Por que as ações de Lojas Americanas caem e as da B2W sobem após acordo de fusão?
Mercado vê “desconto de holding” em LAME, prevê expansão das Americanas, mas diz que fusão foi feita “provavelmente” para beneficiar majoritários
As ações de Lojas Americanas e B2W tiveram desempenhos opostos nesta quinta-feira (29), após o anúncio de fusão das duas companhias. Enquanto as ações da B2W (BTOW3) fecharam em alta de 6,82%, a R$ 67,78, os papéis preferenciais (LAME4) das Lojas Americanas recuaram 5,17%, a R$ 21,46, enquanto os ordinários (LAME3) tiveram baixa de 2,74%, a R$ 20,27.
A fusão das empresas era aguardada pelo mercado ao menos desde fevereiro, quando vieram a público os estudos para a operação. Mas os investidores não contavam que parte das Lojas Americanas seria transformada em uma espécie de holding.
Uma holding é uma organização que detém a posse majoritária de ações de outras empresas. É um tipo de companhia sem ativos físicos e que tradicionalmente é negociada com desconto maior no mercado, segundo analistas do J.P. Morgan em relatório.
Henrique Esteter, analista da corretora Guide Investimentos, fala em um desconto de 20% para esse tipo de estrutura ou similares no mercado de ações. "Os investidores começam a aplicar um desconto", diz, referindo-se ao desempenho dos papéis das Lojas Americanas nesta quinta-feira.
A proposta
As Lojas Americanas terão o seu acervo físico cindido e incorporado à estrutura da B2W, que por sua vez mudará de nome para apenas "americanas" — reunindo também a área digital (incluindo 57% da fintech Ame).
De "BTOW3", a B2W passará a ser negociada como "AMER3" no Novo Mercado da B3. Pelo acordo proposto, os acionistas das Lojas Americanas receberão 0,18 ações da B2W para cada ação das Lojas Americanas que detiverem.
Leia Também
A parte operacional das Lojas Americanas, empresa que naturalmente terá seu capital social reduzido, será listada nos Estados Unidos a partir do início do ano que vem.
A nova empresa deve ter BDRs negociados no Brasil, caso investidores locais queiram aplicar seu dinheiro na companhia, disse o diretor de relações com investidores da B2W, Raoni Lapagesse, durante uma teleconferência com o mercado.
Por que os EUA
Ao realizar uma oferta no exterior, uma empresa busca mais exposição ao mercado, tanto em imagem quanto em possibilidade de captação de recursos de grandes investidores. As Americanas ainda não definiram em qual bolsa americana será feita a listagem, se na Nasdaq ou na Nyse.
Analistas do J.P. Morgan reconhecem as vantagens do movimento, mas acrescentam que a proposta provavelmente foi feita para garantir aos controladores da empresa maior poder nas decisões.
Nos EUA, existe a possibilidade de uma empresa emitir ações que dão direito a uma espécie de "supervoto", com um maior poder aos controladores mesmo que eles tenham uma participação pequena.
As Lojas Americanas, que já são donas de 62% da B2W, são hoje controladas por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. No caso de uma mera fusão entre as empresas, o trio teria seu poder diluído.
Com a listagem americana, Lemann, Sicupira e Telles também terão 14,43% das ações da B2W e uma participação indireta via Lojas Americanas, somando 53,4% do capital votante.
O que pode acontecer — e o que fazer
O J.P. Morgan diz ser improvável que o grupo mantenha duas entidades listadas em bolsa e prevê a incorporação da operação brasileira pela empresa com ações nos EUA.
O banco está com recomendação neutra para os papéis da B2W e de compra para Lojas Americanas.
O Goldman Sachs, por outro lado, fala para o seu cliente comprar as ações das duas companhias. Lojas Americanas tem preço-alvo de R$ 31 e B2W de R$ 97. Para os analistas do banco, as empresas ganharão escala com a fusão.
Em relatório, o grupo fala em uma maior integração logística, menos gastos com inventário, possibilidade de ganhar mais com vendas cruzadas nas plataformas e lembra que a B2W pode tirar proveito de créditos fiscais e tributários.
Magalu e Via que se cuidem?
A união entre as duas empresas tem sido comparada, por parte do mercado, à formação de uma nova Magalu ou Via (ex-Via Varejo), que já operam com os negócios on-line e de lojas físicas integrados em uma única empresa.
As varejistas têm avançado, impulsionadas pela pandemia, na criação de ecossistemas que contemplem dezenas de categorias de produtos, passando também pela área financeira. Entre os desafios, estão rapidez na entrega, recorrência e ganho de escala.
As Americanas esperam que a fusão leve a uma gestão de estoques mais eficiente, melhor utilização das suas ferramentas de análise de dados, impulso na inovação e mais força para operações de fusões e aquisições.
Em teleconferência com analistas nesta quinta, o CEO do Universo Americanas, Miguel Gutierrez, disse que o movimento deve tornar a companhia mais ágil e relevante. "A junção é mais favorável para capturar oportunidades futuras".
As Lojas Americanas compraram, no último dia 20, a Uni.co, dona da Imaginarium, depois de ter fechado uma parceria com a BR Distribuidora para abrir lojas de conveniência dentro e fora dos postos de combustíveis. No momento, a empresa não revela novos alvos.
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Bombou no SD: Um dos maiores prêmios da história da Mega-Sena, tombo da Oi (OIBR3) e salto da Americanas (AMER3) brilham entre os leitores do Seu Dinheiro
A Mega-Sena acaba de pagar o sexto maior prêmio da história das loterias no Brasil, mas não é o único assunto que interessa a nossos leitores
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Ação da Americanas (AMER3) dispara 200% e lidera altas fora do Ibovespa na semana, enquanto Oi (OIBR3) desaba 75%. O que está por trás das oscilações?
A varejista e a empresa de telecomunicações foram destaque na B3 na semana mais curto por conta do feriado de 15 de novembro, mas por motivos exatamente opostos
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações
Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?
Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos
Depois de chegar a valer menos de R$ 0,10 na bolsa, ação da Americanas (AMER3) dispara 175% após balanço do 3T24 — o jogo virou para a varejista?
Nos últimos meses, a companhia vinha enfrentando uma sequência de perdas, conforme os balanços de 2023 e do primeiro semestre de 2024, publicados após diversos adiamentos
Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?
Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Americanas (AMER3) registra lucro líquido de R$ 10,279 bilhões no 3T24 e reverte prejuízo de R$ 1,6 bilhão; veja os destaques do balanço
A CFO da varejista em recuperação judicial, Camille Faria, explicou que o lucro está relacionado ao processo de novação da dívida
Rodolfo Amstalden: Abrindo a janela de Druckenmiller para deixar o sol entrar
Neste exato momento, enxergo a fresta de sol nascente para o próximo grande bull market no Brasil, intimamente correlacionado com os ciclos eleitorais
O IRB Re ainda vale a pena? Ações IRBR3 surgem entre as maiores quedas do Ibovespa após balanço, mas tem bancão dizendo que o melhor está por vir
Apesar do desempenho acima do esperado entre julho e setembro, os papéis da resseguradora inverteram o sinal positivo da abertura e passaram a operar no vermelho
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Arte de milionária: primeira pintura feita por robô humanoide é vendida por mais de US$ 1 milhão
A obra em homenagem ao matemático Alan Turing tem valor próximo ao do quadro “Navio Negreiro”, de Cândido Portinari, que foi leiloado em 2012 por US$ 1,14 milhão e é considerado um dos mais caros entre artistas brasileiros até então
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo