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Ivan Ryngelblum
Ivan Ryngelblum
Jornalista formado pela PUC-SP, com pós-graduação em Economia Brasileira e Globalização pela Fipe. Trabalhou como repórter no Valor Econômico, IstoÉ Dinheiro e Agência CMA.
executivo dos sonhos

Otimismo toma conta de investidores da BR Distribuidora com chegada de ex-CEO da Eletrobras

Trabalho feito pelo executivo na Eletrobras anima investidor quanto às perspectivas futuras da distribuidora de combustíveis

Ivan Ryngelblum
Ivan Ryngelblum
26 de janeiro de 2021
13:03 - atualizado às 18:41
Wilson Ferreira Júnior, presidente da Eletrobras (ELET3)
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. - Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O azar da Eletrobras (ELET6) com a saída de Wilson Ferreira Júnior do comando é a sorte da BR Distribuidora (BRDT3), porque ela será administrada por um executivo com excelentes credenciais, que deve seguir adiante com o processo de desestatização da distribuidora de combustíveis e inaugurar uma nova era de crescimento na companhia, segundo analistas.

A notícia levou os papéis das duas empresas a operarem nas pontas opostas do Ibovespa nesta terça-feira (26). As ações ordinárias da Eletrobras (ELET3) caíram 9,69%, a R$ 27,31, enquanto as preferenciais classe B (ELET6) recuaram 6,80%, a R$ 28,50, as maiores baixas do índice.

Já as ações da BR Distribuidora tiveram a maior alta do Ibovespa no dia, fechando com valorização de 9,57%, a R$ 22,90, depois de terem chegado a subir dois dígitos durante o pregão.

O sentimento positivo em relação à chegada de Ferreira Júnior ao comando da BR Distribuidora tem a ver com o bom trabalho que fez em reestruturar a Eletrobras desde 2016, quando assumiu a presidência da estatal de energia, abrindo caminho para a sua privatização, segundo o BTG Pactual.

Agora, no comando da BR Distribuidora, Ferreira Júnior pode possibilitar a saída definitiva da Petrobras do capital social da distribuidora – atualmente, sua participação é de 37,5%.

Para os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares, a chegada do executivo pode gerar “um sentimento positivo em relação à história da reestruturação da BR Distribuidora”, criando condições para que a Petrobras venda as ações a bons preços. Ele também deve levar a distribuidora a ter novas ambições de crescimento.

“No fim, nossa avaliação é que a BR Distribuidora, que é percebida como uma história de rendimento [de dividendos], pode se transformar em uma empresa mais de crescimento de negócios, com lojas digitais e plataformas de pagamentos digitais como um a mais”, diz trecho do relatório.

Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos, vai pelo mesmo caminho, avaliando que a primeira fase da reestruturação da BR Distribuidora – comandada por Rafael Grisolia e que consistia em deixar de ser controlada da Petrobras e cortar gastos – ficou para trás. A nova gestão terá de buscar sua participação de mercado perdida e revisitar os seus negócios, pontos que pouco avançaram na gestão passada.

“Todos esses desafios e oportunidades demandarão uma liderança com boa capacidade de gerar valor para os acionistas e, do ponto de vista interno, firme e amplamente reconhecida para contar com engajamento de seus colaboradores na execução dos próximos planos estratégicos que deverão surgir", diz ele em nota.

Para Frank McGann, do Bank of America (Bofa), a BR Distribuidora, a chegada de Ferreira Júnior ocorre num momento em que o setor de energia brasileiro passa por profundas transformações, especialmente com a venda das refinarias da Petrobras, algo que deve melhorar as condições de comercialização de combustíveis. A vinda de um executivo experiente deve ajudar na adaptação ao atual momento.

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