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Estadão Conteúdo
Bidenomics

EUA: pacote democrata deve enfrentar oposição de parte da indústria energética

Plano prevê repasses a concessionárias que fizerem transição rápida para combustíveis mais limpos

Estadão Conteúdo
18 de julho de 2021
15:56 - atualizado às 16:40
Joe Biden, em outubro de 2020. - Imagem: Shutterstock

O pacote de investimentos de US$ 3,5 trilhões dos democratas no Congresso dos Estados Unidos inclui o financiamento de uma transição de longo alcance para o uso de energias limpas, mas deve enfrentar a oposição de parte da indústria energética, que pode arcar com aumentos de custos caso a proposta vire lei.

O plano, segundo informações da Dow Jones Newswires, prevê o pagamento de dinheiro às concessionárias que fizerem uma transição rápida para combustíveis mais limpos - e a imposição de penalidades financeiras para aquelas que optarem por mudanças mais lentas.

Também estão incluídas no pacote tarifas de importação com base nas emissões de gases de efeito estufa e a criação de multas inéditas para produtores de petróleo e gás pelo vazamento dessas substâncias poluentes, a partir de seus poços, tubulações e tanques, na atmosfera.

Além disso, o pacote daria aos desenvolvedores de energia eólica e solar e outras empresas de tecnologia limpa algumas provisões como um grande aumento nos créditos fiscais para novas unidades.

As empresas do setor de petróleo e gás, no entanto, alertam que o plano potencialmente torna os EUA mais dependentes de fontes estrangeiras de energia ao deixar a produção americana mais cara.

"Estaríamos preocupados com qualquer política que prejudique a produção de petróleo e gás dos EUA", disse Anne Bradbury, executiva-chefe do American Exploration & Production Council, que representa empresas independentes.

Os democratas, no entanto, preveem penalizar os combustíveis fósseis importados por meio de tarifas para impulsionar as empresas americanas.

Medida que aumentaria fiscalização sobre impostos é retirada de pacote de infraestrutura

Congressistas dos Estados Unidos abandonaram planos de incluir no pacote de infraestrutura bipartidário de US$ 1 trilhão o aumento da fiscalização sobre a coleta de impostos da Receita Federal. O principal motivo da decisão foi o rechaço do Partido Republicano à medida.

Segundo o senador republicano Rob Portman, de Ohio, seus correligionários resistem a dar mais poder de fiscalização ao governo. Isso lançou uma nova incerteza sobre o financiamento do plano dias antes de uma votação planejada no Senado pelos líderes do Partido Democrata.

Republicanos e democratas passaram semanas tentando negociar um acordo para o pacote de infraestrutura, mas tiveram dificuldades para tomar uma decisão sobre como cobrir os custos dos investimentos e, ao mesmo tempo, minimizar o impacto sobre o déficit federal, que atingiu níveis recordes nos últimos anos, devido a grandes cortes de impostos e gastos relacionados à pandemia de covid-19.

Os legisladores enfrentam o primeiro teste nesta semana para saber se haverá apoio suficiente para avançar com a proposta no Congresso. O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, disse na semana passada que dará o primeiro passo regimental nesta segunda-feira, 19. Ele marcou uma votação para quarta-feira.

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