As apostas no Brasil da JLP, gestora global de US$ 600 milhões em ativos imobiliários que agora mira investidor local
Após chegada de sócios brasileiros, gestora avalia oferecer aos investidores locais produto que investe em REITs; retorno médio do principal produto é de 11% ao ano, contra 7% do índice global
Prestes a pela primeira vez abrir um fundo para investidores no Brasil, a gestora de ativos imobiliários JLP aposta em outra reabertura com bom potencial de retorno: a dos shopping centers. Logística e escritórios em regiões primárias também fazem parte das apostas da casa por aqui.
É o que diz ao Seu Dinheiro Fábio Bergamo, diretor de operações da gestora (COO, na sigla em inglês) da JLP. Com US$ 600 milhões sob gestão, a gestora acompanha ao menos 300 empresas listadas em todo o mundo e tem no histórico rendimentos de 11% ao ano em dólar, em média, contra 7% do índice Global de Listed Real Estate.
O grupo ainda não distribui fundos no Brasil, mas mantém investimentos no país há mais de 10 anos, capitaneados pelo time da Europa, acompanhando de oito a dez empresas listadas. Neste ano, a gestora passou por uma mudança relevante, com a entrada no negócio dos brasileiros Pedro Faria, Eduardo Mufarej e da JHSF International, controlada por Zeco Auriemo.
No exterior, o foco da JLP são REITs (Real Estate Investments Trust) - ativos listados em bolsa com características semelhantes aos nossos fundos imobiliários - e REOCs (Real Estate Operating Companies), equivalentes a empresas que atuam no setor mais com foco em ganho de capital do que em renda.
Imóveis: os segmentos de interesse da JLP aqui e no resto do mundo
Os shoppings, uma das apostas da JLP no Brasil, estão entre os setores que mais apanharam na bolsa desde o início da pandemia. Por aqui, a percepção de que o segmento está descontado — negociado abaixo do seu valor intrínseco — é reforçada pelo papel de lazer que esses espaços têm no país, maior do que nos EUA, por exemplo.
A avaliação de Bergamo sobre o setor de logística local é mais parecida com a que a gestora faz do resto do mundo: investir nessa área vale a pena por causa das perspectivas para o e-commerce — que avançou na pandemia, mas ainda corresponde uma fatia pequena das vendas no varejo.
Leia Também
Já os espaços corporativos vistos com otimismo pela JLP são as regiões primárias, locais cujos metros quadrados são os mais valorizados de São Paulo, como as regiões das avenidas Faria Lima, Berrini e Paulista. A avaliação é semelhante à que o Seu Dinheiro ouviu de especialistas no início do segundo semestre para o setor imobiliário.
O porte das empresas que usam lajes corporativas em regiões consideradas primarias é mais robusto — são companhias que conseguem atravessar uma crise sem grandes problemas e devem apostar nesses espaços com a retomada, enquanto outras regiões devem ainda sofrer um pouco mais.
Bergamo também vê o segmento residencial aquecido e diz que as empresas imobiliárias estão com planos de entregas "muito fortes". "Mas, no Rio de Janeiro, a situação está muito prejudicada, com problemas estruturais", disse.
Segundo ele, na Europa a gestora tem investido em empresas com foco em turismo local. Nos EUA, a lista se estende para áreas como data centers e torres de celular.
O executivo da JLP avalia que o mercado norte-americano já mostra uma volta à normalidade, com alta da bolsa e dos REITs desde o primeiro trimestre, mas diz que a Europa tem ficado um pouco para trás, em uma recuperação em “U“.
"Na Ásia, foi feito um bom trabalho no ano passado, mas agora você vê o mercado mais conservador e as economias se fechando [com os sinais de repique da covid]", diz Bergamo.
Para o executivo, o mercado imobiliário é essencialmente local, com dinâmicas próprias de cada região. "A correlação é muito baixa entre países", diz. "Com a covid, você teve correlação total, mas com diferenças aparecendo guiadas pela taxa de vacinação."
ESG imobiliário
A JLP, a exemplo de outros players, também diz que tem buscado inserir na agenda das empresas um padrão ESG — sigla em inglês para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança. “No pós-investimento a gente interage muito com as empresas para sugerir melhorias”, diz Bergamo.
O executivo vê essa agenda em diferentes estágios ao redor do mundo. “Nos EUA, eles seguem a SEC (a CVM local), mas você vê muita gente batendo cabeça sobre métricas. Na Ásia, a agenda é mais baixa e no Brasil estaria em um meio-termo entre Europa e Ásia.”
Para Bergamo, a governança é a parte mais avançada da sigla, enquanto na frente ambiental a discussão está começando. Na área social, o executivo fala em preocupações internas, mas pouco externas.
Chegada ao Brasil
A chegada do trio brasileiro a JLP, que agora leva a gestora a direcionar esforços em busca do investidor brasileiro, acontece em um momento que o número de investidores pessoa física aumenta, mas ainda direciona poucos recursos aos ativos imobiliários.
Nos EUA, por exemplo, cerca de 145 milhões de investidores, 44% da população, aplicam em ativos imobiliários, enquanto no Brasil 1% da população (1,4 milhão) aplica recursos em Fundos Imobiliários (FIIs).
A JPL tem um fundo, o "JLP Liquid Opportunities", além de carteiras administradas. Segundo Bergamo, o foco dos investimentos são empresas que buscam crescimento no longo prazo. "É como se a gente buscasse por algo como o Iguatemi, mas com características de distribuição de dividendos e regras dos FIIs", diz.
O executivo vê um desafio em oferecer produtos que invistam em REITs e REOCs no Brasil, ao mesmo tempo em que enxerga um grande mercado endereçável. Segundo Bergamo, no Brasil até o investidor qualificado pensa em fundos de tijolo, que investem diretamente em imóveis.
Desde o ano passado algumas empresas têm oferecido REITs americanos, o que Bergamo considera um novo movimento e que abre novas possibilidades para o investidor local.
O investimento no exterior é uma opção que especialistas dizem ser importante por conta da regra de ouro da área: diversificação. Em tese, aplicar recursos em diversos países reduziria o risco de uma carteira, inclusive a parte investida em ativos imobiliários.
Segundo Bergamo, a JLP avalia chegar ao Brasil porque tem um produto "único", por não investir propriamente em FIIs e oferecer a possibilidade de diversificação geográfica.
A gestora conversa com distribuidoras no momento, mas ainda não definiu se o produto seria disponibilizado para a pessoa física. "Será um veículo que cobre o mundo inteiro em um momento em que economias estão avançando no processo de reabertura", diz Bergamo.
Em outras palavras, a estratégia é seguir com o que já é feito globalmente. Segundo o executivo, a ideia é reunir entre R$ 500 milhões e 1 bilhão no novo produto. "A tendência é termos duas opções: uma de classe de ações ligadas ao câmbio, e uma outra classe com hedge [protegida contra as variações cambiais]", diz.
Para pensar em investimento no Brasil, o radar da JLP não difere muito da cartilha do mercado: vacina é elemento-chave, com expectativa de responsabilidade fiscal; na eleição de 2022, diz Bergamo, seria muito cedo ainda para se pensar.
A JLP avalia que o aumento da taxa básica de juros, a Selic, colocou uma leve pressão nos retornos esperados dos FIIs de renda, mas vê um cenário positivo para o mercado local e também boas oportunidades para desenvolvimento de ativos imobiliários.
Para os EUA, "apesar de ser algo difícil de apostar", a gestora vê uma eventual alta moderada da taxa de juros combinada com crescimento da economia como algo positivo para o mercado imobiliário.
VÍDEO: como receber aluguel sem ter imóveis
Fiagro RURA11 explica o que fez os dividendos caírem 40% e diz quando deve voltar a pagar proventos maiores a seus 89 mil cotistas
De acordo com o relatório gerencial do fundo, o provento será reduzido durante três meses, contados a partir de outubro
Capitânia pede assembleia para discutir troca na gestão do XPPR11, fundo imobiliário gerido pela XP
A Capitânia propõe que a XP seja substituída pela V2 Investimentos na função, casa que atualmente conta com quatro FIIs no portfólio
Adeus, Porto Seguro (PSSA3), olá Lojas Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3): em novembro, o BTG Pactual decidiu ‘mergulhar’ no varejo de moda; entenda o motivo
Na carteira de 10 ações para novembro, o BTG decidiu aumentar a exposição em ações do setor de varejo de moda com múltiplos atraentes e potencial de valorização interessante
Melhor que Magazine Luiza (MGLU3)? Apesar do resultado forte no 3T24, Empiricus prefere ação de varejista barata e com potencial de valorizar até 87,5%
Na última quinta-feira (8), após o fechamento do pregão, foi a vez do Magazine Luiza (MGLU3) divulgar seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2024, que agradaram o mercado, com números bem acima das expectativas. Entre julho e setembro deste ano, o Magalu registrou um lucro líquido de R$ 102,4 milhões, revertendo o prejuízo de […]
BTLG11 de volta ao topo: alta da Selic abre oportunidade para comprar o fundo imobiliário favorito para novembro com desconto
Apesar de ter sentido o “efeito Selic” na bolsa, o BTG Pactual Logística não deve ser tão impactado nas frentes operacionais e de receita
Moura Dubeux (MDNE3) anuncia os primeiros dividendos de sua história após trimestre recheado de recordes; CEO diz que meta é “não parar mais” de pagar proventos
Cumprindo a promessa feita aos investidores de distribuir proventos ainda em 2024, a incorporadora depositará R$ 55 milhões na conta dos acionistas em 22 de novembro
Ações da Tenda (TEND3) disparam 7% na bolsa após balanço com recordes históricos e guidance de resultados turbinado
A atualização do guidance, com números revisados para cima, era amplamente aguardada pelo mercado e é bem-recebida pelos investidores hoje
Energia renovável: EDP compra mais 16 novas usinas solares por R$ 218 milhões
Empreendimentos estão localizados na Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, e somam 44 MWp de capacidade instalada
Onde investir na renda fixa em novembro? XP recomenda CDB, LCI, LCA, um título público e ativos isentos de IR; confira
Rentabilidades dos títulos sugeridos superam os 6% ao ano mais IPCA nos ativos indexados à inflação, muitos dos quais sem tributação
Fundo imobiliário TRBL11 anuncia dividendos menores e cotas recuam na bolsa; veja o que afeta os proventos
O FII comunicou que pagará R$ 0,62 por cota neste mês, uma queda de cerca de 27% ante à distribuição de outubro.
Ações da EZTec (EZTC3) disparam 9% e lideram Ibovespa após lucro triplicar e construtora anunciar dividendos; é hora de comprar os papéis?
Um dos combustíveis para a disparada é o lucro líquido da companhia, que saltou 239% e ficou em R$ 132,6 milhões no terceiro trimestre
O payroll vai dar trabalho? Wall Street amanhece em leve alta e Ibovespa busca recuperação com investidores à espera de anúncio de corte de gastos
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho nos EUA indicará rumo dos negócios às vésperas das eleições presidenciais norte-americanas
Vale a pena atualizar o valor do imóvel na declaração de IR na tentativa de pagar menos imposto? Fizemos as simulações
Contribuintes podem atualizar valor de imóvel até 16 de dezembro, recolhendo menos IR, mas medida pode não ser tão benéfica quanto parece
Ranking dos investimentos: perto de R$ 5,80, dólar tem uma das maiores altas de outubro e divide pódio com ouro e bitcoin
Na lanterna, títulos públicos longos indexados à inflação caminham para se tornar os piores investimentos do ano
Alta de 75% nos dividendos: Fundo imobiliário do Itaú anuncia que proventos devem subir após venda de CRI com ganho milionário
O CRI vendido era uma das maiores posições do portfólio, equivalendo a cerca de 5,95% do patrimônio líquido
As regras do ITBI vão mudar de novo: reforma tributária abre nova possibilidade de cobrança do imposto para compra e venda de imóveis
O contribuinte que antecipar o pagamento para a data da assinatura da escritura no cartório pagará uma alíquota menor
Quanto custa a ‘assessoria gratuita’? O que muda com a regra que obriga à divulgação da remuneração dos assessores de investimento
A norma da CVM obriga os assessores de investimentos e outros profissionais do mercado a divulgarem suas formas e valores de remuneração, além de enviarem um extrato trimestral aos clientes
Log (LOGG3) dobra lucro no 3T24 e CEO ainda vê amplo espaço para crescer, mas cenário macro preocupa
Empresa de galpões logísticos mantém planos de expansão, mas juro menor e cumprimento do arcabouço fiscal ajudariam negócio, diz CEO da Log
Financiar imóvel ficará mais difícil? Novas regras de financiamento pela Caixa entram em vigor a partir desta sexta (1º); entenda o que muda
O banco justificou as restrições porque a carteira de crédito habitacional da instituição deve superar o orçamento aprovado para 2024
Os Fiagros estão em crise ou é hora de aproveitar a queda das cotas e investir? Gestores e especialistas indicam onde encontrar as melhores oportunidades no setor
Especialistas apontam que o momento atual permite a compra de ativos sólidos a um preço descontado para quem souber separar o joio do trigo.