Unidade de fibra ótica da Oi (OIBR3) muda de nome para V.tal e sonha com IPO
O novo ativo já nasce com a maior infraestrutura de fibra ótica do Brasil e deve receber cerca de R$ 30 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos
Para marcar o novo posicionamento de sua rede neutra de fibra ótica, a Oi anunciou nesta quinta-feira (5) que a InfraCo passa a se chamar V.tal.
O novo ativo já nasce com a maior infraestrutura de fibra ótica do Brasil, de acordo com a empresa. O posicionamento institucional da unidade, divulgado em comunicado, afirma que ela será “viabilizadora de uma rede de alta velocidade para operadoras e provedores de internet, permitindo a otimização dos investimentos e a expansão dos negócios com rápida entrada no mercado”.
Por ser neutra, a rede evita ainda a redundância de construção de infraestrutura por diferentes operadoras, o que, conforme explica o comunicado, tipicamente ocorre no segmento de telecomunicações.
Apesar de pouco explorado no Brasil, o modelo já é adotado em vários países pois permite que as operadoras e provedores expandam e melhorem suas operações sem precisar de investimentos intensivos em infraestrutura.
“Nossa proposta é atender as mais diversas empresas de telecomunicações, das operadoras aos provedores regionais, ajudando a expandir a oferta de banda larga de altíssima velocidade em todo o Brasil”, afirma Pedro Luiz Arakawa, diretor comercial da nova operação.
A previsão é que a empreitada receba cerca de R$ 30 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos e alcance 32 milhões de lares brasileiros.
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Estrutura da provedora
Vale lembrar que o grupo Oi será dono de 42% da operação. Os 58% restantes já foram vendidos ao BTG Pactual, que controlará a V.tal por meio dos seus fundos de investimento.
A Oi reforça que a conclusão do processo de transferência de controle — previsto para o final de 2021 — ainda aguarda as devidas aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Rodrigo Abreu, CEO da Oi, aposta que a troca de controle da companhia ajudará a acelerar a expansão da fibra óptica no Brasil. “A criação da V.tal como operação neutra materializa a visão de separação estrutural proposta em nosso plano de transformação e permite o início de um novo ciclo de crescimento da infraestrutura de telecomunicações no país”.
Oi planeja IPO da V.tal?
Em um momento no qual empresas se enfileiram à espera de uma abertura de capital, o CEO da Oi foi questionado, durante conferência com jornalistas, sobre uma possível Oferta Pública Inicial (IPO, da sigla em inglês) da V.tal.
O executivo admitiu a expectativa para que a unidade seja listada em bolsa, mas reforçou que qualquer decisão a respeito dependerá do controlador, o BTG Pactual: “A Oi continua como acionista, mas uma acionista minoritária, a partir do futuro controlador eu acredito que teremos essa conversa”.
Abreu também destacou que a operação é viável graças à oportunidade de expansão para a unidade de fibra ótica. “Sobre o sucesso dos IPOs dos provedores regionais, o Brasil tem aproximadamente 90 milhões entre domicílios e pequenos negócios. Desses, aproximadamente entre 15% e 18% são conectados por fibra. Isso mostra que tem uma oportunidade grande no país e creio que os provedores regionais estejam captando parte dessa oportunidade. Então os IPOs mostram isso de forma muito bem-sucedida”.