Risco de interferência política no Banco do Brasil é zero, diz novo CEO da instituição
Para o executivo, seria “forçar a barra” dizer que não haverá redução do número de agências em 2021; segundo ele, banco requer gestão técnica
O presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, que assumiu o comando da instituição no início de abril, disse nesta sexta-feira (7) que o risco de interferência política na gestão da empresa é "zero".
Ribeiro é o terceiro presidente do Banco do Brasil no atual governo. O executivo assumiu o cargo após a saída de André Brandão — pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro por causa do plano de enxugamento do banco.
"O mandato que recebi do presidente da República é liderar o banco em busca de eficiência, rentabilidade compatível com os pares privados e prestar um atendimento de excelência para a população brasileira".
Fausto Ribeiro, presidente do BB
Segundo Ribeiro, cerca de 5 mil funcionários seguiram o plano de demissão. "Mas nossa rede quem determina é a base de correntista", disse durante a primeira coletiva de imprensa concedida no cargo.
Para o executivo, seria "forçar a barra" dizer que não haverá redução do número de agências em 2021. "Fazemos uma revisão periódica em busca de tamanho adequado. O foco é eficiência".
No primeiro trimestre, o Banco do Brasil fechou as portas de 279 agências, totalizando uma rede de 4.089 unidades.
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Ribeiro disse que para evitar eventuais falhas de comunicação em relação aos planos do banco, a gestão atual está se aproximando mais do Ministério da Economia.
Governança e desinvestimentos
Ribeiro disse ainda que o padrão de governança do Banco do Brasil exige uma atuação técnica e que espera em breve concluir o anúncio da nova alta cúpula da instituição.
Com a saída de Brandão, deixaram o banco o presidente do conselho de administração, Hélio Magalhães, e o conselheiro independente, José Guimarães Monforte.
"Banco requer gestão técnica. Não pretendo ocupar espaço político".
Fausto Ribeiro, presidente do BB
O Banco do Brasil também reforçou a estratégia de reduzir despesas em um acumulado de R$ 10 bilhões até 2025, sendo R$ 3 bilhões de forma recorrente.
Ribeiro disse que a instituição mantém o plano de desinvestimentos, mas não detalhou quais ativos seriam vendidos. O presidente do Banco do Brasil afirmou ver parcerias para a gestora BB DVTM como alternativa.
O executivo assumiu o compromisso de elevar a rentabilidade do banco, historicamente menor que a de pares privados, além de ampliar a base de clientes.
Desempenho no 1º trimestre
Ribeiro falou após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, em que o Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 4,9 bilhões, 44,7% maior que há um ano e acima do esperado pelo mercado.
Segundo o executivo, o desempenho - recorde para um trimestre - é resultado de uma estratégia corporativa que buscou o aumento da eficiência, controle de despesas e o crescimento sustentado do crédito.
Por volta das 11h desta sexta, os papéis da empresa (BBSA3) subiam 4,01%, negociados a R$ 30,38, enquanto a bolsa tinha ganhos de 0,66%. Nos últimos 12 meses, as ações do Banco do Brasil acumulam alta de 5%.
Ainda conforme o balanço da instituição, a carteira expandida avançou 2,2% e alcançou R$ 758,3 bilhões ao fim de março, saldo 4,5% superior ao do mesmo período do ano passado. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa chegaram a R$ 2,536 bilhões, queda de 54,2%.
O retorno sobre o patrimônio líquido ajustado do Banco do Brasil ficou em 14,8%, no primeiro trimestre deste ano, 3,7 pontos acima da rentabilidade registrada em igual período de 2020.
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