Mosaico, Mobly e Intelbras: por que os analistas estão recomendando a compra das ações?
Novatas sofrem com volatilidade do mercado, mas analistas veem bons fundamentos e potencial de forte alta para as três
O Ibovespa pode não estar tendo um grande início de ano, mas isso não está impedindo que um número cada vez maior de empresas busque a bolsa para levantar recursos.
O ano começou com ao menos 34 companhias aguardando a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para listarem suas ações na bolsa, sendo que analistas estimam que o número de IPOs pode chegar a 100 até o final de 2021.
Muitas das novatas estrearam com o pé direito no início de 2021, com as ações subindo dois e até três dígitos no primeiro dia de negociação. Mas a volatilidade vista no mercado por conta da segunda onda de covid-19 e os riscos fiscais no Brasil, al[em da inclinação da curva de juros nos Estados Unidos diante de receios de aceleração da inflação, está afugentando investimentos, pesando sobre o desempenho da bolsa e da maioria das ações.
Isto não significa que os fundamentos e as perspectivas da maioria das estreantes sejam fracos, pelo contrário. Inclusive, três nomes que abriram capital neste começo de ano receberam recomendação de compra de bancos e casas de análises nesta terça-feira (16) – Mosaico (MOSI3), Mobly (MBLY3) e Intelbras (INTB3).
Confira o que os analistas têm a dizer sobre as três:
Intelbras – máquina de vendas bem azeitada
O BTG Pactual anunciou hoje o início de cobertura da fabricante de câmeras e equipamentos de segurança eletrônica, recomendando a compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 28,00, o que representa um potencial de alta de 48%.
Os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi citaram o bom histórico de vendas da companhia para justificar o otimismo com a Intelbras – crescimento de 6,5 vezes nos últimos dez anos, o que representa um aumento médio de 21% por ano.
Para eles, o vasto portfólio de produtos da companhia, altamente demandados no mercado, e a ampla e bem treinada rede de distribuidores explicam o forte crescimento nos últimos anos e criam expectativas de que as vendas permaneçam elevadas nos próximos anos.
Os analistas também destacaram que a Intelbras apresenta margens elevadas – a margem bruta ficou em 35,6% entre 2017 e 2019 – e um retorno sobre capital investido (ROIC, medida da rentabilidade do investimento aplicado pelos acionistas e credores) robusto, de 43%.
Mobly – decorando os lares brasileiros
As ações da loja online de móveis receberam recomendação de compra do Goldman Sachs e preço-alvo de R$ 30,00, o que demonstra um potencial de alta de 38% dos papéis.
Para os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Chandru Ravikumar, a posição de destaque da Mobly no e-commerce de móveis e artigos de decoração deve se fortalecer neste ano e nos próximos, com os brasileiros perdendo o preconceito de comprar esses produtos pela internet, muito em função da pandemia.
Mesmo reconhecendo a possibilidade de as vendas online desacelerarem um pouco em 2021, de um crescimento de 64% para 30%, a empresa deve colher bons frutos com a inauguração de novas lojas físicas, mantendo a receita em patamares elevados.
Os analistas do Goldman Sachs elogiaram os esforços da Mobly na integração de seus fornecedores, o que diminui problemas logísticos e permite ganhos de escala, e os investimentos em aquisição de clientes e obtenção de melhores taxas de conversão (ainda que esses dois fatores elevem as despesas operacionais).
Mosaico – a resposta para todas as perguntas de suas compras
Os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Marco Nardini da XP Investimentos iniciaram a cobertura da dona dos serviços de comparação de preços Zoom, Buscapé e Bondfaro com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 38,00, um potencial de alta de 51,4%.
Para eles, a empresa está em uma “posição única” para se consolidar como “principal assistente de compras dos consumidores”, por meio de suas marcas fortes, a plataforma de conteúdo que ajuda os consumidores na hora de decidir entre diferentes marcas e modelos, a ferramenta de histórico de preços, que permite aos clientes selecionar o melhor momento para efetuar sua compra, e o comparador de preços, que mostra a melhor oferta de preço entre os diferentes vendedores.
Eles calculam um ROIC médio de 40% para o período de 2020 a 2025 e afirmam que a parceria com o BTG Pactual para oferecer cashback é um movimento estratégico positivo, ao fornecer outra funcionalidade que ajuda os consumidores em sua jornada de compra e melhorar a conversão e frequência de compra.