Pokémon GO captura US$ 5 bi em receita — mas, para a Nintendo, isso não vale uma insígnia
O Pokémon GO, jogo em realidade aumentada para dispositivos móveis, chegou à marca em 5 anos. Mas a Nintendo fica só com uma parte pequena

O Victor Aguiar do mundo real é jornalista e tem três cães: Tambor, Caju e Amora. Já o Victor Aguiar virtual do Pokemón GO é um treinador de nível 13 e que já capturou 54 monstrinhos diferentes — só mais um entre os quase 630 milhões de aspirantes a Ash Ketchum que já baixaram o app inspirado na marca da Nintendo.
Eu, na verdade, baixei o jogo novamente no meu celular para escrever essa matéria — e, para minha surpresa, os meus dados continuavam todos sãos e salvos, só esperando para que eu recomeçasse minha jornada rumo ao título de Mestre Pokémon.
Conto tudo isso apenas para dizer que o Pokémon Go, o app de realidade aumentada que virou febre mundial, acaba de completar cinco anos desde seu lançamento. E, para a surpresa de quem considera isso tudo apenas uma diversão de criança: o jogo atingiu nesta semana a marca de US$ 5 bilhões em receita.
O dado foi revelado pela Sensor Tower, um site que monitora o mercado de apps para celular. Talvez ainda mais impressionante que o número em si é a tendência mostrada pelo Pokémon Go: a receita gerada só cresce, semestre após semestre.

E como é que o Pokémon GO gera toda essa receita, sendo que seu download é gratuito? Bem, graças às microtransações, um conceito cada vez mais comum na indústria de jogos. Para ter acesso a determinados itens ou eventos dentro do app, é preciso pagar — e as pessoas estão gastando cada vez mais.
Ainda segundo a Sensor Tower, apenas nos EUA foram gerados US$ 1,9 bilhão em receita desde o lançamento do game — Japão e Alemanha aparecem logo atrás.
Leia Também
Também é interessante notar que, mesmo com a pandemia, o Pokémon GO — um app cuja premissa é fazer as pessoas andarem pelas ruas atrás dos monstros — manteve-se forte. E isso graças à estratégia do game, que criou eventos e estímulos dentro do jogo para quem estava em casa, de modo a manter seu engajamento alto.
Só que todo esse sucesso num filão promissor da indústria de games não anima muito os acionistas da Nintendo. Isso porque o Pokémon Go não é um produto exclusivo da empresa: ele, na verdade, foi desenvolvido em parceria com a Niantic — e a divisão da receita entre as partes é, no mínimo, desigual.
Tanto é que, na bolsa de Tóquio, as ações da Nintendo não reagiram com grande entusiasmo à notícia: os papéis estão num nível superior ao visto há um ano, mas também estão abaixo das cotações de fevereiro e março.

Pokémon GO: Temos que pegar
Indo direto ao ponto: as demonstrações financeiras da Nintendo não mostram com clareza qual porcentagem dos lucros gerados pelo Pokémon Go ficam com ela.
Há apenas um detalhamento por área de atuação: no trimestre encerrado em março, o braço de jogos para dispositivos móveis teve receita de 57 bilhões de ienes (cerca de US$ 517 milhões). A cifra representa pouco mais de 3% da receita total da Nintendo no período.
A única ocasião em que a gigante japonesa abriu os números do Pokémon GO foi no segundo trimestre de 2016, logo após o lançamento do jogo — época em que havia um verdadeiro frenesi no mercado para entender como o app afetaria as finanças da empresa.
Naquele momento, estimava-se que o game já tinha gerado US$ 600 milhões em receita. A Nintendo afirmou que 12 bilhões de ienes foram para ela — o que, no câmbio da época, correspondia a US$ 115 milhões.
Mas a conta não é tão simples, e isso porque a Nintendo possui participação no capital da Niantic, uma empresa que era avaliada em mais de US$ 4 bilhões em 2019 — mais uma vez, os números exatos da fatia da Nintendo não são conhecidos.
Apesar dos pontos cegos, é razoável assumir que a Nintendo fica com uma fatia minoritária da receita do Pokémon GO — basicamente, a empresa cedeu os direitos da marca para que a Niantic desenvolvesse o jogo do zero, o que justifica essa divisão.
É uma constatação agridoce: por um lado, o sucesso do jogo dá impulso à receita da Nintendo; por outro, esse empurrão poderia ser muito maior caso a empresa tivesse desenvolvido o app em casa, sem a ajuda de terceiros.
E não dá para dizer que a Nintendo não tem expertise na criação de games e plataformas inovadoras.
Sem evolução para a Nintendo
Essa hesitação em relação aos jogos para dispositivos móveis sempre foi alvo de críticas por parte de analistas e investidores.
Essa é uma indústria que movimenta cerca de US$ 85 bilhões ao ano, já respondendo por metade da receita do setor de games como um todo. E o Pokémon GO foi pioneiro no segmento de jogos para celular com realidade aumentada.
Quando foi lançado, ainda em 2016, já havia um clamor para que a Nintendo começasse a produzir jogos para celulares — a companhia, uma veterana no mercado de videogames, seguia 100% focada no desenvolvimento de consoles e desprezava as plataformas móveis.
E até hoje há pouquíssima oferta de jogos com o selo da Nintendo na Apple Store e na Google Play Store: Super Mario Run, Mario Kart Tour, Animal Crossing: Pocket Camp e Fire Emblem Heroes são os outros representantes da casa.
A sensação é a de que a Nintendo, dona de inúmeros jogos de sucesso e criadora de alguns dos personagens mais famosos do mundo dos games, deixou a oportunidade passar — e mesmo quando agarrou a chance com o Pokémon GO, o fez sem convicção, entregando o desenvolvimento a outro estúdio.
Mas nem tudo é potencial perdido: a Nintendo já fechou uma nova parceria com a Niantic para o desenvolvimento de um jogo em realidade aumentada baseado na série Pikmin — resta saber se a divisão da receita será mais favorável para o lado da empresa.
Enquanto isso, fiquem com uma imagem do Charmander que eu acabei de capturar — já que eu baixei novamente o Pokémon GO, porque não me divertir um pouco?

Brasil x Argentina na bolsa: rivalidade dos gramados vira ‘parceria campeã’ na carteira de 10 ações do BTG Pactual em abril; entenda
BTG Pactual faz “reformulação no elenco” na carteira de ações recomendadas em abril e tira papéis que já marcaram gol para apostar em quem pode virar o placar
‘Ninguém pendura um CDB na parede’: obras de arte ganham força como opção de investimentos — como começar sua coleção
Obras de arte são cada vez mais visadas como forma de diversificação do portfólio de investimentos; leiloeiro que está há 40 anos no mercado dá as principais dicas para começar a investir
Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada
Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida
China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta
O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA
Hyrox no Brasil: conheça a competição que chamou a atenção dos boxes de CrossFit
Hyrox, a competição que mistura corrida e força, virou febre nos boxes de CrossFit do Brasil, e tem provas para o segundo semestre
Cardápio das tarifas de Trump: Ibovespa leva vantagem e ações brasileiras se tornam boas opções no menu da bolsa
O mais importante é que, se você ainda não tem ações brasileiras na carteira, esse me parece um momento oportuno para começar a fazer isso
Ações para se proteger da inflação: XP monta carteira de baixo risco para navegar no momento de preços e juros altos
A chamada “cesta defensiva” tem dez empresas, entre bancos, seguradoras, companhias de energia e outros setores classificados pela qualidade e baixo risco
Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) perdem juntas R$ 26 bilhões em valor de mercado e a culpa é de Trump
Enquanto a petroleira sofreu com a forte desvalorização do petróleo no mercado internacional, a mineradora sentiu os efeitos da queda dos preços do minério de ferro
Embraer (EMBR3) tem começo de ano lento, mas analistas seguem animados com a ação em 2025 — mesmo com as tarifas de Trump
A fabricante de aeronaves entregou 30 aviões no primeiro trimestre de 2025. O resultado foi 20% superior ao registrado no mesmo período do ano passado
Oportunidades em meio ao caos: XP revela 6 ações brasileiras para lucrar com as novas tarifas de Trump
A recomendação para a carteira é aumentar o foco em empresas com produção nos EUA, com proteção contra a inflação e exportadoras; veja os papéis escolhidos pelos analistas
Nike vai recuperar o pace? Marca perdeu espaço para Adidas e On, mas pode voltar aos pés dos consumidores
Após anos de marasmo, perdendo espaço para concorrentes, empresa americana tenta recuperar influência no mercado focando em um segmento que sempre liderou
Itaú (ITUB4), de novo: ação é a mais recomendada para abril — e leva a Itaúsa (ITSA4) junto; veja outras queridinhas dos analistas
Ação do Itaú levou quatro recomendações entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro; veja o ranking completo
Rodolfo Amstalden: Nos tempos modernos, existe ERP (prêmio de risco) de qualidade no Brasil?
As ações domésticas pagam um prêmio suficiente para remunerar o risco adicional em relação à renda fixa?
Onde investir em abril? As melhores opções em ações, dividendos, FIIs e BDRs para este mês
No novo episódio do Onde Investir, analistas da Empiricus Research compartilham recomendações de olho nos resultados da temporada de balanços e no cenário internacional
Minoritários da Tupy (TUPY3), gestores Charles River e Organon indicam Mauro Cunha para o conselho após polêmica troca de CEO
Insatisfeitos com a substituição do comando da metalúrgica, acionistas indicam nome para substituir conselheiro independente que votou a favor da saída do atual CEO, Fernando Rizzo
Assembleia do GPA (PCAR3) ganha apoio de peso e ações sobem 25%: Casino e Iabrudi sinalizam que também querem mudanças no conselho
Juntos, os acionistas somam quase 30% de participação no grupo e são importantes para aprovar ou recusar as propostas feitas pelo fundo controlado por Tanure
Napa Valley além dos vinhos: gastronomia, bem-estar e aventura em Yountville, Calistoga e St. Helena
Restaurantes estrelados, trilhas de diferentes intensidades e SPAs com piscinas de água termal: um guia do lado B da região vinícola da Califórnia, nos Estados Unidos
Tupy (TUPY3): Troca polêmica de CEO teve voto contrário de dois conselheiros; entenda o imbróglio
Minoritários criticaram a troca de comando na metalúrgica, e o mercado reagiu mal à sucessão; ata da reunião do Conselho divulgada ontem mostra divergência de votos entre os conselheiros
Vale (VALE3) garante R$ 1 bilhão em acordo de joint venture na Aliança Energia e aumenta expectativa de dividendos polpudos
Com a transação, a mineradora receberá cerca de US$ 1 bilhão e terá 30% da nova empresa, enquanto a GIP ficará com 70%
Trump preocupa mais do que fiscal no Brasil: Rodolfo Amstalden, sócio da Empiricus, escolhe suas ações vitoriosas em meio aos riscos
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o sócio-fundador da Empiricus, Rodolfo Amstalden, fala sobre a alta surpreendente do Ibovespa no primeiro trimestre e quais são os riscos que podem frear a bolsa brasileira