Com ações subindo mais de 100% em um ano, CEO do banco Inter defende ‘abrir mão das métricas do mercado’ para crescer
João Vitor Menin afirma que banco mineiro pode triplicar o número de clientes daqui para frente se focar mais no produto e menos em rentabilidade; acompanhe a entrevista completa no podcast RadioCash
“O legal para qualquer empreendedor é comprar calls baratas, que nada mais é que tentar fazer projetos inovadores que se derem certo mudam a história da empresa. Mas se derem errado não colocam o negócio em risco.” Essa é a visão do CEO do Inter (BIDI3; BIDI4; BIDI11), João Vitor Menin, ao falar do sucesso do banco mineiro ao estrear no varejo, em 2015, como o primeiro banco 100% digital do Brasil.
Essa filosofia rendeu bons frutos: a empresa chegou ao número recorde de 8,5 milhões de correntistas em 2020, crescimento de 108% em relação a 2019. No mesmo período, alcançou R$ 1,4 bilhão em receitas totais, uma alta de 33,2% frente ao ano anterior.
Os bons números refletiram nas ações da companhia: suas units (BIDI11) subiram 125% em 2020. No entanto, o banco encerrou o ano com lucro líquido de R$ 5,6 milhões, queda de 93% em relação a 2019. E daí vem a dúvida: ao que se deve esse contraste entre crescimento expressivo e “baixa” lucratividade?
Em entrevista ao podcast RadioCash, uma produção de Empiricus e Vitreo que vai ao ar na terça-feira (9), Menin explicou que embora o Inter já possa entregar lucros, este não é o momento para isso.
“Se estivéssemos sem aumentar o número de correntistas e funcionários, que estão desenvolvendo novas funcionalidades [para o banco], a gente teria uma linha de despesas muito menor e uma linha de receita crescente. Assim, nossa lucratividade estaria aumentando também”, diz.
Preocupado com a rentabilidade? Que nada... O CEO do Inter afirma que vai continuar focando no produto do banco e no crescimento, sem priorizar a rentabilidade.
“Estamos para bater a marca de 10 milhões de brasileiros correntistas do banco Inter. A gente acha que mais para frente pode ser 20 a 30 milhões de brasileiros. E não são só nos serviços bancários, mas no shopping da nossa plataforma. Então é muito mais inteligente, do ponto de vista empreendedor, a gente abrir mão das métricas de mercado”, analisa.
Você pode acompanhar a entrevista completa e entender mais a fundo a visão de João Menin sobre o futuro do Inter no podcast RadioCash no link abaixo. É só dar o play:
Mas, se preferir, pode ficar comigo. Abaixo eu escrevo sobre uma segunda questão importante que ele aborda na conversa, guiada pelos analistas Felipe Miranda (estrategista-chefe da Empiricus), Jojo Wachsmann (CIO da Vitreo) e pela jornalista especializada em mercado financeiro Ana Westphalen.
Rentabilização de serviços no futuro pode derrubar a marca do Inter?
Quando um banco como o Inter oferece um cartão sem anuidade, atendimento rápido e uma conta que não cobra taxas, o cliente passa a admirar a marca a ponto de fazer propaganda boca a boca. É o caso também do Nubank, C6 Bank e outras instituições financeiras que vêm investindo na digitalização.
Mas no mercado nem tudo são flores. Afinal, embora ainda não seja uma realidade, é de se imaginar que um banco digital possa partir para uma rentabilização mais agressiva, aumentando as cobranças dos serviços para elevar a receita, ao atingir uma base grande de clientes ativos. E daí vem a dúvida: se fizesse isso, o Inter poderia ferir a marca cativada nos últimos anos?
Segundo João Menin, esse não é o objetivo. O CEO explica que o Inter deixa uma série de produtos disponíveis no seu “superapp” para o cliente. Assim, o banco consegue monetizar quando o usuário da ferramenta compra uma televisão no app, faz seguros, câmbio ou compra viagens, sem precisar mexer nas tarifas dos serviços bancários.
“Não precisamos ferir nossa marca para ter maior rentabilidade. Acho que é o contrário: precisamos ir na linha de despesas do banco”, explica. O banco Inter estuda abrir o seu marketplace para não correntistas em 2021 ainda neste ano, o que poderia ajudar ainda mais na monetização sem aumento ou criação de tarifas.
No podcast RadioCash, João Vitor Menin aborda outras estratégias do banco, explica mais a fundo como conciliar a redução de despesas com o crescimento e a rentabilidade e fala também sobre sua carreira e alguns insights para empreendedores.
É em conversas como essa que investidores, como você, conseguem entender melhor setores da bolsa, colocar oportunidades no radar e aumentar as chances de multiplicação de patrimônio.
Além disso, ouvindo conversas assim que você consegue entender melhor o que os grandes players do mercado têm em mente para superar desafios e atingir metas que podem influenciar em ideias de investimentos.
Por que ouvir o podcast RadioCash é importante para o seu patrimônio?
Como disse o investidor Décio Bazin em seu livro Enriqueça Com Ações Antes que Seja Tarde, “o futuro recompensa quem tem paciência com ele”. Assim, saber o que se passa pela cabeça dos grandes nomes por trás de empresas listadas na bolsa é fundamental para quem busca fazer fortuna.
Afinal, não basta ter boas recomendações ou ler relatórios com análises. Para ser um investidor maduro e com uma visão 360º sobre o que está acontecendo nas entrelinhas do mercado, é obrigatório entender os bastidores por trás das ações e cases de sucesso. Isso é dar valor ao seu dinheiro investido.
É nesse sentido que nasceu o RadioCash, um podcast sobre mercado financeiro feito por quem está na área de verdade. Ele vai ao ar toda terça-feira, uma vez por semana, com conversas descontraídas sobre investimentos e mercado. Lá você ouvirá bate papos repletos de experiências pessoais, histórias de vida e até filosofia com o propósito de ajudar nos seus investimentos.
É por isso que você não pode perder a entrevista com João Vitor Menin nesta terça-feira (9). É só procurar o RadioCash nos principais serviços de streaming áudio, como Spotify e Apple Podcasts, ou dar o play abaixo para ouvir agora: