Recuperação judicial da Samarco pode custar R$ 50 bilhões para Vale (VALE3) e BHP; veja por quê
O Ministério Público pede que as empresas, que são donas da mineradora, arquem com todas as dívidas previstas na recuperação
O imbróglio envolvendo a recuperação judicial da mineradora Samarco acaba de ganhar mais turbulência. O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MP-MG) entrou com uma ação judicial na qual pede que a brasileira Vale (VALE3) e a australiana BHP Bilinton, donas da companhia, arquem com todas as dívidas de sua controlada, que somam cerca de R$ 50 bilhões, conforme o pedido de recuperação judicial da empresa.
No mesmo parecer, o MP alega haver indícios de fraude na recuperação judicial e, por isso, pede a suspensão do processo. Para ter acesso ao dinheiro das empresas, a Procuradoria pede a desconsideração da personalidade jurídica da Samarco - instrumento que tem o objetivo de responsabilizar os sócios e coibir abusos, por exemplo.
Em um pedido de liminar, o Ministério Público mineiro solicita a apreensão judicial de recursos de Vale e BHP no valor de R$ 50,7 bilhões, que é a totalidade do montante previsto na recuperação judicial da Samarco. Metade desse valor é devido às próprias sócias e o restante, a um grupo de credores estrangeiros.
O que dizem o Ministério Público e credores
O MP afirma que Vale e BHP têm responsabilidade objetiva e solidária em relação às obrigações socioambientais envolvendo a tragédia da Samarco, com o rompimento da barragem de Mariana em novembro de 2015.
Diz, ainda, que ambas estão utilizando o processo de recuperação judicial para se blindarem e que transferem o encargo pelo pagamento do passivo ambiental unicamente à Samarco - protegendo-se, dessa maneira, dos custos.
Um grupo de fundos estrangeiros credores da Samarco já tinha entrado na Justiça com os mesmo argumentos da ação do MP-MG. Os credores pediram, em mais de uma ocasião, que Vale e BHP deveriam arcar com os custos da tragédia e questionaram as razões para a dívida das sócias, de R$ 23,75 bilhões, estar incluída no pedido de recuperação.
Leia Também
"Como se vê, o atual cenário evidenciado no processo de recuperação judicial demonstra claramente que esse instituto está sendo usado como. instrumento de manobra fraudulenta, pois visa excluir definitivamente as controladoras de toda e qualquer obrigação pelo passivo listado pela controlada, inclusive referente ao passivo socioambiental", diz a Procuradoria, na ação.
O MP afirma que as empresas entraram como credoras na recuperação judicial da Samarco pelos aportes que realizaram na Renova, órgão criado para administrar o pagamento das indenizações referentes à tragédia de Mariana, que deixou 18 mortos e provocou dano ambiental ao ecossistema do Rio Doce.
Tirando o corpo fora?
Ainda na ação, o Ministério Púbico diz que tanto Vale quanto BHP obtiveram "inúmeros benefícios" com a Samarco e que as controladoras sempre tiveram "poder irrestrito de decisão sobre a condução de todas as atividades da sociedade controlada".
No entanto, o MP afirma que quando a atuação dos sócios é realizada fora dos limites legais há abuso de poder de controle e afirma que as empresas têm responsabilidade direta com a tragédia.
"O planejamento do aumento da exploração do minério em curto prazo, focado na exploração imediata e no maior lucro, constitui a razão primordial para o desvio de finalidade da mineradora Samarco em detrimento de sua função social, concretizando-se em abuso da personalidade por parte das controladoras que, em prol do exclusivo interesse econômico, optaram por colocar em risco a vida daquelas pessoas que ali trabalhavam e viviam", diz o documento.
Procurada, a Samarco disse que não foi notificada da ação do Ministério Público de Minas Gerais. "O ajuizamento da Recuperação Judicial foi a alternativa encontrada para a empresa manter sua função social, os empregos e benefícios para as comunidades de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de possibilitar a manutenção das ações de reparação e compensação de danos relativos ao rompimento da barragem de Fundão", disse a empresa em nota.
A Vale também afirmou que "não foi notificada" e que "analisará e se manifestará nos autos". A BHP Billiton não se manifestou até a publicação da reportagem.
Por falar em investimentos, veja no vídeo abaixo cinco ações promissoras que podem turbinar a sua carteira e inscreva-se no canal do Seu Dinheiro no YouTube para mais conteúdos exclusivos:
Xi Jinping reage a Trump: China lança pacote trilionário, mas não anima mercado — e ainda arrasta as ações da Vale (VALE3)
Frustração com medidas de suporte à dívida dos governos locais na China derruba também o Ibovespa no pregão desta sexta-feira
Itaú (ITUB4) supera Vale (VALE3) e se torna a ação mais indicada para investir em novembro; veja o ranking com recomendações de 13 corretoras
O otimismo dos analistas tem base em dois pilares principais: a expectativa de um balanço forte no 3T24 e a busca por um porto seguro na B3
O saldão da eleição: Passado o segundo turno, Ibovespa se prepara para balanços dos bancões
Bolsas internacionais repercutem alívio geopolítico, resultado eleitoral no Japão e expectativa com eleições nos Estados Unidos
Vale (VALE3) e Samarco: o que vem após o acordo de R$ 132 bilhões com o governo por desastre em Mariana (MG)?
Do total previsto no acordo, R$ 100 bilhões são novos recursos que devem ser pagos em até 20 anos pelas empresas ao poder público
Do papel à mineração: CFO da Suzano (SUZB3) se despede do cargo com resultado positivo no 3T24 e se muda para a Vale (VALE3)
Suzano anunciou nesta sexta-feira (25) a renúncia de Marcelo Bacci ao cargo; ele assume as finanças da mineradora a partir de dezembro
Vale (VALE3) em tempos de crise na China e preço baixo do minério: os planos do novo CEO Gustavo Pimenta após o resultado que agradou o mercado
Novo CEO fala em transformar Vale em líder no segmento de metais da transição energética, como cobre e níquel; ações sobem após balanço do 3T24
Vem dividendo por aí? Vale (VALE3) tem balanço forte no 3T24 e ação fica entre as maiores altas do Ibovespa. Saiba o que fazer com os papéis agora
A mineradora também assinou nesta sexta-feira (25) o acordo definitivo de reparação do desastre em Minas Gerais, no valor de R$ 170 bilhões
Usiminas (USIM5) reverte prejuízo, tem lucro no 3T24 e analistas enxergam futuro positivo para empresa; ações sobem 7% na bolsa hoje
Após um balanço bastante abaixo das expectativas no segundo trimestre, a Usiminas reverteu o prejuízo registrado naqueles três meses para um lucro de R$ 185 milhões. Os investidores parece que gostaram do que viram: as ações USIM5 saltam 7,01% por volta das 10h30 desta sexta-feira (25), cotadas a R$ 6,80. Ainda que a empresa continue […]
A história não acaba: Ibovespa repercute balanço da Vale e sinalizações de Haddad e RCN em dia de agenda fraca
Investidores também seguem monitorando a indústria farmacêutica depois de a Hypera ter recusado oferta de fusão apresentada pela EMS
Vale (VALE3) carrega o peso da China e do minério e lucro cai 15% no 3T24, mas resultado ainda fica acima das previsões
A companhia também anunciou, junto com o balanço, que um acordo definitivo sobre o desastre em Mariana (MG) deve ser assinado nesta sexta-feira (25)
Vale (VALE3), Itaú (ITUB4) e mais: quais devem ser os destaques positivos e negativos da temporada de resultados do 3T24?
Analista acredita que o desempenho ruim das commodities em 2024 pode pesar sobre as ações expostas a esse mercado, enquanto as empresas voltadas para a “economia doméstica” devem ir bem
Uma carona para o Ibovespa: Mercados internacionais amanhecem em alta, mas IPCA-15 ameaça deixar a bolsa brasileira na beira da estrada
Além do IPCA-15, investidores tentam se antecipar hoje ao balanço da Vale para interromper série de cinco quedas do Ibovespa
Vale (VALE3): minério mais barato, desaceleração da China e provisão bilionária de Mariana — como tudo isso deve afetar os resultados do 3T24?
A mineradora apresentou dados operacionais que agradaram o mercado e, logo depois, anunciou os termos finais de um possível acordo sobre o rompimento da barragem do Fundão
Interpretando a bolsa com Djavan: as recomendações para o fim de 2024 e balanços dominam mercados hoje
Com a agenda relativamente mais esvaziada, os investidores precisam ficar atentos à temporada de resultados e indicadores desta semana
“A Petrobras (PETR4) continua uma pechincha”: gestor da Inter Asset revela 5 ações para investir na bolsa até o fim de 2024
Para Rafael Cota, as ações PETR4 continuam “muito baratas” — mesmo que a companhia seja hoje avaliada em mais de R$ 500 bilhões
Um acordo de peso: Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) firmam parceria estratégica em combustíveis; confira os detalhes
Estatal realizou a primeira venda direta de diesel renovável para uso em veículos da mineradora, como locomotivas e caminhões fora de estrada
Vale (VALE3) e Samarco colocam mais dinheiro na mesa e propõem acordo de R$ 170 bilhões com governo por desastre com barragem em Mariana (MG)
A oficialização do acerto acontece depois que rumores na imprensa indicavam que o acordo seria assinado ainda este mês, em 25 de outubro
Após anos de ‘soluços operacionais’, Vale (VALE3) apresenta boa prévia no 3T24 e revisa guidance; hora de comprar a ação?
Analista vê sinais de que a Vale “está embarcando em um momento operacional mais favorável”; saiba o que fazer com a ação
CSN, Gerdau e mais empresas de mineração sobem na bolsa hoje após Camex aprovar aumento de impostos e tarifa antidumping em produtos chineses
Entre as medidas, também foi deliberada uma tarifa antidumping definitiva para luvas não-cirúrgicas oriundas da China, da Malásia e da Tailândia
Vale virar a chavinha? Em dia de agenda fraca, Ibovespa repercute PIB da China, balanços nos EUA e dirigentes do Fed
PIB da China veio melhor do que se esperava, assim como dados de vendas no varejo e produção industrial da segunda maior economia do mundo