Petrobras (PETR4 e PETR3) reduz em 10 centavos o litro da gasolina para as distribuidoras. É o efeito Bolsonaro?
O litro de gasolina vendido pela Petrobras (PETR3 e PETR4) à rede de distribuição vai cair de R$ 3,19 para R$ 3,09 a partir de quarta (15)
Encher o tanque do carro tende a pesar menos no bolso a partir de amanhã (15): a Petrobras (PETR3 e PETR4) anunciou há pouco que o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras será reajustado, passando de R$ 3,19 para R$ 3,09 o litro.
Isso não necessariamente quer dizer que o preço do combustível nos postos ficará 10 centavos mais barato, já que essa decisão não cabe à Petrobras: ao fim do dia, as redes de distribuição é que decidem qual será o valor praticado na bomba. A estatal afirma que, com o reajuste às distribuidoras, é possível chegar a um desconto de R$ 0,07 por litro ao consumidor final.
"A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos, das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais", disse a companhia, em comunicado à imprensa.
O anúncio trouxe alguma instabilidade aos papéis da Petrobras na bolsa. Os papéis abriram em alta, mas perderam força pouco antes do meio-dia. No fechamento, recuavam 1,19%, a R$ 29,12 (PETR4), e 1,40%, a R$ 31,02 (PETR3).
Petrobras (PETR4 e PETR3) versus Bolsonaro
Coincidência ou não, o reajuste nos preços da gasolina ocorre em meio à troca de farpas entre o presidente Jair Bolsonaro e a Petrobras — uma briga que, inclusive, fez a CVM abrir uma investigação contra a estatal.
Nas últimas semanas, Bolsonaro disse repetidas vezes que a Petrobras iria anunciar um corte nos preços dos combustíveis, dando a entender que a direção da estatal tinha se comprometido com o movimento; a forte alta na gasolina e as consequentes pressões inflacionárias são vistas pelo governo como potenciais pedras no sapato para a reeleição do presidente.
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A Petrobras, no entanto, contrariou Bolsonaro publicamente na semana passada, afirmando que não antecipa decisões de reajustes e batendo na tecla que as mudanças nos valores "são realizadas no curso normal dos negócios" — a dinâmica de preços internacionais do petróleo e da taxa de câmbio são os gatilhos para eventuais correções.
E, por mais que o dólar à vista continue bastante pressionado, fato é que as cotações internacionais da commodity tiveram um alívio nas últimas semanas — o barril do Brent, que chegou a ser negociado acima dos US$ 82 no fim de novembro, agora aparece próximo de US$ 73.
Ou seja: em meio ao fogo amigo de Bolsonaro e às oscilações do mercado internacional de petróleo, é difícil dizer exatamente o que motivou a decisão da Petrobras. Mas, a julgar pelo comportamento das ações PETR3 e PETR4 logo após o anúncio, o mercado não vê sinais de intervenção direta do governo na política de preços da estatal.
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