Natura projeta crescimento médio de até 10% nas receitas até 2023
A Natura prevê que suas receitas poderão chegar a R$ 49 bilhões em 2023, com a margem Ebitda rondando os 15%

Dentro do universo corporativo, costuma-se dividir a estratégia de expansão das empresas em dois grupos: há o crescimento inorgânico, feito através de aquisições, e o orgânico, com o aumento das operações em si. A Natura costuma ser enxergada como um exemplo clássico da primeira alternativa — mas a companhia parece disposta a mudar a maquiagem.
Há pouco, o conglomerado do setor de beleza divulgou algumas projeções financeiras para o ano de 2023, mostrando confiança quanto ao ganho de escala de suas vendas, tanto no Brasil quanto no exterior. As previsões para o endividamento também são positivas e indicam um ganho de fôlego no balanço.
Indo aos números: a Natura prevê que a receita líquida consolidada do grupo ficará entre R$ 47 bilhões e R$ 49 bilhões em 2023. Assim, considerando as vendas totais de R$ 36,9 bilhões em 2020, chegamos a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR, na sigla em inglês) de 8,3% a 9,9% nos próximos três anos.
É um avanço menos intenso que o visto entre 2019 e 2020, quando a receita líquida consolidada saltou 12,1%. Vale lembrar, no entanto, que o CAGR é uma taxa média — o ritmo pode oscilar, para cima ou para baixo, ao longo do período em questão.
Outro ponto importante é o de que o forte resultado visto no ano passado se deve, em grande parte, à compra da Avon International, concluída em 2020 — um efeito não-recorrente sobre o balanço. Assim, a expansão projetada de quase 10% ao ano será orgânica, mesmo em meio à continuidade da pandemia e às incertezas persistentes no consumo global.
Banho de loja
Todo esse otimismo da Natura parte de algumas premissas, em especial a perspectiva de crescimento do mercado global de cosméticos, fragrâncias e itens de cuidado pessoal — um pano de fundo que, pareado à expectativa de aumento de penetração das vendas online, causará uma forte expansão nas vendas.
Leia Também
Além disso, há o processo de reestruturação da Avon International: a Natura tem investido pesadamente na criação de um novo modelo comercial, na digitalização das operações e no rejuvenescimento da marca. Entre 2021 e 2024, a companhia prevê investimentos na ordem de US$ 163 milhões nesse segmento.
Os potenciais ganhos de sinergia com a compra da Avon International foram revistos para cima: agora, giram entre US$ 350 milhões e US$ 450 milhões. Os custos ligados a esse processo estão estimados em US$ 230 milhões. Veja abaixo as projeções dos potenciais ganhos de sinergia até 2024, fornecidas ao mercado pela própria Natura:

Margens maiores, alavancagem menor
A Natura também divulgou estimativas para o crescimento da margem Ebitda consolidada do grupo: o índice, que fechou 2020 em 9,5%, deve ir para a faixa entre 14% e 16% em 2023.
Esse ganho, naturalmente, está relacionado às receitas cada vez maiores, mas há alguns fatores operacionais a serem considerados. A Natura aposta numa expansão das vendas em todos os canais de distribuição e um contínuo aumento de margem das operações na América Latina. A captura de sinergias com a Avon também é importante nessa métrica.
Por fim, o conglomerado projeta que sua alavancagem — ou seja, a relação entre dívida líquida e Ebitda nos últimos 12 meses — ficará abaixo de uma vez ao fim de 2013. Um nível bastante confortável, considerando as aquisições vultuosas dos últimos anos.
Natura global
Com a compra da Avon International, a Natura tornou-se o quarto maior grupo do mundo no setor de beleza, atrás apenas de L'Oréal, Procter e Unilever. Esse, no entanto, não foi o único passo ambicioso da companhia brasileira: em 2017, foi concluída a aquisição da rede britânica The Body Shop; em 2012, incorporou a australiana AESOP ao seu portfólio.
Agora vai, Natura (NTCO3)? Mercado não “compra” a nova reestruturação — mas ações tomam fôlego na B3
O mercado avalia que a Natura vivencia uma verdadeira perda, dada a saída de um executivo visto como essencial para a resolução da Avon. O que fazer com as ações NTCO3 agora?
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Natura (NTCO3): a proposta de incorporação que pode dar um pontapé para uma nova fase
Operação ainda precisa ser aprovada em assembleia e passar pelo aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
Não é um pássaro (nem um avião): Ibovespa tenta manter bom momento enquanto investidores se preparam para a Super Quarta
Investidores tentam antecipar os próximos passos dos bancos centrais enquanto Lula assina projeto sobre isenção de imposto de renda
JP Morgan rebaixa Natura (NTCO3) após tombo de 30% das ações; empresa lança programa de recompra
Para o banco, tendências operacionais mais fracas de curto prazo e níveis elevados de ruídos devem continuar a fazer preço sobre as ações NTCO3; saiba o que fazer com os papéis agora
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Ibovespa tem melhor semana do ano e vai ao nível mais alto em 2025; Magazine Luiza (MGLU3) e Natura (NTCO3) destacam-se em extremos opostos
Boa parte da alta do Ibovespa na semana é atribuída à repercussão de medidas adotadas pela China para impulsionar o consumo interno
Natura (NTCO3) derrete 29% depois da divulgação do balanço do 4T24; por que o mercado ficou tão pessimista com a ação?
Resultados ‘poluídos’ pela reestruturação da Avon Internacional e Ebtida negativo fazem o papel da empresa de cosméticos sofrer na bolsa hoje
Quando você é o técnico: Ibovespa busca motivos para subir em dia decisão de juros do BCE
Além do BCE, os investidores seguem de olho nas consequências da guerra comercial de Donald Trump
Mesmo mesmo com fim da exclusividade, Natura (NTCO3) negocia a venda da Avon Internacional com a IG4
A companhia segue avaliando alternativas para a divisão fora da América Latina, que podem incluir uma possível venda, parceria ou spinoff
De onde não se espera nada: Ibovespa repercute balanços e entrevista de Haddad depois de surpresa com a Vale
Agenda vazia de indicadores obriga investidores a concentrarem foco em balanços e comentários do ministro da Fazenda
Natura (NTCO3) confirma negociação para vender operação da Avon para gestora especializada em empresas em dificuldades
Empresa de cosméticos brasileira tenta se desfazer da divisão internacional da Avon e diz que “alternativas estratégicas” estão sendo avaliadas
Ultrapar (UGPA3) pretende investir até R$ 2,5 bilhões em 2025 – e a maior parte deve ir ‘lá para o posto Ipiranga’
Plano apresentado pela Ultrapar (UGPA3) prevê investimentos de até R$ 2,542 bilhões este ano, com 60% do valor destinados à expansão do grupo
O raio-x da Moody’s para quem investe em empresas brasileiras: quais devem sofrer o maior e o menor impacto dos juros altos
Aumento da Selic, inflação persistente e depreciação cambial devem pressionar a rentabilidade das companhias nacionais em diferentes graus, segundo a agência de classificação de risco
Em mais uma etapa da reestruturação financeira, Azul (AZUL4) aprova aumento de capital em até R$ 6,1 bilhões – mercado reage e ação cai
Conselho de administração da Azul aprova aumento de capital da companhia em até R$ 6,1 bilhões; ação fica entre maiores quedas do Ibovespa nesta manhã (5)
Um olho na estrada, outro no retrovisor: Ibovespa reage à ata do Copom enquanto se prepara para temporada de balanços
Investidores também repercutem a relatório de produção e vendas da Petrobras enquanto monitoram desdobramentos da guerra comercial de Trump
Goldman Sachs eleva Natura (NTCO3) para compra de olho no potencial de dividendos — mas empresa precisa se livrar de um risco antes
Banco destaca demanda relativamente defensiva e potencial da reestruturação interna, mas elenca riscos para o investidor ficar de olho — inclusive em relação à Avon
Natura (NTCO3), Assaí (ASAI3), BR Malls (BRML3) e mais 3 empresas distribuem mais de R$ 700 milhões em dividendos e JCP; confira valores e prazos
Os investidores das empresas Brisanet, Equatorial e Eucatex também receberão pagamentos de dividendos e JCP antes mesmo de estourar o champanhe
Querido Papai Noel: semana cheia conta com indicadores no exterior e local de olho em transição no BC, com Galípolo em foco
Além disso, na quinta-feira será divulgado o relatório trimestral de inflação do Banco Central após autarquia elevar a Selic para 12,25%
Mesmo em semana turbulenta, algumas ações se destacam no Ibovespa: confira as maiores altas e baixas dos últimos 5 dias
Ações da Marfrig, da Braskem e da Natura caíram mais de 10% no acumulado da semana, mas alguns papéis de destacaram positivamente no Ibovespa