IPO do Nubank começa a sair do papel, mas ‘roxinho’ ainda tem um longo caminho a percorrer; veja outras novatas na Bolsa para investir
Enquanto o mercado aguarda pela oferta de ações da fintech, há outras oportunidades ‘dando sopa’; conheça três papéis que estrearam na Bolsa em 2021 e podem multiplicar seu patrimônio nos próximos anos
Um dos IPOs mais esperados do ano parece estar finalmente caminhando. Desde o começo de 2021, qualquer burburinho sobre a oferta pública inicial do Nubank logo toma conta do noticiário econômico. Hoje, não foi diferente: o ‘roxinho’ protocolou perante a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a B3 e a SEC (Securities and Exchange Commission) o seu pedido de registro de oferta de ações. Para o investidor, fica a dúvida: quando o IPO do Nubank vai finalmente sair do papel?
A proposta da fintech é fazer seu IPO nas Bolsas Americanas e listar BDRs (Brazilian Depositary Receipts, certificados que representam ações emitidas por empresas gringas) na B3. Com isso, o investidor pessoa física que quer comprar ações do Nubank poderia fazê-lo pela Bolsa brasileira mesmo, sem precisar abrir conta no exterior.
Mas apesar de todo o buzz causado pela notícia, o IPO do banco digital ainda deve demorar. Além de todas as questões regulatórias e burocráticas que envolvem a oferta de ações, tanto no Brasil quanto no exterior, ainda não foi feito um prospecto definitivo. Ademais, não se tem nem estimativas para o preço do papel.
No comunicado oficial, o Nubank afirma o protocolo “não constitui uma oferta de venda ou uma solicitação para oferta de compra de títulos e valores mobiliários no Brasil, nos Estados Unidos da América ou em qualquer outra jurisdição”
Ou seja: quem tem interesse em investir no roxinho ainda vai ter que esperar um tempo. Mas isso não significa que não dá pra buscar lucros com outros IPOs já realizados na Bolsa (veja aqui 3 ações novatas com potencial de alta).
Com Anitta e Buffett, Nubank se tornou pop, mas será que a fintech vale tanto assim?
O IPO do Nubank tem sido muito aguardado não só porque o banco digital se tornou “pop”. É fato que a fintech é uma personagem recorrente no noticiário econômico. Neste ano, o aporte de US$ 500 milhões da Berkshire Hathaway, empresa do megainvestidor Warren Buffett, e o anúncio da cantora Anitta como conselheira do banco dominaram as manchetes.
Com o “selo Buffett” e o “selo Anitta”, a fintech parece tentar agradar tanto a Faria Lima quanto a base jovem de clientes.
Mas, na verdade, quando se fala da possível oferta pública de ações, o que impressiona o mercado e os investidores é o valuation (valor de mercado). O número oficial ainda não saiu, mas há informações na imprensa de que o preço da oferta pode avaliar o banco em US$ 100 bilhões.
A título de comparação, nem o bancão mais tradicional e consolidado do país vale tudo isso: o Itaú (ITUB4) vale “apenas” US$ 41 bilhões em Bolsa. Com este valuation estimado, a fintech estreante na B3 custaria o mesmo que a consolidada Vale (VALE3).
A pergunta no ar é se uma empresa que deu seu primeiro lucro apenas em outubro deste ano poderia se sobressair em relação a blue chips da B3, como Vale e Itaú.
Na visão da analista da Empiricus, Larissa Quaresma, os múltiplos do Nubank parecem bastante exagerados.
O Nubank teve um produto bancário (soma da receita de crédito mais a receita de serviços, menos o custo de captação do dinheiro dos clientes) de R$ 2,8 bilhões em 2020. “Considerando esses números como a receita da instituição e um valor de mercado que equivale, em reais, a R$ 454 bilhões, o mercado estaria pagando um múltiplo de 162 vezes a receita de 2020”, explica a analista.
Basta comparar esses números com os de outras empresas com características semelhantes ao Nubank para ver como parecem desproporcionais.
- Méliuz (CASH3), listada na B3, negocia a 21 vezes a receita de 2021.
- Stone (STNE), empresa brasileira listada na NYSE, 15 vezes.
- A Robinhood (HOOD), plataforma de investimentos americana que é um fenômeno entre os millenials, 19 vezes.
O Tinkoff, banco digital russo que é o grande benchmark para o Nubank, fez sua última rodada de investimentos a um valuation de US$ 6,3 bilhões, o que significaria um múltiplo de 2 vezes a receita de 2021 (assumindo um crescimento de 30% sobre a receita de 2020). “Nada chega nem perto do múltiplo almejado pelo Nubank”, diz Quaresma.
Nesta quarta-feira (27), circulam na imprensa estimativas mais modestas de valuation da fintech, que variam entre US$ 50 bilhões e US$ 70 bilhões. Um número um pouco menor, mas que ainda é bem robusto para uma empresa que acumulou prejuízos milionários nos últimos anos.
Você não precisa esperar o IPO do Nubank para buscar lucros com empresas estreantes na B3
Ainda não sabemos se o mercado vai estar disposto a pagar um múltiplo tão elevado pela fintech. Mas você não precisa esperar o IPO do Nubank sair do papel para capturar boas oportunidades com empresas “novatas” na Bolsa. Pode ser que a oferta de ações do roxinho demore a chegar, já que o banco ainda está engatinhando no processo.
Enquanto o Nubank se resolve com a CVM e com a SEC, há três empresas promissoras ‘dando sopa’ na B3 que podem ser boas pedidas para sua carteira de investimentos. São empresas com teses de investimento sólidas, que fizeram seus IPOs em 2021 e têm potencial para fazer seu patrimônio se multiplicar nos próximos anos.
E mais: os analistas que avaliaram o negócio entendem que elas estão extremamente baratas, constituindo um ponto de entrada ideal para você que quer se expor às possibilidades de lucros sem pagar tanto por isso.
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