cenário de juros nominais ainda baixos (apesar da recente sinalização de alta do Banco Central) e pelo avanço da economia brasileira. “A venda de materiais de construção deve continuar forte, influenciada pela atividade econômica (PIB), pelo aumento da renda disponível dos consumidores e pelas taxas de juros”, argumentam os analistas da Empiricus.
Outro ponto favorável para a Lojas Quero-Quero é que os principais consumidores da companhia, presente nas pequenas cidades do interior dos estados, veem suas rendas crescerem junto da performance do agronegócio, setor que avançou em 2020 e no primeiro trimestre deste ano, a despeito da crise econômica.
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“As últimas safras têm sido muito positivas e a tendência é de crescimento dos investimentos em infraestrutura e construção no setor, indo de galpões a moradia para funcionários e comércio. Isso impulsiona diretamente os negócios das Lojas Quero-Quero”, destacam os analistas da Empiricus.
Companhia atua praticamente sem concorrência
De qualquer forma, com o cenário macro beneficiando ou não, a Lojas Quero-Quero possui um enorme respaldo para avançar: ela se expande em pequenos municípios.
Já as maiores concorrentes da companhia, como a Leroy Merlin, a Telhanorte e a Balaroti, tem foco em capitais e grandes cidades
O CEO da companhia ressaltou esse diferencial na live da Empiricus: “Hoje uma parcela de 50% do PIB está em 5 mil cidades pequenas. É dessas que nós vamos atrás”, afirma.
A Lojas Quero-Quero levantou em seu IPO cerca de R$ 300 milhões. No prospecto preliminar da operação, a companhia afirmou que pretendia utilizar a quantia para abrir novas lojas e para fazer reformas.
A empresa pretende, em breve, avançar em São Paulo e Mato Grosso do Sul, estando atualmente apenas em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. “A expansão deixa alguns investidores preocupados, pois eles pensam que vamos para cidades como Bauru, Sorocaba ou São José do Rio Preto. As pessoas têm de entender que essas cidades, para a gente, são metrópoles. Nossa média é de cidades com até 27 mil habitantes” explica o CEO.
Para os analistas da Empiricus, a Quero-Quero desenvolveu uma forma de trabalhar específica, se tornando especialista no meio em que atua. A companhia domina o know how da operação do seu setor em pequenas cidades, que envolve um relacionamento mais próximo com os clientes, níveis de estoque diferenciados e marketing local.
“Essas características fazem a companhia ter grande oportunidade de expansão, em um ambiente menos competitivo, sem a concorrência de gigantes. Ela pode triplicar suas operações avançando apenas sobre São Paulo e sobre o Mato Grosso do Sul” destacam Bohm e Fensterseifer
A Lojas Quero-Quero abriu, em média, 50 estabelecimentos a cada 12 meses nos últimos anos. Em 2021, a companhia pretende lançar cerca de 70. Hoje, a rede conta com 404 unidades em 323 cidades.
“Cidades do interior são, de certa forma, parecidas. Há um enorme potencial e nós acreditamos no case”, concluem os analistas da Empiricus.