Nubank quer ser a maior fintech do mundo, não só da América Latina, e pode vir a ser ‘muito lucrativo’, diz BTG
Analistas do BTG destacaram os principais pontos da apresentação dos fundadores do Nubank a investidores, e consideram que, para justificar o valuation de US$ 40 bi no IPO, roxinho terá de atingir um retorno de 30% em cinco anos
Prestes a fazer seu IPO na bolsa de valores de Nova York (NYSE), o Nubank, maior banco digital da América Latina, já mostrou a analistas e investidores interessados que sua ambição não se restringe a essa porção do continente. A intenção do roxinho é fazer uma expansão global.
"O Nubank quer ser a maior fintech do mundo (não só da América Latina)", escreveram os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, do BTG Pactual, em relatório publicado nesta quinta-feira (02) sobre os principais pontos de uma apresentação a investidores realizada ontem pelos fundadores do Nubank, David Vélez (CEO) e Cristina Junqueira (CEO para o Brasil), e o CFO, Guilherme Lago.
Segundo os analistas, Vélez disse que a expansão para além da América Latina é real. E embora 98% das receitas do Nubank venham, atualmente, do Brasil, a moeda usada como referência pelo banco digital é o dólar, "o que pode ser outra indicação do que eles estão pensando para o futuro".
Outros pontos da apresentação destacados pelos analistas foram:
- Os planos do Nubank de aumentar a parcela do lucro bancário na América Latina, o qual é 70% relacionado a produtos de crédito, o que significa que "crédito provavelmente continuará a ser uma forma de monetização muito importante";
- A relação entre empréstimos e depósitos deve continuar abaixo de 100%, mesmo que o portfólio de crédito cresça bastante; e
- A expectativa do Nubank de aumentar a lucratividade não está só relacionada a receitas, mas também tem a ver com seus custos estruturalmente baixos, especialmente à medida que o grupo ganhar escala.
O Nubank vale US$ 40 bilhões?
O IPO do Nubank certamente é o mais popular e badalado de 2021, mas também é um dos mais polêmicos. Não que a empresa não seja bem avaliada, pelo contrário: a qualidade do banco digital é uma unanimidade no mercado, e ninguém duvida da sua capacidade de continuar crescendo.
O ponto polêmico é o preço: o Nubank espera estrear na bolsa valendo cerca de US$ 40 bilhões, valor que já é um pouco menor do que a sua expectativa inicial, de US$ 50 bilhões. É que nesta semana o banco precisou baixar a pedida do IPO, e reduziu a faixa indicativa de preço para as ações em 20%.
Leia Também
Ainda assim, US$ 40 bilhões é considerado bastante pelo mercado. E, segundo os analistas do BTG Pactual, para justificar esse valuation, a fintech precisa atingir um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de aproximadamente 30% em cinco anos.
A título de comparação, os grandes bancos brasileiros têm apresentado (exceto no auge da pandemia) ROE em torno de 20%. No seu último balanço trimestral, a rentabilidade do Itaú, por exemplo, foi de 19%, como bem lembra o BTG.
"Mas nós destacamos que a sua divisão de varejo tem historicamente entregado um ROE próximo ou acima de 30%. Parece ser isso que o Nubank está buscando", ressalvam os analistas.
Para o BTG, a história do Nubank é boa, e os analistas dizem que não têm muita dúvida de que a fintech pode ser lucrativa, mas ainda é difícil saber exatamente quão lucrativa ou quando isto será atingido.
Porém, o banco alerta que, dada a deterioração do cenário macroeconômico brasileiro, é bom ser prudente em relação a crescimento em 2022.
Além disso, o Nubank é mais banco que empresa de software, e bancos têm regulação e provisões para calotes. "O custo marginal de crescer não é zero, como no ramo de SaaS (Software as a Service)", diz o relatório, que conclui o raciocício com o questionamento "um valuation elevado aceita prudência em relação ao crescimento no ano que vem?"
Custo baixo e boa política de concessão de crédito são pontos-chave
O relatório do BTG também destaca a vantagem competitiva do fato de que os custos do Nubank são muito mais baixos que os dos incumbentes, isto é, os grandes bancos.
Assim, dizem os analistas, o Nubank parece acreditar que consegue ser lucrativo mesmo levando em conta seus tickets muito baixos, uma vez que seu público-alvo são indivíduos das classes C, D e E.
Além disso, os modelos de crédito e o time de análise de dados do roxinho têm sido muito eficientes na concessão de crédito para esse público mais arriscado. "É interessante notar que, quanto menor a renda dos indivíduos, melhor é a taxa de inadimplência do Nubank ante a dos incumbentes", dizem os analistas do BTG.
Outro ponto forte da política de concessão de crédito da fintech é o fato de que ela parte de limites de crédito muito baixos, especialmente para os clientes de menor renda, além de ser a melhor ou talvez a única opção para esses indivíduos.
Adicionalmente, o banco digital cobra taxas de juros semelhantes às dos bancões, a fim de evitar que os clientes tomem crédito no Nubank a taxas menores para quitar dívidas em outras instituições financeiras.
"Ao testar os clientes e reunir informações adicionais, o Nubank pode criar novas (e não emergenciais) linhas de crédito, e provavelmente ser capaz de cobrar taxas de juros menores", diz o relatório.
Vale a pena ser NuSócio? Veja, no vídeo a seguir, se vale a pena, para os clientes do Nubank, aceitar o "pedacinho" oferecido pelo roxinho:
O mundo é a sua ostra
O BTG também destaca que a receita média por unidade (ARPU, na sigla em inglês) e/ou receita média por cliente ativo (ARPAC, na sigla inglês) do Nubank é, atualmente, muito menor que a dos grandes bancos (US$ 4,90, contra cerca de US$ 38 dos incumbentes).
Os analistas acreditam numa uma elevação dessa receita, à medida que a base amadureça e novos produtos (inclusive não bancários) sejam oferecidos, embora admitam que provavelmente nunca alcançará o nível da receita média por unidade dos incumbentes.
No entanto, lembram, o Nubank pode atingir uma base de clientes muito maior (incluindo indivíduos de baixa renda e muito mais países). Assim, o potencial de geração de receita ainda pode ser bem grande. Em adição a uma maior eficiência, do ponto de vista dos custos, "então o Nubank pode sim se tornar muito lucrativo no futuro".
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
Acendeu a luz roxa? Ações do Nubank caem forte mesmo depois do bom balanço no 3T24; Itaú BBA rebaixa recomendação
Relatório aponta potencial piora do mercado de crédito em 2025, o que pode impactar o custo dos empréstimos feitos pelo banco
Agro é pop, mas também é risco para o Banco do Brasil (BBAS3)? CEO fala de inadimplência, provisões e do futuro do banco
Redução no preço das commodities, margens apertadas e os fenômenos climáticos extremos afetam em cheio o principal segmento do BB
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Banco do Brasil (BBAS3) lucra R$ 9,5 bilhões no 3T24, mas provisões aumentam 34% e instituição ajusta projeções para 2024
A linha que contabiliza as projeções de créditos e o guidance para o crescimento de despesas foram alteradas, enquanto as demais perspectivas foram mantidas
Nubank (ROXO34) supera estimativas e reporta lucro líquido de US$ 553 milhões no 3T24; rentabilidade (ROE) chega aos 30%
Inadimplência de curto prazo caiu 0,1 ponto percentual na base trimestral, mas atrasos acima de 90 dias subiram 0,2 p.p. Banco diz que indicador está dentro das estimativas
Por que o Warren Buffett de Londrina não para de comprar ações da MRV (MRVE3)? Gestor com mais de R$ 8 bilhões revela 15 apostas na bolsa brasileira
CEO da Real Investor, Cesar Paiva ficou conhecido por sua filosofia simples na bolsa: comprar bons negócios a preços atrativos; veja as ações no portfólio do gestor
Bradespar (BRAP4) aprova pagamento de R$ 342 milhões em proventos; saiba como receber
Terão direito aos proventos os acionistas que estiverem registrados na companhia até o final do dia 12 de novembro de 2024
Quantidade ou qualidade? Ibovespa repercute ata do Copom e mais balanços enquanto aguarda pacote fiscal
Além da expectativa em relação ao pacote fiscal, investidores estão de olho na pausa do rali do Trump trade
BTG Pactual (BPAC11): lucro bate novo recorde no 3T24 e banco anuncia recompra bilionária de ações; veja os números
Lucro líquido do BTG foi de R$ 3,207 bilhões, alta de 17,3% em relação ao terceiro trimestre de 2023; ROE atinge 23,5%
“Estamos absolutamente prontos para abrir capital”, diz CEO do BV após banco registrar lucro recorde no 3T24
O BV reportou um lucro líquido de R$ 496 milhões no terceiro trimestre de 2024, um recorde para a instituição em apenas três meses
Onda roxa: Nubank atinge 100 milhões de clientes no Brasil e quer ir além do banco digital; entenda a estratégia
Em maio deste ano, o Nubank tinha atingido o marco de 100 milhões de clientes globalmente, contando com as operações no México e na Colômbia
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Adeus, Porto Seguro (PSSA3), olá Lojas Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3): em novembro, o BTG Pactual decidiu ‘mergulhar’ no varejo de moda; entenda o motivo
Na carteira de 10 ações para novembro, o BTG decidiu aumentar a exposição em ações do setor de varejo de moda com múltiplos atraentes e potencial de valorização interessante