Especialista responde: qual deve ser o prazo de investimento em Bitcoin?
Exatamente por suas características, o ativo vem se consolidando entre alocadores do mundo todo como uma alternativa viável de preservação de valor no tempo. Mas isso não significa que ele é livre de riscos.
Por mais que a compra de criptoativos possa proporcionar ganhos de curto prazo, sua decisão de acessar esse mercado não deve ser pautada por essa tese. Afinal, se você entrar pensando no ganho rápido, qualquer solavanco nos preços ou aumento de volatilidade será motivo suficiente para desistir precocemente de um mercado tão auspicioso.
Quem quer entrar para ganhar tem que estar disposto a ter pequenas perdas no meio do caminho. O bitcoin, assim como alguns tipos de ação de menor valor de mercado e alguns tipos de derivativos, possui uma volatilidade relativamente alta quando comparado a bluechips e ações de maior valor de mercado. Isso significa que, no decorrer de um dia, pode haver uma grande amplitude de movimentação nos preços, chegando facilmente aos dois dígitos de variação.
Mas o questionamento que você deveria estar se fazendo é: “se não venho pelos ganhos promissores, o que deve justificar o meu aporte em cripto?”.
Desde 2008, logo após a crise do subprime (que obrigou bancos centrais do mundo todo a adotarem políticas econômicas mais flexíveis) o mundo está numa grande onda internacional de desvalorização das moedas. Esse movimento, conhecido como afrouxamento quantitativo, que implica no aumento dos balanços patrimoniais de banco centrais e na injeção de dinheiro na economia, foi intensificado de maneira exponencial por consequência dos pacotes de resgate criados por conta da pandemia da Covid-19.
Como era de se esperar, nem todo o dinheiro do mundo em cofres públicos foi suficiente para prestar esse suporte tão necessário. A solução encontrada foi ligar a impressora e criar mais dinheiro.
Ainda que de imediato essa pareça uma alternativa viável e interessante para a solução do problema, ela pode trazer consequências drásticas para nossas vidas. Em primeiro lugar porque o volume de dinheiro impresso não encontra precedentes na história. Estamos falando de um montante que ultrapassa a casa dos trilhões de dólares. O que preocupa é que um aumento significativo do volume de dinheiro em circulação somado a uma capacidade produtiva inalterada resulta em um movimento generalizado de aumento dos preços. Ou melhor, de perda do poder de compra por desvalorização das moedas.
Esse movimento levou investidores de todo o mundo a olharem para alternativas mais viáveis de proteção contra essa grande inflação monetária que vem pela frente. Dentre as alternativas de reserva de valor no tempo, as moedas fiduciárias (emitidas por governos) deixam de exercer esse papel. Ora, a que então devemos recorrer? Ao ouro, que ao longo da história exerce essa importante função? Talvez. Mas e se existisse uma alternativa que espelhasse suas características e que, ao mesmo tempo, fosse mais bem adaptada ao ambiente digital, tão presente hoje no nosso dia a dia?
É justamente aí que o bitcoin entra na sua estratégia. Na sua e na de milhões de investidores mundo afora. Assim como o ouro, ele possui características interessantes de uma boa reserva de valor: é escasso, durável e de difícil obtenção. Com a vantagem de ser mais seguro contra falsificação, mais facilmente divisível e, acima de tudo, muito mais fácil de ser transportado.
Exatamente por suas características, o ativo vem se consolidando entre alocadores do mundo todo como uma alternativa viável de preservação de valor no tempo. Mas isso não significa que ele é livre de riscos.
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Além da volatilidade é importante entender que o bitcoin, bem como toda a classe de criptoativos, está sujeito ao risco de atuação dos reguladores. Se pesarem demais na mão, acabam sufocando a enorme inovação que está ocorrendo no setor e podem gerar um impacto negativo na adoção.
Outro ponto importante é que ele não é um investimento garantido e se enquadra como renda variável. E diferentemente dos mercados de investimento em Bolsa, esse é um mercado que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, e sem circuit breaker, que é o mecanismo que suspende as negociações em Bolsa caso algum ativo apresente uma queda maior que 10% no dia. Isso pode gerar certa ansiedade em alguns investidores, especialmente quando está se iniciando seu processo de investimento.
Com retornos tão promissores, pode parecer bastante convidativo alocar uma parcela maior do seu portfólio nisso.
Por fim, se você está sem saber se agora é o momento de entrar por conta da disparada nos preços, saiba que o mercado cripto ainda está em fase de consolidação. Isso significa que, se o bitcoin se firmar, de fato, como uma reserva de valor amplamente difundida, seu preço pode continuar subindo bastante.
Se não estiver totalmente confortável em colocar todo o valor de uma vez, procure fazer aportes recorrentes e distribuídos ao longo do tempo. Assim você assegura que acertará alguns bons pontos de entrada. O mais importante é que você saiba que, no final das contas, esse é um investimento para o longo prazo.