Vale (VALE3) prevê investir US$ 2,7 bilhões na região norte até 2024
Companhia pretende ainda investir US$ 5,8 bilhões em 2021, dos quais US$ 1 bilhão serão apenas para expansão

Rio - Sem projetos faraônicos na carteira e marcada por duas recentes tragédias com barragens em Minas Gerais - a última, em Brumadinho, faz dois anos amanhã -, a Vale centra seus esforços para abertura de novas frentes de lavra no Norte do País.
Até 2024, a companhia estima concluir investimentos de US$ 2,7 bilhões só em projetos de minério de ferro na região, de onde extrai seu produto mais puro e mais valorizado. O Sistema Norte receberá 81% do orçamento de expansão de capacidade de ferrosos da empresa no período.
A Vale prevê investir, em 2021, US$ 5,8 bilhões, dos quais US$ 1 bilhão apenas para expansão. O montante se repetirá nos anos subsequentes. São números muito aquém da era de projetos bilionários como S11D, no Pará, o maior da história da empresa. No pico, em 2011, o orçamento da multinacional para investimentos chegou a US$ 18 bilhões.
Berço das operações da mineradora, Minas segue relevante em especial por ter um minério com menor teor de ferro que, misturado ao de Carajás, gera o BRBF, vendido na China. Os desastres que custaram vidas e deixaram um rastro de lama pelo Estado, entretanto, impõem a readequação das estruturas e o desenvolvimento de tecnologias de processamento a seco, mais seguras.
Risco de condenação bilionária na Justiça X Mineração sustentável
O objetivo principal da Vale no momento é retomar a produção perdida em Minas após Brumadinho, além de impedir novas ocorrências. Em dezembro, um trabalhador morreu em um deslizamento de terra na mina Córrego do Feijão. Em paralelo, sem acordo com o governo mineiro em torno de Brumadinho, a empresa corre o risco de sofrer uma condenação bilionária na Justiça.
Enquanto o Quadrilátero Ferrífero expõe os problemas de imagem da Vale, o complexo de Carajás é alardeado como modelo da mineração sustentável. Em setembro, o Ministério de Minas e Energia organizou uma comitiva de embaixadores europeus no Brasil, além de procuradores para "desmistificar questões relativas à mineração na região amazônica".
Leia Também
O minério de Carajás, com teor de ferro que pode chegar a 66%, contribui para a estratégia comercial da Vale de oferecer produtos que ajudem clientes como as siderúrgicas chinesas a reduzir as emissões de carbono. Com o insumo a US$ 170 por tonelada, ele chega a receber um prêmio extra de US$ 22. Como pode ser misturado a minérios mais pobres, estica a vida útil dos demais sistemas.
O geólogo e consultor Elmer Prata Salomão lembra ainda que em um projeto como o S11D, automatizado e sem barragem de rejeitos, o custo de produção é bem menor. Em fevereiro do ano passado, o custo da mina ao porto ficava entre US$ 8 e US$ 9 a tonelada no S11D. No Sistema Sul, passava de US$ 30.
"Carajás é uma jazida fantástica, que ainda tem forte potencial a ser explorado e uma logística excepcional já implantada. As minas do Quadrilátero Ferrífero não serão abandonadas, mas já são maduras", diz Salomão.
Projetos
Entre as grandes jazidas da commodity já descobertas, a única comparável a Carajás é Simandou, na Guiné. O "Carajás africano", porém, está distante dos planos da Vale. A tentativa da brasileira de explorá-la, na gestão de Roger Agnelli (1959-2016), até hoje reverbera em uma bilionária batalha judicial com seu antigo sócio, o israelense Beny Steinmetz. Acusado de corrupção, o empresário tenta provar que a Vale sabia dos riscos envolvidos na concessão.
É no Pará que a Vale mais investe para o longo prazo. Somados à retomada do volume perdido em Minas, os projetos no Estado ajudarão a mineradora a chegar a 400 milhões de toneladas ano de minério em 2022 e, depois avançar, para 450 milhões de toneladas - 57,5% delas oriundas de reservas no Norte. A ideia é tentar ganhar flexibilidade para atender à demanda sem sustos.
O mais robusto dos projetos em curso é o Serra Sul 120, de US$ 1,5 bilhão, em Canaã dos Carajás. Ele vai elevar o potencial produtivo da mina de S11D a 120 milhões de toneladas/ano no primeiro semestre de 2024. Antes, em 2022, a mesma mina terá recebido US$ 772 milhões no Projeto Sistema Norte 240, batendo a marca de 100 milhões de toneladas. Juntos, os dois respondem por 81% dos aportes da Vale para expansão de ferrosos nos próximos anos.
O avanço na região inclui o Projeto Gelado, na Serra Norte, destinado a alimentar a usina de pelotas em São Luís, no Maranhão. Além disso, a Vale obteve em novembro a licença para retorno e ampliação da Serra Leste, em Curionópolis, no Pará. Ele foi suspensa em 2019 por atingir o limite da área liberada.
Futuro
Internamente, a Vale já avalia o desenvolvimento do S11C - no jargão geológico o bloco C do corpo S11 -, na Serra Sul de Carajás. A estimativa é de uma extração de 30 milhões de toneladas/ano de minério na área, vizinha ao S11D. A fase atual é de desenho da engenharia e estudos de viabilidade. "Vai depender do timing do mercado saber se o S11C entrará adicionando capacidade ou substituindo outras", diz fonte próxima à companhia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fim da linha para a Vale (VALE3)? Por que o BB BI deixou de recomendar a compra das ações e cortou o preço-alvo
O braço de investimentos do Banco do Brasil vai na contramão da maioria das indicações para o papel da mineradora
EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026
A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Como declarar ações no imposto de renda 2025
Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025
Por que o Mercado Livre (MELI34) vai investir R$ 34 bilhões no Brasil em 2025? Aporte só não é maior que o de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3)
Com o valor anunciado pela varejista online, seria possível comprar quatro vezes Magalu, Americanas e Casas Bahia juntos; conversamos com o vice-presidente e líder do Meli no Brasil para entender o que a empresa quer fazer com essa bolada
Vale (VALE3): produção de minério cai 4,5% no 1T25; vendas sobem com preço quase 10% menor
A alta nas vendas de minério foram suportadas pela comercialização de estoques avançados formados em trimestres anteriores, para compensar as restrições de embarque no Sistema Norte devido às chuvas
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Após semana intensa, bolsas conseguem fechar no azul apesar de nova elevação tarifária pela China; ouro bate recorde a US$ 3.200
Clima ainda é de cautela nos mercados, mas dia foi de recuperação de perdas para o Ibovespa e os índices das bolsas de NY
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Vale (VALE3) sente os efeitos das tarifas de Trump, mas ação da mineradora pode não sofrer tanto quanto parece
A companhia vem sentindo na pele efeitos da troca da guerra comercial entre EUA e China, mas o Itaú BBA ainda aposta no papel como opção para o investidor; entenda os motivos
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda