Em recuperação judicial, Latam garante financiamento de US$ 750 milhões, mas ainda não convence credores
Com a recuperação ainda lenta da demanda por passagens aéreas, credores desconfiam do potencial de recuperação da empresa
O grupo Latam conseguiu avançar em seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos ao garantir um novo financiamento de até US$ 750 milhões com condições mais competitivas do que em créditos anteriores. No entanto, os desafios devem persistir, diante da recuperação ainda lenta da demanda por passagens aéreas, especialmente no mercado internacional, o que gera desconfiança dos credores sobre o potencial de recuperação do negócio.
A companhia obteve autorização, no âmbito do Chapter 11 da lei de falências dos EUA, para contratação de um empréstimo do tipo debtor-in-possession (DIP), modalidade voltada para empresas em recuperação judicial. O crédito, anunciado ontem (29) veio de um grupo de financiadores formado, entre outros, pela Oaktree Capital Management e pela Apollo Management Holdings. A incorporação dos recursos à recuperação ainda depende de aprovação da Justiça de Nova York.
"Temos recebido várias ofertas de investidores que manifestaram interesse em se juntar a nós em nosso processo do Chapter 11. Essa proposta nos permitirá acessar melhores condições de financiamento, gerando importantes economias de custos e beneficiando os nossos credores e a Latam", afirmou, em comunicado, o vice-presidente de Finanças do grupo, Ramiro Alfonsín.
Novo dono?
De acordo com fontes, porém, uma parcela dos credores ainda estaria insatisfeita com o processo de recuperação. Parte do mercado aposta, ainda, que a empresa poderá mudar de mãos. O Estadão apurou que a Azul estaria agora disposta a assumir todas as unidades da rival chilena — antes, a companhia havia demonstrado interesse apenas pela operação brasileira.
Segundo uma fonte, a Azul estaria em conversas com credores, aproveitando o potencial momento de fragilidade para acertar uma proposta. A aérea já teria inclusive investidores preparados para fazer a compra caso não haja consenso para aprovação do plano. Ou seja: os recursos para uma transação não viriam do caixa da Azul, mas de capital levantado com terceiros. A Latam já declarou, no passado, não ter interesse nos avanços da rival. Procurada, a Azul não comentou.
O consultor e sócio da Bain & Company, André Castellini, especializado no setor aéreo, diz que a empresa está fazendo tudo o que é necessário para sair do cenário de crise, mas não descarta que o negócio mude de mãos. "Claramente, a Latam é um ativo que tem valor e está indo no sentido certo. A empresa talvez possa continuar existindo, mas deve haver uma troca dos acionistas para, no preço certo, os investidores aceitarem passar a financiar a Latam", explica.
Leia Também
Momento difícil para o setor
Também não ajuda o atual momento do setor de aviação. Com o dólar valorizado frente ao real e com boa parte dos gastos atrelada à moeda norte-americana, as companhias aéreas têm sofrido na Bolsa brasileira.
A Bain fez uma comparação da recuperação do valor das ações das empresas locais com as das estrangeiras desde o início da pandemia. Enquanto aéreas como a American Airlines e Ryanair já estão valendo mais do que no período pré-covid, os papéis da Azul e Gol estão com um valor, em média, 50% mais baixo na mesma comparação. No caso da Latam, o valor de mercado é o equivalente a 20% do período anterior à pandemia.
Mudanças de mercado trazidas pela covid-19 devem continuar a afetar o setor aéreo. O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, disse ontem, em evento da agência de classificação de risco Fitch, que a demanda vai voltar no futuro, mas não no mesmo patamar. "A pandemia fez com que algumas reuniões de negócios se tornassem virtuais, e esse movimento deve continuar parcialmente."
Voltas e reviravoltas: Ibovespa tenta manter alta em semana de dados de inflação enquanto bolsas repercutem eleições na França
Ibovespa ainda não sabe o que é cair em julho; testemunhos de Powell, futuro de Biden e regulamentação da reforma tributária estão no radar
Tragédia no Rio Grande do Sul: Confira as perdas do varejo causadas pelas enchentes
Turismo no RS teve perdas de mais de R$ 1,3 bilhão durante o mês de maio, segundo a CNC
E agora, Ozempic? Caneta emagrecedora Zepbound se mostra promissora no tratamento da apneia do sono
De acordo com dados preliminares de ensaios clínicos, a Zepbound foi mais eficaz que um placebo na redução da gravidade da apneia obstrutiva do sono
Fundo que detém direitos de músicas de Beyoncé e Shakira anuncia venda de US$ 1,4 bilhão a investidor
A negociação será feita com apoio da Apollo Capital Management, parceira da Concord, gigante de private equity dos EUA
O Galaxy desbanca o iPhone: Apple (AAPL34) perde liderança global de smartphones no 1T24
Embora o setor esteja em crescimento, a gigante de tecnologia apresentou uma queda de quase 10% nas remessas de iPhone no primeiro trimestre do ano
Latam quer voltar a voar em Wall Street: entenda os planos da companhia aérea para os ADRs — e o que isso significa para os acionistas
Quase três anos após ser obrigada a retirar os papéis da Bolsa de Valores de Nova York, a aérea chilena pretende voltar a ser negociada na Nyse em até seis meses
Os ‘cigarrinhos’ de chocolate vão voltar: Pan é vendida em leilão por R$ 3,1 milhões
Companhia entrou em recuperação judicial em 2021, mas o processo não foi bem sucedido e dois anos depois decretou falência
Treta no ar: Gol (GOLL4) acusa Latam de se aproveitar de crise para tentar tomar seus aviões e pilotos
Justiça dos EUA acata parcialmente queixa da Gol contra sua principal concorrente no mercado aéreo brasileiro
Perda milionária: Gol (GOLL4) vale R$ 179,31 milhões a menos após entrar em recuperação judicial nos EUA
A companhia aérea passou a valer R$ 1,99 bilhão, ficando abaixo de R$ 2 bilhões pela primeira vez desde março de 2023
Programa de passagens aéreas mais baratas será lançado até fevereiro, diz jornal
O “Voa Brasil” deve contemplar aposentados, pensionistas e beneficiários do ProUni com passagens de até R$ 200 por trecho
Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) anunciam programa de passagens de até R$ 800; ações sobem na B3
As ações ganham impulso com o programa de voos mais baratos, além da fraqueza do dólar em relação ao real
O pior já passou? O que diz a Fitch sobre as empresas brasileiras um mês após ter elevado a nota de crédito do Brasil
As empresas sob o guarda-chuva da agência de classificação de risco têm R$ 425 bilhões em dívidas com vencimento até 2024; o número assusta, mas pode não ser tão ruim assim; entenda por quê
Com Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), governo lança programa de passagem aérea a R$ 200; veja quem terá direito
O objetivo da iniciativa é beneficiar pessoas que não voaram nos últimos 12 meses e utilizará os assentos vazios das empresas
É hora do desembarque? BTG corta recomendação para Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) mesmo com melhora das aéreas no pós-pandemia
O banco também elegeu suas companhias aéreas preferidas: a Copa Airlines e a Latam, elevando a recomendação de ambas de neutro para compra
Página virada: Latam sai do chapter 11 nos EUA — saiba como está a saúde financeira da empresa após a recuperação judicial
O objetivo do ingresso no chapter 11 era reduzir a dívida e acessar novas fontes de financiamentos
Latam define data para sair da recuperação judicial nos Estados Unidos
Companhia aérea encontra-se em recuperação judicial desde maio de 2020, por conta dos impactos da pandemia
Latam consegue dinheiro novo e define data para sair da recuperação judicial
Empresa aérea pediu recuperação judicial nos Estados Unidos em maio de 2020. A operação da empresa no Brasil seguiu o mesmo caminho 45 dias depois
Vivo, Bradesco e Shopee estão com vagas abertas para estágio e trainee; veja oportunidades com bolsas-auxílio de até R$ 8 mil
Os processos seletivos aceitam candidaturas até o final de outubro, com início previsto a partir de janeiro de 2023
Big techs na mira: Google (GOGL34) é multado por União Europeia e Coreia do Sul em bilhões de dólares
A maior das penalidades foi de US$ 4,126 bilhões, referente a um processo aberto pela União Europeia em 2015 por práticas anticompetitivas
Elon Musk quer te ouvir: Onde a Tesla deve instalar a próxima rede de carregadores para os carros elétricos?
Tesla Charging pediu que o público comentasse os locais que desejam que seja inaugurada uma nova unidade de Supercharger. Os nomes mais curtidos devem entrar para uma votação oficial da empresa